Preço da gasolina reduz lucro de motoristas de aplicativo em Teresina

Classe sofre com preços elevados do combustível da capital, fator essencial para o trabalho e que se refletido na baixa oferta para o consumidor

Preços elevados dos combustíveis preocupa trabalhadores | Raissa Moraes
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O preço da gasolina incomoda o bolso de quem depende dela para ir ao trabalho. Mas imagine depender da gasolina para trabalhar? Os motoristas de aplicativo representam uma das classes que mais sofrem com os preços elevados dos combustíveis. Com o valor elevado e custos de manutenção, a profissão está se tornando cada vez mais inviável com a redução de lucro.

Ingrid Silva sabe bem o que é isso. A funcionária terceirizada encontra problemas para retornar do trabalho no horário de meio dia. “Quase não tem carro e quando tem cancela. Já passei mais de uma hora tentando, até que procurei um mototáxi”, reclama.

Aumento do combustível tem dificultado o trabalho de muitos motoristas - Raissa Moraes

Reclamação

A reclamação de Ingrid é comum, mas tem uma explicação: com a redução progressiva do lucro dos motoristas, eles buscam “selecionar” as corridas.

 “O pessoal cancela porque está realmente muito caro, não queremos fazer corridas curtas com muito trânsito porque é só para queimar gasolina”, revela um motorista que não quis se identificar por temer represálias da plataforma.

A escolha das corridas também prioriza valores em dinheiro. “Com o dinheiro dá para abastecer. Quando é no crédito, não cai na hora. Às vezes a gente tenta combinar mandando mensagem. Mas é uma questão de sobrevivência”, considera.

O preço do combustível no Brasil cresce de acordo com a variação do dólar, que está cada vez mais caro em relação ao real. Essa foi uma medida adotada pelo presidente Michel Temer em 2016 e que perdura até hoje.

Piauí possui uma das gasolinas mais caras - Raissa Moraes

Teresina tem a gasolina mais cara do Nordeste

O problema se acentua em Teresina, capital com o maior valor máximo (R$6,999) do combustível do Nordeste, junto com Natal (RN) e Maceió (AL), de acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Transporte, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O valor se iguala a capitais como São Paulo e Brasília. Na prática, a reportagem do Jornal Meio Norte encontrou postos comercializando o litro da gasolina por até R$7,299, em razão do delay do aumento progressivo, que já acumula mais de 75%.

O preço máximo da gasolina de Teresina pela ANP também é superior a capitais como Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). Já o Rio de Janeiro dispara na frente com R$7,299, exatamente o preço encontrado na capital do Piauí durante esta semana. (L.A)

Combustível pode chegar a R$10 o litro

De acordo com Stefano Lopes, economista e professor universitário, a gasolina pode chegar a até R$10 em dezembro se permanecer com aumentos progressivos. “A variação de câmbio é um dos principais fatores, além da evasão de divisas”, explica.

Preços estão aumentando  acada dia na bomba de  combustível -Raíssa Moraes

Motorista de aplicativo

No caso do motorista de aplicativo, motoboy, mototaxista e taxista a situação é ainda mais grave. “Isso porque o ganho dele já é reduzido e com o aumento do preço esse ganho será ainda menor. Além disso, existem outros custos, como documentação, seguro, às vezes aluguel. Não vejo o combustível diminuindo de preço no Brasil”, acrescenta.

O combustível, por ser um produto de demanda inelástica, não possui variações de consumo para baixo, mesmo com a alta dos preços. O que acontece na prática é que as famílias perdem poder de compra. Apesar de não ser um alimento, o combustível é essencial para o transporte. A gasolina sobe, o diesel também. Os preços dos alimentos também aumentam”, reforça Lopes.

Aumento

A realidade é que o aumento do combustível faz com que sobre menos no final do mês, seja para o rico ou para o pobre. Como o salário não acompanha esse crescimento, o impacto é duplo para o comércio, por exemplo. Aumenta o valor do frete e reduz o consumo. 

“O preço sai de caro para mais caro e o consumidor consome cada vez menos, exceto a gasolina. A não ser que troque o carro por uma bicicleta”, finaliza.(L.A)



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