Parque Floresta Fóssil ganha estrutura para visitação

A fase de implantação do canteiro de obra para a construção do Parque Ambiental Floresta Fóssil, que será localizada na Avenida Marginal Sul, recebeu um investimento de R$ 12 milhões

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O Parque Floresta Fóssil finalmente vai ganhar uma estrutura como sempre mereceu. Afinal, Teresina é a única capital do mundo a ter um sítio paleontológico dentro de seus limites. A fase de implantação do canteiro de obra para a construção do Parque Ambiental Floresta Fóssil, que será localizada na Avenida Marginal Sul, próximo ao balão do CFAP, recebeu um investimento de R$ 12 milhões.

Crédito: Raíssa Morais

Um grande potencial turístico que estava adormecido. Agora promessas de um futuro com mais ciência natural na capital. É o que explica o Juan Cisneros, doutor (Phd) em Geociências pela Universidade de Witwatersrand, África do Sul, e professor da Universidade Federal do Piauí (Ufpi).

“Já deveria ter esse museu há muito tempo”, dispara Juan Cisneros. “Teresina é a cidade que mais merece um Museu de Paleontologia porque é a única capital que possui um sítio paleontológico dentro dos seus limites. Inclusive o Estado do Piauí tem uma certa vocação para esse turismo científico. Por exemplo, as pessoas que visitam a Serra da Capivara certamente teriam interesse em conhecer a Floresta Fóssil”, acrescenta o professor.

O espaço vai permitir a área seja aproveitada. “Teresina tem uma floresta petrificada que não é aproveitada. É um atrativo com potencial turístico grande. Nem quem mora em Teresina conhece a Floresta Fóssil. Não pode entrar, é perigoso, não tem segurança, o mato é alto, é difícil o acesso porque não existem trilhas… Mas tendo a infraestrutura e um centro com guias vai permitir que valorizemos isso, além de entender o valor disso”, explica Cisneros.

Os troncos da floresta fóssil datam do período permiano, que tem aproximadamente cerca de 280 milhões de anos atrás. Elas dizem muito sobre como era a Teresina no último período da Era Paleozóica. “São fósseis mais antigos que a época dos dinossauros. Essa floresta é importante para o mundo inteiro, porque registra uma época muito antiga. Assim é possível identificar como era o clima daquela época. Aqui haviam gimnospermas, que não crescem em clima quente, então Teresina era uma região bem mais fria. Precisamos conhecer o clima do passado para entender as mudanças climáticas”, afirma o doutor em Geociência.

O processo de fossilização dos troncos permite um melhor estudo do rico material disponível à beira do Rio Poti. “Os troncos foram soterrados. Todo ser vivo que vira fóssil é soterrado por algo. No caso da Floresta Fóssil deve ter acontecido algum soterramento de uma lama rica em sílica, que é um mineral que entra dentro das células. Isso faz com que a planta se petrifique de forma uniforme e detalhada. Se você observar os troncos você percebe todos os tecidos, que parecem que morreram ontem”, revela o professor.

Crédito: Raíssa Morais

Um vasto campo de estudo 

O Parque Floresta Fóssil guarda mistérios. O que teria petrificado aquele grupo de árvores? Teria sido um vulcão? Uma avalanche? Um maremoto? O cerco é que a sílica que penetrou as células dos troncos fez com que aquela matéria vegetal se transformasse em um rico campo de pesquisa, com muitas perguntas sem resposta.

A estrutura do Parque vai permitir estudos mais apurados. “Ainda não sabemos o que trouxe essa lama. Pode ter sido um vulcão que entrou em erupção e as cinzas, ricas em sílica, se transformaram em lama com a chuva. São muitas hipóteses. Não sabemos ainda como foi esse processo. Com o parque aberto vamos continuar estudando a Floresta por muito tempo. Vai facilitar nossos estudos, claro. Tem muitas perguntas que ainda precisam ser respondidas”, conta Juan Cisneros.

A Floresta Fóssil é muito importante porque preservou os troncos em posição de vida. “Isso é muito raro no mundo. É comum encontrar troncos que foram petrificados que estão deitados no chão, horizontais. Eles morrem, caem no chão e podem ser levados pelas águas da chuva ou rios para um lugar mais longe. Mas aqueles ali, na vertical, mostram que toda a floresta se transformou em fóssil na posição que ela estava crescendo”, considera o pesquisador.

Crédito: Raíssa Morais

Estrutura do Parque deve ficar pronto em um ano

O Parque Ambiental da Floresta Fóssil do rio Poti constitui um acervo paleontológico raro, que contém troncos datados da era Paleozóica, com aproximadamente 280 milhões de anos. O Parque guarda informações importantes que representam fontes de pesquisa para estudiosos, sendo o único no mundo com troncos em posição de vida dentro da zona urbana. A infraestrutura do parque deve ficar pronta em um ano.

Quem fala sobre a obra é a engenheira da SDU Centro Norte, Adélia de Melo. “A implantação de uma infraestrutura para o Parque Floresta Fóssil é muito importante. O parque já existe, mas não havia estrutura para visitação. O que faremos lá é colocar um bloco de administração e um bloco de apoio ao visitante, além do museu de paleontologia para poder preservar todo esse acervo dos fósseis que vão ser encontrados durante essa obra. Esse material será arquivado no museu para visita e turismo”, revela.

Em breve os teresinenses vão poder contar com mais uma estrutura de lazer. “A obra já iniciou. Estamos na fase preliminar de limpeza e desmembramento, depois vamos passar para as fundações dos prédios. A gente espera que o parque seja entregue em fevereiro do ano que vem”, finaliza Adélia de Melo.

Crédito: Raíssa Morais



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