Polícia retoma buscas por irmã da menina encontrada no fundo do mar

Corpo de Olívia, de 6 anos, foi encontrado a mil metros de profundidade, dentro de uma mala presa a uma âncora.

Foto de Ana e Olivia Gimeno Zimmermann | Divulgação
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Uma embarcação retomou nesta segunda-feira (14) a busca no mar por Ana, de apenas 14 meses, que desapareceu no final de abril junto com a sua irmã Olivia, de 6 anos. Elas foram levadas pelo pai em Tenerife, na Espanha, sem a autorização da mãe.

O corpo de Olivia Gimeno Zimmermann foi encontrado a mil metros de profundidade no mar, dentro de uma mala presa a uma âncora, na quinta-feira (11). O pai, Tomás Gimeno, é o principal suspeito do crime e está foragido.

Outra bolsa semelhante foi encontrada por um navio de pesquisa oceanográfica especial, que auxilia nas buscas, mas segundo a Guarda Civil espanhola estava vazia. Um robô subaquático também é utilizado na operação.

A polícia diz que, antes de desaparecer com as crianças, Gimeno fez uma última ligação para a mãe, de quem estava separado, "com um tom de despedida". A suspeita é que ambas foram assassinadas para causar uma "dor desumana em sua ex-companheira".

Oficiais da guarda civil trabalham no porto de Santa Cruz de Tenerife, na Espanha, em 11 de junho de 2021. País está em choque após investigadores encontrarem no fundo do mar o corpo de uma menina de 6 anos, que tinha sido levado semanas antes com uma irmã de 14 meses pelo pai — Foto: Europa Press via AP 

O crime chocou a Espanha e causou uma onda de protestos em diversas cidades, convocados por coletivos feministas para repudiar os crimes.

Em uma carta aberta publicada no fim de semana, a mãe das meninas, Beatriz Zimmermann, pediu que a morte das pequenas "não tenha sido em vão" e sirva para dar visibilidade "à violência vicária" (que é infligida aos filhos para que a mãe sofra).

Sigilo do caso

No fim de semana, um tribunal das Ilhas Canárias, arquipélago espanhol na costa da África, tirou o sigilo do caso e divulgou os detalhes em um comunicado. Tenerife é a maior ilha do arquipélago.

Segundo os documentos, a suspeita é que o pai, Tomás Gimeno, "matou suas duas filhas em sua casa e depois jogou os corpos no mar", onde seria difícil encontrá-los.

O objetivo do pai, que está foragido, era "matá-las de maneira planejada e premeditada, com o objetivo de causar uma dor desumana em sua ex-companheira".

Olivia, Ana e Tomás Gimeno desapareceram no dia 27 de abril, em Tenerife, na Espanha — Foto: Divulgação via BBC 

A necrópsia do corpo de Olivia determinou que a menina teve uma "morte violenta". "Embora apenas o corpo de Olivia tenha sido localizado até o momento, a hipótese factual mais provável sobre Anna é, infelizmente, a mesma", segundo o tribunal.

As buscas

Os investigadores iniciaram uma ampla busca pelas meninas em terra e no mar, mas se concentraram nas águas de Tenerife após o barco de Gimeno ter sido encontrado vazio e à deriva.

Segundo a imprensa espanhola, o pai das duas meninas foi visto pela última vez carregando bolsas esportivas em seu barco.

A Interpol se juntou às buscas, publicando as fotos das duas garotas e emitindo os chamados "avisos amarelos", de pessoas desaparecidas.

Foto de Ana e Olivia Gimeno Zimmermann, que sumiram após terem sido levadas pelo pai sem o consentimento da mãe. Tomás Gimeno é o principal suspeito do crime e está foragido. — Foto: Divulgação 

Violência contra a mulher

Na sexta-feira (11), o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, afirmou que "toda a Espanha está comovida" pelo caso. "Não consigo imaginar a dor da mãe das pequenas Anna e Olivia".

Ao menos 39 menores de idade foram assassinados pelos próprios pais ou pelos companheiros ou ex-companheiros de suas mães desde 2013 no país, segundo dados oficiais.

Além disso, .096 mulheres foram mortas devido à violência de gênero na Espanha desde 2003, quando começou a contagem oficial. Foram 18 assassinatos apenas em 2021.



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