Piloto da TAM acelerou quando estava na pista em Congonhas

Autoridades que investigam o acidente com o avi?o da TAM afirmaram ao G1 que o piloto, por algum motivo ainda n?o esclarecido, acelerou a aeronave depois de j? ter tocado com os pneus na pista de Congonhas durante o pouso.

Essa primeira an?lise do acidente pelos ?rg?os de governo, ainda preliminar, foi feita ap?s a coleta de imagens do aeroporto (com filmagens da pista principal), de informa?es de operadores da torre de controle e de dados fornecidos por pilotos de outras aeronaves.

Ao G1, fontes do governo disseram que o avi?o iniciou seu pouso de maneira correta, tocando no solo de Congonhas antes da marca 1.000 -uma pintura com duas faixas brancas paralelas na pista.

A marca fica a 1.000 p?s (cerca de 330 metros) da cabeceira da pista. A pista tem 1.940 metros.

Se o avi?o tocar o solo antes ou em cima da marca, esse ? um dos primeiros ind?cios para o piloto de que ele iniciou corretamente seu procedimento de pouso. Se o avi?o tocar o solo ap?s a marca 1.000, pode ser recomend?vel que o piloto arremeta -tente acelerar e levantar v?o novamente.

Um outro fator que refor?a a tese de um in?cio de pouso normal ? o fato de a torre de controle de Congonhas ter permitido a decolagem de outro avi?o segundos depois de o v?o da TAM ter tocado na pista.

As informa?es que as fontes do G1 obtiveram indicam que o avi?o voltou a acelerar em um momento em que ele j? estava desacelerando, bem avan?ado na pista de Congonhas. Para eles, isso indica que o piloto tentou arremeter. N?o est? descartada, no entanto, alguma falha t?cnica que tenha feito o avi?o acelerar sem que fosse essa a vontade do piloto. Ou ainda que o piloto tenha tentado algum outro procedimento.

Mas, quando o piloto tentou essa manobra (ou a aeronave acelerou involuntariamente), o avi?o j? estava avan?ado na pista de Congonhas -uma pista considerada curta, principalmente em dias chuvosos, em que se faz necess?rio um maior espa?o para a frenagem completa da aeronave.

Teria sido, portanto, uma manobra arriscada -mas n?o necessariamente imposs?vel. Ou uma falha no equipamento que levou a aeronave a acelerar inexplicavelmente.

O acidente

O acidente foi o mais grave da hist?ria da avia??o brasileira. At? agora j? foram confirmadas 165 mortes.

O avi?o da TAM levava ao todo 186 pessoas. Mas o n?mero de v?timas deve ser maior, j? que a aeronave saiu da pista de Congonhas e atingiu um pr?dio da mesma empresa ap?s atravessar a avenida Washington Lu?s, uma das mais movimentadas de S?o Paulo, no in?cio da noite de ter?a-feira (17).

Os bombeiros estimam que cerca de 200 pessoas morreram nessa trag?dia. At? ent?o o maior acidente da avia??o brasileira havia ocorrido em setembro do ano passado, com 154 mortos numa colis?o entre dois avi?es em pleno ar, nos c?us da Amaz?nia.

Relat?rio Oficial

A Aeron?utica iniciou j? no dia do acidente uma investiga??o sobre suas causas. O prazo legal para o primeiro relat?rio conclusivo ? de 90 dias, mas na pr?tica as autoridades costumam pedir alongamento do prazo.

Ser? esse relat?rio que vai confirmar ou desmentir as hip?teses estudadas pelas autoridades brasileiras e citadas nesta reportagem.

"O Cenipa vai analisar a caixa-preta e os dados t?cnicos dispon?veis e montar esse quebra-cabe?a", disse ao G1 o comandante Ronaldo Jenkins, representante do Sindicato Nacional das Empresas Aerovi?rias no grupo de especialistas que vai investigar o caso.

Ele n?o quis levantar hip?teses sobre o que pode ter ocorrido no v?o JJ 3054. E ressaltou que ? preciso verificar se houve danos nas caixas-pretas. "Se elas sofreram danos com o impacto da aeronave, ter?o de ser remetidas ? f?brica para a degrava??o."

Poss?veis Causas

Tr?s mecanismos principais s?o os respons?veis pela diminui??o segura da velocidade do avi?o ao longo do procedimento de aterrissagem.

O primeiro deles envolve os chamados flapes, extens?es das asas que ficam unidas a elas por articula?es e ajudam a aumentar a