Mulher transexual é morta com tesouradas no interior de Minas

O principal suspeito do crime é um companheiro da mulher

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Uma mulher transexual foi encontrada morta com requintes de crueldade na tarde de sábado (2), em Poços de Caldas, no Sul de Minas. De acordo com a Polícia Militar ela tinha 47 anos e foi golpeada com uma tesoura na altura do pescoço e também no crânio. Segundo os militares, pelas condições do corpo a vítima tinha morrido dois ou três dias antes. O principal suspeita do crime é um companheiro da mulher.

A polícia foi chamada por vizinhos da vítima na rua Serra Leoa no bairro Parque das Nações. Eles desconfiaram porque os cachorros estavam latindo muito e resolveram entrar na casa da transexual, quando arrombaram a porta e entraram no imóvel perceberam o cheiro forte e encontraram Danielle Jesus Lafon, nome social da transsexual, já morta. 

Uma tesoura que possivelmente foi usada no crime foi recolhida pela Polícia Civil para passar por perícia. Testemunhas contaram para a Polícia Militar que a transexual recebeu algumas visitas entre a última quinta-feira (31) e o sábado (2) período em que o crime pode ter ocorrido. As testemunhas disseram que uma das visitas foi de um motociclista que frequentemente ia a casa da transexual. Existe a suspeita que eles tivessem um relacionamento.

Vizinhos contaram que ele chegava a casa de Danielle sempre com capacete e ele já tinha discutido algumas vezes com a vítima. Por causa disso ele se tornou o principal suspeito do crime. A Polícia Militar conseguiu identificar o suspeito do crime depois que testemunhas repassaram a placa da moto dele. No entanto, o homem ainda não foi preso.

Ainda segundo os militares há uma câmera de segurança em uma casa próxima ao local da morte, porém os moradores da residência não foram encontrados pelos militares para repassar as imagens. O corpo de Danielle foi encaminhado enterrado neste domingo em Poços de Caldas. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Civil informou que as investigações já estão em andamento e que mais informações sobre o caso não serão repassadas para não atrapalhar as investigações. “Foi uma crueldade sem tamanho o que fizeram com ela” A irmã da transexual, Nubia Mara Dias de Freitas, de 50 anos, contou que esteve com Danielle na quarta-feira (30) e que o crime chocou muito a família. “Ela era uma pessoa muito boa, tinha uma relação tranquila com os vizinhos, não tinha desavença com ninguém, não entendo porque a mataram. Foi uma crueldade sem tamanho o que fizeram com ela”, lamentou Núbia.

Segundo ela, a vítima tinha Aids e fazia uso de medicamentos para combater a doença, ela também era usuária de drogas e por causa das limitações, ela não trabalhava. A transexual morava sozinha na casa. “Apesar do vício em crack ela era uma pessoa muito inteligente, estava sempre se informando e todos consideravam ela uma pessoa muito culta”, contou a irmã.

Núbia contou que a família não conhecia o motociclista suspeito do crime e ela não acredita em crime por motivação transfóbica - uma série de atitudes ou sentimentos negativos em relação às pessoas transgêneros. “Ela andava de cabeça erguida sempre. Eu não sei o que aconteceu, mas não acho que tenha tido motivação de preconceito. Eu acho que tem mais a ver com esse companheiro dela. Foi uma covardia. Ninguém tinha o direito de fazer isso”, concluiu.

Segundo informações da Rede Trans e da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil registrou pelo menos 118 casos de pessoas transsexuais ou travestis mortas, 47 tentativas de homicídios e 78 casos de violação dos direitos humanos. Em Minas são pelo menos seis mortes. No entanto, os números podem ser bem maiores já que nem todos os casos são registrados pelos grupos.  



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