Ocupação contra corte de árvores entra no quarto dia na zona Sul

O movimento é uma mobilização contra a implantação de Terminal

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O movimento #OcupaPraça entra nesta quarta-feira (7) no seu quarto dia. Mais de 20 pessoas acampam desde o último sábado (3) na Praça de Ações Comunitárias do bairro Parque Piauí, localizada na zona Sul de Teresina. O movimento é uma mobilização contra a implantação de um Terminal de Integração do sistema de transporte coletivo no local.

Os manifestantes reivindicam que a prefeitura faça alteração do projeto de mobilidade urbana e não remova 177 árvores da praça para construir o Terminal. Representantes de entidades sociais, ambientalistas e moradores tentam conseguir liminar judicial para que a obra seja embargada.

A ambientalista Tânia Martins esteve ontem na 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública, solicitando ao juiz Jorge Cley Martins liminar favorável ao movimento. Os manifestantes alegam uma série de irregularidades no projeto municipal.

Entre as ilegalidades apontadas está o fato de va maioria das árvores da praça estarem sob domínio de proteção da Lei da Mata Atlântica e, portanto, não podem ser cortadas.

“Essa praça tem árvores de várias espécies que são protegidas. É um absurdo a prefeitura querer cortá-las. Não podemos permitir isso”, defende Tânia. Além da questão das árvores serem protegidas pela legislação, manifestantes apontam que a retirada dos troncos aumentaria a sensação térmica na região em até 3º C.

“Também queremos provar que a prefeitura não fez uma consulta popular antes de começar a implantar esse projeto. Temos uma petição com dois mil assinaturas de moradores do Parque Piauí que são contra a implantação do terminal na praça porque vai aumentar o calor na região e a população vai perder um importante espaço cultural”, explica a advogada do movimento, Sabrina Rafaela.

Na manhã de ontem (6), a construtora responsável pela obra voltou a colocar tapumes no entorno da praça para dar continuidade à obra. O secretário municipal de Planejamento e Coordenação, Washington Bonfim, ressalta a importância da implantação do terminal para a melhoria da mobilidade urbana da capital.

“A prefeitura tem argumentos e convicção do que está fazendo. O transporte coletivo só tem a ganhar com essa obra. Nós levamos o projeto à população e estamos abertos ao diálogo”, declarou. A PMT afirma ainda que, ao contrário do que é dito pelo movimento, o projeto prevê a retirada de 96 troncos. O executivo municipal garante que vai fazer a compensação ambiental, plantando o dobro do número de árvores que serão removidas.

Vereadores pedem audiência pública

Nesta terça-feira as vereadoras Rosário Bezerra (PT), Teresa Brito (PV) e o vereador Gilberto Paixão (PT) solicitaram a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal de Teresina, para tratar sobre o assunto.

Rosário Bezerra (PT) defendeu que os projetos dos terminais devem contemplar um planejamento de arborização.

“Compreendemos que os terminais são necessários e estão contemplados no plano diretor de transportes já iniciado na capital. Mas precisamos saber de que maneira a Prefeitura de Teresina irá fazer essa compensação com o meio ambiente”, disse a parlamentar.

Enquanto não se chega a um consenso, os manifestantes afirmam que vão continuar na praça. “Só sairemos quando essa obra for embargada”, finaliza Tânia Martins. Os ocupantes estão recebendo apoio dos moradores da região com o fornecimento de água e alimentação. Hoje (7), às 17 horas, o movimento #OcupaPraça promove um abraço simbólico na praça.



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