Peles de Tilápia do Brasil vão ajudar vítimas de explosão no Líbano

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará se mobilizaram para ajudar as vítimas da tragédia que deixou 4 mil feridos e mais 100 mortos

O banco de peles do Ceará, o primeiro do Brasil, já produziu mais de 3000 unidades de peles | Divulgação-UFC
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Em um dos capítulos da segunda temporada da série "O bom doutor", em inglês "The Good Doctor", a escolha de peles de peixe do Brasil para tratar uma paciente que teve o corpo queimada acelerou a cicatrização. É, as pessoas ficam surpresas, mas pele da Tilápia (espécie de peixe) é indicada para tratamento de queimaduras. 

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará se mobilizaram para ajudar as vítimas da tragédia que deixou 4 mil feridos e mais 100 mortos no Líbano com a explosão em Beirute. 

Os cientistas, que desenvolvem um estudo inédito sobre uso de pele de Tilápia no tratamento de queimaduras, ofereceram a doação de mais de 40 mil cm² de pele de seu estoque para o tratamento dos libaneses. A doação deve ocorrer nos próximos dias por conta da liberação do envio.

O banco de peles do Ceará, o primeiro do Brasil, já produziu mais de 3000 unidades de peles-Foto: Divulgação/UFC

Em mais de dois anos e meio de funcionamento, o banco de peles do Ceará, o primeiro do Brasil, já produziu mais de 3000 unidades de peles do estudo que utiliza a pele desse peixe para tratamento de queimaduras em pacientes. As unidades são utilizadas em pesquisas dentro e fora do país. 

Conforme estudos da UFC, o método possui inúmeras vantagens, entre elas a redução drástica das dores e de desconfortos aos pacientes pela menor troca de curativos. A pele da Tilápia tem proteína e colágeno tipo 1 semelhante à pele humana. 

A pesquisa sobre o uso da pele de Tilápia para o tratamento de queimados teve como provedor o médico pernambucano Marcelo Borges. "A tilápia funciona como um curativo biológico, ela tampona a ferida, ela veda, ela adere como se fosse um cola, permanece por vários dias. Isso faz com que haja uma redução tremenda no risco de infecção, mas sobretudo uma grande redução da dor que é bem característica no tratamento das queimaduras", escreveu Borges ao JMN.

Até agora, a pele da Tilápia é refrigerada em saco plástico, mas em breve, não precisará mais ser refrigerada podendo ser armazenada em prateleiras, longe do frio. Essa técnica simples, barata é menos dolorosa para o tratamento de queimaduras de segundo e terceiros graus poderá ser incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará trabalhando com peles de Tilápia em laboratório-Foto: Divulgação/UFC

A técnica para tratar queimaduras foi idealizada e patenteada pelo médico Marcelo Borges depois que ele leu, em 2011, uma matéria em um jornal de Pernambuco sobre o uso da pele do peixe no artesanato.

Países como Alemanha, Estados Unidos, Holanda, Guatemala e Colômbia também estudam o benefício do tecido no tratamento de queimados.

Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará trabalhando com peles de Tilápia em laboratórioFoto: Reprodução/Viktor Braga/UFC

 



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