Pastores ligados ao PCC movimentaram R$ 206 mi em 18 anos, diz MP-RN

Estima-se que o grupo tenha utilizado pelo menos R$ 23 milhões provenientes do tráfico de drogas para estabelecer sete igrejas evangélicas

Valdeci Alves dos Santos é apontado como o integrante do alto escalão do PCC | Divulgação-PRF
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Relatório do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MP-RN), mostra que um grupo de pastores ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) realizou movimentações financeiras no valor de R$ 206.579.045,28, distribuídos em 215 contas bancárias durante o período de 2 de janeiro de 2003 a 31 de outubro de 2021. As informações são do colunista Josmar Jozino, do UOL. 

Conforme informações do MP-RN, Valdeci Alves dos Santos, de 51 anos, conhecido como "Colorido", é apontado como o  integrante do alto escalão do PCC . Ele fugiu da prisão em São Paulo em agosto de 2014, mas foi recapturado em abril de 2022 em Pernambuco e posteriormente transferido para a Penitenciária Federal de Brasília.

Valdeci Alves dos Santos, juntamente com dois de seus irmãos, um sobrinho, uma cunhada e dois operadores financeiros ligados ao grupo, foram formalmente denunciados ao sistema judicial do Rio Grande do Norte por crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A prisão preventiva dos envolvidos foi decretada em fevereiro deste ano, como resultado da operação denominada "La Plata". Todos eles, além de outros investigados que não foram presos, mas cumprem medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, também tiveram a quebra de sigilo bancário decretada judicialmente.

Segundo cálculos do MP-RN, estima-se que o grupo tenha utilizado pelo menos R$ 23 milhões provenientes do tráfico de drogas para estabelecer sete igrejas evangélicas em São Paulo e no Rio Grande do Norte, bem como para adquirir imóveis, fazendas e rebanhos bovinos. Essas informações foram reportadas anteriormente nesta coluna, em 14 de fevereiro deste ano.

Após investigações conduzidas pelos promotores de Justiça, foi constatado que um aliado de Valdeci, identificado como o principal operador financeiro do grupo, movimentou juntamente com seus familiares a quantia de R$ 39,6 milhões. Antes de ter a prisão preventiva decretada, ele residia na cidade de Jardim de Piranhas, localizada no Rio Grande do Norte.

Destaca-se que apenas nas contas bancárias desse operador financeiro foram movimentados R$ 35 milhões. As investigações revelaram que esse montante supera a receita anual da cidade de Jardim de Piranhas, a qual possui uma população de aproximadamente 15 mil habitantes.

 Durante a Operação La Plata, o sobrinho de Valdeci, que também foi preso, enfrenta acusações de ter aberto 49 contas bancárias em 23 instituições financeiras diferentes. Vale ressaltar que ele trabalhava como gari e utilizou sua posição como "laranja" para se tornar o titular de um imóvel que, na realidade, pertencia ao seu tio.

Um dos irmãos de Valdeci e sua cunhada, ambos presos em São Paulo, foram acusados de acumular um patrimônio avaliado em R$ 6 milhões. O casal, que era amplamente conhecido no interior paulista, atuava como pastores. O Ministério Público do Rio Grande do Norte alega que eles fundaram as igrejas vinculadas ao núcleo ligado ao PCC com o intuito de realizar a lavagem de dinheiro. Outro irmão de Valdeci chegou a movimentar R$ 1,7 milhão em contas bancárias. Era em nome dele que o integrante do alto escalão do PCC portava documento falso quando foi capturado por policiais rodoviários federais na cidade pernambucana de Salgueiro.



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