Pai Luiz de Oxossi denuncia intolerância religiosa de vizinhos em Teresina

Um boletim de ocorrência foi registrado no 4° Distrito Policial nesta semana. Uma audiência já está marcada para a próxima quarta-feira (11).

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O Presidente do Conselho Municipal de Juventude de Teresina (COMJUV) e dirigente do congá de São Sebastião, Luiz Antônio de Moura Silva, o Pai luiz de Oxossi, denunciou que está sofrendo intolerância religiosa por parte de vizinhos Vila Angélica, no Bairro Areias, zona Sul da capital. Um boletim de ocorrência foi registrado no 4° Distrito Policial nesta semana. 

Em entrevista ao Meionorte.com, o líder religioso relatou que na manhã da última terça-feira (03), duas vizinhas entraram em discussão em sua rua e o motivo inicial do desentendimento se deu quando uma delas se incomodou porque a outra estava em sua porta lhe jogando ofensas. Então, as duas foram tratar suas diferenças na via pública. 

A partir daí, uma de suas filhas de santo ao ouvir na discussão o nome de Pai luiz de Oxossi, se dirigiu a sua casa para comunicá-lo do que estava acontecendo naquele momento. Em seguida, ele explicou que saiu do quarto e sentou-se no sofá da sua sala, de onde tinha clareza de tudo o que ouvia e o que estava acontecendo na rua. 

Pai luiz de Oxossi denuncia intolerância religiosa de vizinhos em Teresina (Foto: Divulgação)

A filha imediatamente foi até a varanda da casa do pai de santo e posicionou o celular para gravar a discussão que sem motivo aparente, envolvia o nome do sacerdote. Logo em seguida, outras filhas que residem na mesma comunidade começaram a chegar na residência, pois a discussão, gritos e ofensas estavam sendo escutados não só pelos vizinhos da rua, mas também por ruas próximas, além dos vizinhos se encontravam na rua presenciando tudo.

“Me deparei com meu filho de santo angustiando me chamando e dizendo que meu nome estava na rua. Quando saí, presenciei a vizinha, que é evangélica, me defendendo diante de outros vizinhos que já é de costume nos tratar de maneira satânica e ironizando nossa religião. Ela dizia que somos filho de Deus, assim como todos. E aí ele falou que sou ‘macumbeiro sem-vergonha’, que quero ser dono do mundo, que ‘ninguém pode mais do que Deus’, como se eu quisesse isso. Várias vezes já fomos tratados de tal forma, mas em nenhum momento a gente gravou. Até porque nossa religião preza sempre para manter a paz. Acusou minha filhas de várias coisas. Injúrias e mais injúrias. Foi homofóbico demais. Chamou algumas de ‘sapatona’, chamou filho de ‘cafetão’. Sendo que todos tem nome e respeito dentro da comunidade. Temos um trabalho social na comunidade prestado, dentro da nossa cidade e nosso estado”, relatou. 

O vizinho (do vídeo acima) também ameaçou a segurança do sacerdote, chamando-o para briga, ameaçando a todos (as) com promessas de armas de fogo, segundo Luiz Antônio. Ainda de acordo com o Pai Luiz de Oxossí, que também é Presidente da associação beneficente amigos de todos (ASBAMTO), ele foi injustamente ofendido na porta de sua residência, sofreu injúria racial, intolerância religiosa, difamações e pede justiça. 

Além disso, para a reportagem, ele destacou que não revida há anos as ofensas vindas dos vizinhos, mas agora luta por seus direitos e direitos de seus filhos, pois conforme o mesmo, a sua segurança e a segurança de seu povo que professa sua mesma fé está em risco.

“Pedi para minha filha gravar aquelas atrocidades, ofensas. Por se tratar do meu religioso, meu sagrado. A intolerância religiosa é crime. Injúria é crime. E a gente ficou profundamente ofendido. Exatamente por termos um nome ao zelar e por fazer o bem as pessoas. Ser acusados de coisas que não foram feitas dói na alma. Não é de hoje que essas coisas não estão acontecendo. Toda vez que ele passa por um dos filhos da casa, ele faz o sinal da cruz, se benzendo, no dito popular. Isso como se a gente fosse o demônio, coisa ruim. A esposa do mesmo grita em alto bom som, como se a gente quisesse o mal dela. Quero justiça pela minha tradição, por estar vivendo em um estado laico por direito e de exercer a minha fé, de ir e vir e professor o meu credo. Minha legislação me garante isso”, completa. 

Uma audiência já está marcada para a próxima quarta-feira (11) no 4° DP sobre o caso. 

Pai luiz de Oxossi denuncia intolerância religiosa de vizinhos em Teresina (Foto: Divulgação)



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