Missão-teste da Nasa para levar pessoas ao espaço volta à Terra

Agência Espacial Americana não consegue levar astronautas ao espaço desde 2011 e depende da Rússia para as missões. Espaçonave fez aterrissagem no Atlântico.

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A missão-teste da Nasa para levar pessoas ao espaço voltou com segurança à Terra nesta sexta-feira (8). A espaçonave, chamada de Crew Dragon, aterrizou no Oceano Atlântico por volta das 10h45 (horário de Brasília) após uma viagem à Estação Espacial Internacional.Aeronave Crew Dragon volta à Terra após missão da Nasa — Foto: Reprodução/Nasa TV 

A missão deixa a Nasa mais perto de viagens tripuladas e tenta acabar com a dependência da Rússia, que há anos leva astronautas da Nasa de e para a estação espacial.

Parceria com setor privado

A Nasa não consegue levar seus próprios astronautas ao espaço desde que o último ônibus espacial foi "aposentado" em 2011. Desde então, a agência espacial recorre ao setor privado para desenvolver a próxima geração de equipamentos para voos espaciais tripulados e trabalha com a Space X, empresa de Elon Musk, e a Boeing.

A cápsula Crew Dragon foi feita em parceria da Nasa com a Space X e é a primeira da empresa projetada para transportar humanos. A nave de resgate da SpaceX, chamada Go Searcher, está equipada com um guindaste para tirar a espaçonave da água e colocá-la no convés principal do navio dentro de até uma hora após a aterrissagem no mar.

É a primeira vez em quase 50 anos que uma espaçonave faz uma aterrissagem no mar desde o retorno da Apollo 9 em 13 de março de 1969, a última nave espacial tripulada a retornar no mar.

A missão

A missão ficou seis dias no espaço. A cápsula foi lançada no topo de um foguete da SpaceX chamado Falcon 9 na madrugada de sábado (2) e levava cerca de 181 quilos de suprimentos para a Estação Espacial Internacional. Além disso, também levava um manequim adaptado ao espaço chamado Ripley, que foi "equipado com sensores em volta da cabeça, do pescoço e da coluna para registrar tudo o que um astronauta experimentaria durante a missão".

A Nasa e a SpaceX ainda revisarão os sistemas e os dados de voo para validar o desempenho da espaçonave e prepará-la para voar astronautas.

Aeronave Crew Dragon, desenvolvida pela Nasa e pela Space X, acoplada à Estação Espacial Internacional — Foto: Nasa TV

De acordo com a rede americana "CNN", a empresa SpaceX e a Boeing, que está construindo um veículo chamado Starliner, têm contratos no valor de até US$ 2,6 bilhões e US$ 4,2 bilhões, respectivamente. A Nasa esperava que suas espaçonaves começassem a voar com tripulação em 2017, mas tanto a SpaceX quanto a Boeing foram prejudicadas por atrasos. A esperança é de que 2019 pode ser o ano em que eles consigam realizar voos tripulados novamente.

O sucesso da missão nesta sexta-feira pode ser um grande avanço. A técnica de pouso será única para a empresa SpaceX, já que tanto a cápsula veterana russa Soyuz quanto o Starliner da Boeing são projetados para pousar em terra firme e não no mar.

Um teste final no sistema de emergência da Crew Dragon está programado para junho. E a primeira missão tripulada, que levará os astronautas Doug Hurley e Bob Behnken, está programada para julho, de acordo com o cronograma mais recente da NASA.

Os três astronautas a bordo da estação espacial - a norte-americana Anne McClain, o canadense David Saint-Jacques e o russo Oleg Kononenko - conseguiram um primeiro vislumbre da cápsula SpaceX em microgravidade enquanto esta estava ancorada na estação nesta semana.

Durante uma entrevista em vídeo com repórteres transmitidos para a Terra, o astronauta canadense David Saint-Jacques disse que parecia "uma nave espacial de classe empresarial".

"Mesmo que fosse histórico e emocional, estávamos realmente concentrados, certificando-nos de que estávamos fazendo todo o passo a passo corretamente ao abrir a escotilha da Crew Dragon", Saint-Jacques disse. "Mas eu tive esses momentos de, 'oh' 'com a luz do interior e a visão do belo cockpit".

A previsão para o primeiro voo do Starliner da Boeing não é tão clara. Está programado para voar em uma missão de demonstração sem data certa antes de abril.



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