A Justiça do Tocantins acatou uma denúncia feita pelo Ministério Público e tornou réus o prefeito do município de Carolina (MA), Erivelton Teixeira Neves (PL) e o vereador Lindomar da Silva Nascimento (PL), por terem realizado um aborto sem consentimento em uma mulher, em março de 2017.
Segundo a denúncia do MP, o procedimento ilegal foi realizado em um quarto de motel em Augustinópolis, no norte de Tocantins, por Erivelton, que também é médico, com o apoio de Lindomar, à época, seu motorista.
A vítima começou um relacionamento com o prefeito em 2010 e terminou em 2013 após descobrir que o gestor era casado. Ela chegou a casar com outro homem e, após o término desta relação, em 2016, reatou com Erivelton e meses depois descobriu a gravidez.
A denúncia aponta que, no dia do crime, os dois buscaram a vítima em casa e se hospedaram no motel por volta das 12h15. No local, o prefeito e a mulher fizeram sexo. Após o ato, ele fez uma ultrassonografia na amante que confirmou sua gestação e, posteriormente, afirmou que iria realizar uma coleta de sangue e então, injetou um sedativo nela.
O promotor Elizon de Sousa Medrado afirmou que Erivelton se aproveitou do momento de vulnerabilidade da vítima e realizou o procedimento de curetagem e contou com o apoio de Lindomar.
Após o ato, o prefeito e seu motorista conduziram a vítima até sua residência e, chegando lá, ligaram para uma enfermeira para dar apoio à mulher, que ‘estava bem debilitada’. A profissional, no entanto, não pode comparecer de imediato e os homens “evadiram-se do local e deixaram a vítima sozinha e desamparada”, diz a denúncia.
Ao deixar o local, Erivelton teria ficado com o exame de sangue que atestava a gravidez e o cartão de gestante da mulher. A enfermeira só conseguiu prestar socorro à vítima horas depois e a encontrou com sangramentos e um quadro de vômito.
O MP também reuniu prints de uma conversa entre a mulher e o vereador Lindomar após o procedimento, onde ela disse que estava sentindo dores e o questionou sobre o método que foi usado para raspar seu útero. O motorista então enviou nomes de alguns medicamentos prescritos por Erivelton para ela tomar.
Procurados, os dois ainda não se pronunciaram após o caso vir à tona.
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