Médico que faltou a plantão adiou depoimento por crise hipertensiva

Menina Adrielly dos Santos ficou oito horas esperando por uma cirurgia.

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O advogado do neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, Alex de Souza, esteve na 23ª DP (Méier), nesta sexta-feira. Segundo ele, o médico está com crise hipertensiva, de licença médica, e adiou o depoimento por tempo indeterminado. Adão faltou ao plantão no Hospital Salgado Filho, no Méier, na noite de Natal, quando deu entrada a menina Adrielly dos Santos, de 10 anos, que ficou oito horas esperando por uma cirurgia após ser atingida na cabeça por uma bala perdida. O médico justificou a falta, alegando ter pedido demissão da função.

Na manhã desta sexta, prestam depoimento na delegacia o médico residente Pedro Carneiro e a pediatra Albine Luana. Também é aguardado o médico Ênio Eduardo Lima Lopes, chefe da equipe médica de plantão na noite de Natal.

Na quinta-feira, o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, determinou a instauração de um inquérito administrativo para apurar a ausência do neurocirurgião. O secretário disse ainda que não há registro em sua pasta ou na Secretaria de Administração de qualquer pedido de demissão feito pelo neurocirurgião e reiterou que, mesmo que ele estivesse demissionário, não poderia ter faltado ao plantão. A investigação pode levar à demissão do médico. A menina foi transferida na tarde de quinta-feira para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.

? O estado dela ainda é grave, mas tenho fé de que esse é o primeiro passo para a recuperação de Adrielly ? disse o pai da menina, Marco Antônio Bentim Vieira, de 36 anos, que pensa em processar a prefeitura pela falta do médico.

No caso do chefe de plantão do Salgado Filho, Enio Eduardo Lima Lopes, que trabalhava na noite de Natal, será aberta uma sindicância para apurar as causas de a menina não ter sido transferida para outra unidade.

? O chefe do plantão disse que preencheu o formulário sobre o caso da menina para que fosse encaminhado à central de regulação de leitos, o que não foi feito. Era papel dele fazer com que a informação chegasse à central. Ele não deveria delegar essa tarefa ? criticou o secretário.

Na quinta-feira também, o diretor-geral do Salgado Filho, Conrado Weber, prestou depoimento na 23ª DP (Méier). Na véspera, o delegado disse que Adão Orlando poderia ser indiciado por omissão de socorro. Caso ele não compareça à delegacia, poderá ser levado à força. Na quarta também, o prefeito Eduardo Paes chamou o neurocirurgião de ?delinquente?:

? Tem que demitir esse médico. Ele é um irresponsável.

Adrielly foi atingida quando estava na Rua Amália, em Piedade, em frente à casa da avó. Depois que a menina caiu, um amigo da família, que é taxista, a levou para o Salgado Filho. Segundo a família, ela deu entrada no hospital à 0h20m. A cirurgia na cabeça da garota, porém, só começou às 9h10m, ainda de acordo com os parentes.



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