Pe. Tony Batista declara que igrejas não vão abrir

“Teresina vai continuar do mesmo jeito”

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As medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) vem sofrendo mudanças no Brasil. O presidente Jair Bolsonaro acrescentou algumas atividades à lista de “serviços essenciais” que não ficam suspensos durante à pandemia do novo coronavírus, que já provocou a morte de quase 20.000 pessoas no mundo.

Entre elas, estão as casas lotéricas, produção de petróleo e de energia elétrica, pesquisa científica e “atividades religiosas de qualquer natureza”. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União nesta quinta-feira  (26) e autoriza o funcionamento e prestação de serviços desses locais. Entretanto, autoridades religiosas da capital do Piauí - estado que já tem 9 casos confirmados da doença e 190 suspeitos- asseguram que o isolamento vai continuar.

O Vigário Geral da Arquidiocese de Teresina, padre Tony Batista, fez uma declaração sobre o decreto “Pode mudar, pode ser urgência, a atividade pode ser essencial, mas Teresina vai continuar do mesmo jeito. Nós não estamos celebrando para o público e os fiéis não estão sem assistência. Todos os padres estão celebrando através da internet e rádio. A gente vai se virando para atender a nossa comunidade com muita presteza, carinho e com muito zelo, mas não vamos abrir igreja para celebrar com o público em absoluto”, falou.

Pe. Tony Batista / Grupo Meio Norte

Como sacerdote de umbanda e líder religioso de matriz africana, pai de Santo Rondinele Santos, também não concordou com a liberação e continua com as atividades do terreiro suspensas.

“Até sinto falta das atividades religiosas coletivas, como as giras, os toques e as obrigações nos terreiros. Mas o que está em jogo hoje é a vida das pessoas. Precisamos cuidar um do outro e nesse momento precisamos rezar de nossas casas”, falou.

Pai Rondinele / Arquivo pessoal

Pai Rondinele realiza giras e consultas em um terreiro que recebe mensalmente cerca de 300 a 500 pessoas, assim como vários espalhados pela cidade, compostos em sua maioria por idosos. O líder religioso explicou que a atitude de abrir as portas no atual momento coloca vidas em risco.

“Nós sabemos que as atividades religiosas são essenciais. Mas as pessoas podem fazer seus cultos e orações com seus familiares em casa. Nós que somos de matrizes africanas estamos executando isso dentro de nossos terreiros. Para evitar aglomeração é essencial que cada um tenha consciência que podemos cuidar uns dos outros”, declara.

A capital do Piauí possui mais de 800 terreiros, segundo levantamento realizado pelo aplicativo “Eu Tenho Fé”, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Teresina. O menor deles é frequentado por cerca de 30 pessoas e os maiores chegam a 300 e 500 religiosos, informou pai Rondinele.



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