“Olhando para trás vemos que o Piauí foi gigante”, diz Florentino Neto

Com exclusividade ao Jornal Meio Norte, o secretário de Saúde pontua o exemplo de sucesso que o Piauí deu na luta contra a pandemia e faz projeções para 2022

“Olhando para trás vemos que o Piauí foi gigante”, diz Florentino Neto | Foto: Divulgação
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Desafiador, assim descreveu o secretário estadual de Saúde, Florentino Neto (PT), o ano de 2021. Com a pandemia da Covid-19, inclusive atingindo o pico de casos e óbitos no primeiro semestre, o Piauí conseguiu adotar medidas imprescindíveis para a melhora no quadro epidemiológico, viabilizando ainda um incremento na rede de atendimento, descentralizando-o por todas as microrregiões. 

Ademais, o Estado tornou-se um exemplo nacional na vacinação, alcançando a maior cobertura do Nordeste e a segunda do país. Com tanto planejamento e incentivo, a Sesapi já tem o estoque de seringas necessário para imunizar o público de 5 a 11 anos, aguarda somente o aval federal.

Florentino Neto- Secretário Estadual de Saúde do Piauí- Foto: Divulgação

 “Enfrentamos momentos críticos no combate a pandemia quando atingimos quase 100% de nossa estrutura para atendimento Covid19 ocupada. Olhando para trás vemos que o Piauí foi gigante. Mesmo em meio à crise sanitária, recebemos pacientes de outros estados que colapsaram suas redes hospitalares”, disse Florentino Neto. 

Além do combate à Covid, o Piauí promoveu a inauguração da reforma do Hospital Infantil, avançou nas obras da Nova Maternidade de Teresina, e instalou UTIs nos hospitais da Polícia Militar, Bom Jesus e São Raimundo Nonato. “Ampliamos a capacidade nos demais hospitais e temos uma rede de saúde estadual mais forte e resolutiva”, afirmou. Com a retomada das cirurgias eletivas em julho foram realizados mais de 8 mil procedimentos.

 Para 2022, o líder da pasta pontua que focará na redução das filas em atendimentos especializados e cirurgias, serviços esses que foram muito prejudicados pela pandemia. Florentino Neto destaca ainda o fortalecimento da atenção primária em todo o estado do Piauí; a descentralização dos serviços especializados como neurocirurgias e cardiologia nas regionais de saúde; além da maior utilização de ferramentas tecnológicas (telemedicina e tele consultas), serviços esses que foram extremamente importantes na pandemia; tal como a centralização do serviço de licitação e compras, gerando economia e rapidezno abastecimento das unidades hospitalares. 

“Nosso trabalho é focado em melhorar a qualidade dos serviços de saúde ofertados para os piauienses, garantindo que em qualquer lugar do estado, nossa população tenha acesso a serviços de saúde de qualidade e excelência”, concluiu.

Jornal Meio Norte - Qual balanço o senhor faz da gestão da Sesapi no ano de 2021?

Florentino Neto - 2021 foi um ano desafiador. Enfrentamos momentos críticos no combate a pandemia quando atingimos quase 100% de nossa estrutura para atendimento Covid-19 ocupada. Olhando para trás vemos que o Piauí foi gigante. Mesmo em meio à crise sanitária, recebemos pacientes de outros estados que colapsaram suas redes hospitalares. Conseguimos colocar o Piauí em local de destaque na cobertura da vacina contra a Covid-19. Somos o primeiro do Nordeste e o segundo do Brasil com mais pessoas imunizadas. Traçamos uma logística de distribuição de vacina, viabilizando a entrega e distribuição dos imunizantes em tempo recorde, possibilitando que elas chegassem até as equipes municipais e estivessem disponíveis para a população em até 24h. Já aplicamos mais de cinco milhões de doses de vacinas. Também atingimos uma das maiores marcas na cobertura da vacina contra a gripe: 80% da nossa população está vacinada contra a Influenza. Para ajudar os municípios na vacinação a Sesapi passou a pagar um incentivo financeiro de R$ 1,50 por dose registrada no Sistema de Informação do Plano Nacional de Imunização. Todos os esforços foram capitaneados pelo governador Wellington Dias. Mesmo em meio à pandemia, inauguramos a reforma do Hospital Infantil Lucídio Portela, ampliando a sua estrutura e capacidade de atendimento. Tocamos a obra da Nova Maternidade de Teresina, que está com 90% concluída. Também retomamos as obras do Novo Hospital de Picos, que estavam paralisadas. Instalamos UTIs nos hospitais da Polícia Militar, Bom Jesus e São Raimundo Nonato e ampliamos a capacidade nos demais hospitais e temos uma rede de saúde estadual mais forte e resolutiva, com unidades de terapia intensiva em nove hospitais de referência. Também realizamos obras de expansão no Hospital Natan Portela, Hospital Getúlio Vargas e Maternidade Dona Evangelina Rosa. O avanço da vacinação contra a Covid-19 também possibilitou a retomada de diversos serviços de saúde, dentre eles as cirurgias eletivas e o mutirão de cirurgias de catarata. A retomada dos procedimentos cirúrgicos aconteceu no mês de julho e até o final do ano beneficiou mais de oito mil piauienses. As cirurgias aconteceram em municípios de Norte a Sul do estado, levando mais qualidade de vida para os piauienses. Foram realizadas consultas de triagem em 9.485 e deste total de pacientes 8.010 foram encaminhados para a realização de cirurgias. Os procedimentos aconteceram nas cidades de Piripiri (805), Cocal (175), Parnaíba (738), Bom Jesus (405), Corrente (416),São João do Piauí (188), São Raimundo Nonato (553), Campo Maior (799), Demerval Lobão (507), Água Branca (278),Uruçuí (314), Canto do Buriti (305), Floriano (601), Esperantina (579), Luzilândia (314), Valença do Piauí (523) e Oeiras (510).

JMN - O mundo ainda enfrenta uma pandemia, mas o que pode ser elencado como uma ‘herança’ das ações adotadas para fortalecer o sistema de saúde durante a crise da COVID?

FN- No estado do Piauí quando se trata da Atenção Hospitalar e sua organização de forma regionalizada, percebese que a COVID-19 deixou um legado quanto ao incremento tecnológico de suporte a vida, além da ampliação de leitos de terapia intensiva e de suporte ventilatório pulmonar nas Regiões de Saúde do estado. Com a necessidade de ampliar leitos de internação, também ocorreu um processo de aumento da força de trabalho e qualificação na gestão de pessoas. O monitoramento da taxa de ocupação hospitalar e do número de óbitos por COVID-19 contribuiu para a transparência das informações e serviu de base na tomada de decisões no Comitê de Operações Emergenciais (COE) Um dos desafios estratégicos foi de planejar, organizar e implantar leitos em situação emergencial, onde os casos estavam com maior prevalência e ainda estruturando a ambiência hospitalar para o atendimento ao SARS COV 2. Ocorreu o fortalecimento de Hospitais macrorregionais e regionais para a descentralização de ações e serviços de saúde no estado. Como apoio diagnóstico o Laboratório Central (LACEN) teve papel de destaque na agilidade e inovação tecnológica para a realização dos diagnósticos laboratoriais da COVID-19. 

JMN - Além da continuidade no enfrentamento a pandemia, quais outros pontos serão trabalhados com atenção pela Sesapi?

FN - Redução das filas em atendimentos especializados e cirurgias, serviços esses que foram muito prejudicados pela pandemia; Fortalecimento da atenção primária em todo o estado do Piauí; Descentralização dos serviços especializados como neurocirurgias e cardiologia nas nossas regiões de saúde; maior utilização de ferramentas tecnológicas (telemedicina e tele consultas), serviços esses que foram extremamente importantes na pandemia; Centralização do serviço de licitação e compras, gerando economia e rapidez no abastecimento das nossas unidades hospitalares. Focaremos ainda no fortalecimento do nosso Laboratório Central de Saúde Pública com reforma e implementações de políticas de trabalho que darão maior segurança e resolutividade nas tomadas de decisões voltadas para a saúde pública do estado do Piauí. Reorganização de todo o planejamento regional integrado em todas as nossas regiões de saúde, podendo atuar de forma célere e voltada aos problemas loco regionais.

JMN - É possível sonhar com o fim da pandemia em 2022?

FN - É muito cedo para fazer essa afirmação, uma vez que vários países do mundo enfrentam novas ondas de casos da Covid-19. A Organização Mundial da Saúde tem dito que o Brasil também poderá sofrer um revés, com um consequente aumento de casos. No entanto, estamos otimistas com os altos índices de imunização no Brasil, é essencial que a imunização continue evoluindo, garantindo uma imunização homogênea, não somente no Brasil, mas em todo o mundo. Somente assim poderemos olhar para um futuro sem pandemia. No Piauí estamos comprometidos em continuar ampliando os índices de cobertura vacinal, hoje temos quase 75% da população totalmente imunizada. Estamos em primeiro lugar no nordeste e em segundo do Brasil com esses números, mas precisamos trabalhar pela imunização universal de todos os piauienses. A Sesapi já possui estoque das seringas para iniciar a vacinação do público de 5 a 11 anos, tão logo o Ministério da saúde libere as vacinas para esse grupo. 

JMN - A telessaúde vem entrando em pauta com mais veemência nos últimos meses, que experiências o Piauí já têm e quais pretende desenvolver?

FN - O Piauí já realiza cirurgias por videolaparoscopia em 17 hospitais da rede estadual, tendo realizado em 2021 o primeiro mutirão de cirurgia de videolaparoscopia do estado. Foi inédita a realização simultânea de cirurgia de vídeo em 17 unidades hospitalares. Durante toda a pandemia usamos da tecnologia de teleconsulta para continuar atendendo a nossa população para que ninguém ficasse sem atendimento médico. A Sesapi também utilizou através da Universidade Federal do Piauí (UFPI); Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e Hospitais da Rede Pública e Privada de recursos de educação permanente com videoconferências, aulas virtuais e segunda opinião consultiva como forma ágil de transmitir conhecimentos para a melhor intervenção junto ao paciente. O estado tem desenvolvido um espaço de aprendizagem através da metodologia de simulação realística, realizada através da Coordenação estadual do SAMU.

 JMN - A descentralização do atendimento pelo interior é uma questão sensível, o que o Governo vem fazendo para ampliar essa assistência?

 FN - Fortalecimento da rede hospitalar estadual com implementação de serviços e ações de saúde ampliando o acesso à média e alta complexidade nas quatro macrorregiões de saúde do estado. A aquisição e recebimento por doação de equipamentos hospitalares contribuiu com o incremento de leitos de terapia intensiva (aumento de 140) e de Estabilização ( aumento de 50). Outro ponto que ajuda na descentralização é a realização dos mutirões de cirurgias eletivas. Unidades mas bem preparadas podem realizar esses mutirões para a população de suas regiões de saúde. Dessa forma temos as demandas da população sendo atendidas em todo o estado sem que as pessoas precisem se deslocar de suas cidades para conseguir ter atendimento e no caso dos mutirões, acesso aos procedimentos cirúrgicos. 

JMN - Por fim, o que o senhor destaca de obras da saúde a serem entregues em 2022?

FN - É importante destacar que mesmo com a pandemia nós não paramos os trabalhos e investimentos na nossa rede de saúde. Tivemos obras ao longo desse período de pandemia que garantiram melhorias na qualidade dos serviços prestados a nossa população. Um dos exemplos disso foi a entrega, em agosto, das reformas do Hospital Infantil Lucídio Portella, que entre vários pontos ampliaram a capacidade de atendimento da população e da realização de cirurgias pediátricas. Entre as obras em andamento para a conclusão neste próximo ano de 2022 podemos destacar primeiramente nova Maternidade de referência do nosso estado, que vem encerrando o ano com 90% de sua estrutura concluída e deve ser entregue no primeiro trimestre de 2022. A ideia é trazer um centro de referência para nossa população, tendo um atendimento de qualidade e humanizado, fazendo com que as piauienses que cheguem até a nova maternidade se sintam completamente acolhidas e bem acompanhadas no momento da gestação e do parto. A nova maternidade contará com 286 leitos, 115 deles destinados à terapia intensiva, com 20 unidades de UTI materna e 30 leitos de UTI neonatal. Além disso, mais 45 leitos de cuidados intermediários e 20 leitos intermediários Canguru, espaço destinado para o acolhimento de mãe e bebê. Temos também o Hospital Natan Portela, que está com a reforma em fase de conclusão e será a primeira Unidade Respiratória de Tratamento Intensivo do Estado do Piauí. Já foram reformadas duas UTI´s, setor de pressão negativa e foi feito um prédio anexo para abrigar todos os setores administrativos do hospital, que saíram do prédio principal. Serão abertos seis blocos de enfermaria, dois desses blocos serão de pressão negativa; a unidade de saúde terá um Centro de Terapia Intensiva de 20 leitos. A UTI será ampliada de sete para dez leitos. No litoral, na região de Parnaíba, posso destacar a autorização da licitação da obra de reforma e ampliação geral do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), que ganhará mais 164 leitos de internações, 10 leitos de UTI para atendimento de alta complexidade; construção da ala de obstetrícia, auditório, necrotério, farmácia e almoxarifado. Estão previstas ainda reformas de melhoria no centro cirúrgico, urgência, repouso, climatização do hospital, subestação de energia elétrica e melhoria do sistema de saneamento. Ainda em Parnaíba temos a implantação do CER IV, que atenderá quatro tipos de deficiências (física, auditiva, visual e intelectual), que será referência para todo o território da Planície Litorânea. Na cidade de Picos, o Governo do Estado está construindo um novo e moderno hospital que vai ampliar a capacidade de atendimento na macrorregião de Picos, que concentra cerca de 41 municípios. Mais leitos, mais UtIs e serviços especializados. Temos ainda outras melhorias programadas por toda rede, mas o importante é destacar que nosso trabalho é focado em melhorar a qualidade dos serviços de saúde ofertados para os piauienses, garantindo que em qualquer lugar do estado, nossa população tenha acesso a serviços de saúde de qualidade e excelência. 



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