Uma usuária do Tinder em Teresina foi surpreendida com uma mensagem agressiva e com discurso de ódio durante uma conversa no aplicativo de paquera. Após o “match”, quando os dois usuários se curtem, o homem iniciou a conversa dizendo que “não come petista”.
Ao ser questionado pela usuária, o homem continuou o diálogo perguntando sobre o seu partido político. Após confirmar que era petista, as agressões continuaram: “Justamente, não dá pra ter “comer”” continuou.
A usuária A.S, que prefere não ser identificada, acionou o aplicativo e fez uma denúncia por discurso de ódio. Ela acredita que o homem tenha iniciado a conversa somente para agredi-la, pois em seu perfil está descrito qual o seu posicionamento político. “Acredito que ele tenha dado o “match” só para me ofender, pois tem na minha descrição que apoio o PT”, afirma A.S.
LEI DE VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER
Para a advogada Dóris Rosa, o caso alerta para a urgência em se pautar o debate, a reflexão e conscientização de três temas que vem impactando de forma significativa a sociedade: o tema da violência, de uma forma geral e ampla, o tema da violência contra a mulher, voltada a depreciação do gênero feminino e por último, o tema da saúde mental. O caso pode ser tipificado na lei de violência psicológica contra mulher.
De acordo com a advogada, com a popularização da ocorrência de doenças psíquicas como ansiedade e depressão, bem como o aumento do número de casos de suicídio, a saúde mental das pessoas é algo que ganha potencial importância e traz consigo, de forma inerente, a noção de que se antes os atos de violência eram associados a agressões físicas, de visível constatação, hoje eles são reconhecidos em falas, omissões e atitudes, de formas muitas vezes complexas e difíceis de serem compreendidas.
“‘’Foi promulgada em 2021, a Lei 14.188, que incluiu no Código Penal, o art. 147, B, que trata da violência psicológica contra a mulher. De acordo com a previsão legal, a violência psicológica consiste em ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, vigilância constante, perseguição contumaz e insultos’’. Tal tipo de violência age no psicológico, emocional e cognitivo do indivíduo, causando danos muitas vezes irreparáveis. Por isso, fundamental refletir a respeito do conteúdo e das consequências do que se fala, ainda que por mensagens em aplicativos de paquera”, destaca a advogada.
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