Empresário diz à PF que emprestou apartamento para Geddel

Volume era tamanho que policiais levaram 14 horas para contabilizar

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O empresário Sílvio Silveira apontado como dono do apartamento onde foram encontrados R$ 51 milhões que seriam de Geddel Vieira Lima se apresentou à Polícia Federal e admitiu ter emprestado o imóvel, localizado numa área nobre de Salvador, para o ex-ministro guardar documentos. A informação foi divulgada pelo Superintendente da PF na Bahia, Daniel Madruga, nesta quarta-feira (6).

Sílvio se apresentou na terça-feira (5), após ser intimado, e, de acordo com a PF, disse, no entanto, que não sabia que o local estava sendo usado para guardar dinheiro. Conforme o superitendente, o empresário relatou que cedeu o imóvel para que Geddel guardasse pertences do pai, que morreu em janeiro de 2016.

"A informação que a gente tem é que esse apartamento teria sido emprestado supostamente para colocar pertences do pai do ex-ministro Geddel. E quando nós fomos lá, nos deparamos com o dinheiro. Na verdade, teria sido uma desculpa que ele usou para obter o apartamento emprestado", disse Madruga.

Os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento supostamente ligado ao ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) representam a maior quantidade de dinheiro vivo apreendido na história do Brasil, segundo a Polícia Federal.

O volume era tamanho que policiais levaram 14 horas para contabilizar todo o dinheiro, mesmo usando sete máquinas de contagem de notas. No total, foram registrados R$ 42.643.500,00 e US$ 2.688.000,00. O dinheiro seria depositado em uma conta judicial.

A quantidade lembra as grandes apreensões realizadas fora do Brasil contra cartéis de drogas da Colômbia e do México.

Uma das maiores apreensões de dinheiro vivo já realizadas no mundo ocorreu em 2007 no México. Foram encontrados mais de US$ 205 milhões (R$ 640 milhões) .em dinheiro na mansão de um suspeito acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro para cartéis de drogas e políticos.

No Brasil, algumas das maiores apreensões estão ligadas a corrupção, eleições e tráfico de drogas. Relembre alguns casos:

"Auditores Fiscais", em 2011 - R$ 12,8 milhões

Em agosto de 2011, a PF apreendeu R$ 12,8 milhões em espécie durante operação feita para desarticular um suposto esquema montado por auditores da Receita Federal. Pelo esquema, a suspeita era de que os auditores tinham desviado milhões dos cofres públicos.

Houve 25 mandados de busca e apreensão nas casas dos auditores. Ao fim da operação, foram presos cinco auditores, um doleiro e dois parentes de suspeitos, além da apreensão da quantia de R$ 12,8 milhões, considerada, até então, como a maior registrada no Brasil.

Traficante Abadia, em 2007 - R$ 2,1 milhões

O megatraficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia foi preso pela PF em agosto de 2007 em um condomínio de alto padrão em Aldeia da Serra, na Grande São Paulo. O acervo de Abadia, que incluía dinheiro vivo, joias e relógios, era equivalente a R$ 2,1 milhões, segundo a Justiça Federal. Parte do dinheiro estava escondida dentro de paredes da mansão do criminoso.

Em 2008, Abadia foi extraditado para os Estados Unidos. Ele foi condenado a 30 anos de prisão por quatro crimes --formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e uso de documentos falsos.  Em 2012, a Justiça Federal colocou a leilão 20 relógios importados do traficante.

"Aloprados", em 2006 - R$ 1,7 milhão

Duas semanas antes das eleições presidenciais de 2006, dois integrantes do PT foram presos pela PF em um hotel de São Paulo. A acusação era de que eles tentariam comprar um dossiê contra José Serra (PSDB), então candidato tucano ao governo do Estado de São Paulo.

Ao todo, os dois integrantes do PT tinham R$ 1,7 milhão em espécie. Luiz Inácio Lula da Silva, à época candidato à Presidência, afirmou na ocasião que se tratava de uma obra de "um bando de aloprados". Serra acabou eleito.

Em 2007, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) absolveu por unanimidade o PT de responsabilidade no caso, sob o argumento de que faltavam provas.



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