Prêmio Piauí Inclusão Social: ONG leva arte e cultura a criança, jovem e idoso

O grupo realiza dezenas de oficinas para crianças e adolescentes de baixa renda em Teresina

Grupo possibilita o contato das pessoas com arte de qualidade | Kelson Fontinele
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Levar arte e cultura para pessoas da periferia da cidade ainda é uma ação difícil de se encontrar em Teresina. Quem aceita o desafio e pretende fazer isso com qualidade o faz com muita dificuldade.

Esse é o caso da Organização Ponto de Equilíbrio (Opeq), que desde 2010 dá a chance a crianças, adolescentes, idosos e até cadeirantes de estar em contato com as mais diversas formas de arte.

Antes de se transformar na Opeq, em 2010, trabalhos já vinham sendo realizados pelo grupo que forma hoje a ONG, desde 1999. Em 2005 eles deram um salto quando começaram a aprofundar seus estudos na área de dança contemporânea.

No total, a ONG desenvolve, hoje, 20 oficinas, ministradas por professores voluntários, que oportunizam a estes adolescentes o acesso à arte e cultura de qualidade de forma gratuita, em espaço adequado para atividades artísticas no centro de Teresina. No momento a Opeq atende 60 pessoas e está com inscrições gratuitas para outras 100 vagas.

?Ainda temos dificuldades para nos manter, mas nós fizemos um planejamento interno e decidimos abrir mais estas 100 vagas. Queremos que os interessados venham fazer suas inscrições para que possam participar junto conosco desse trabalho.

Nós queremos mais alunos, pois esse é o sentido da Opeq, levar arte e cultura a estas pessoas que não têm facilidade de acesso a esse tipo de serviço?, disse o presidente da Opeq, Luis Carlos Vale.

O aluno da oficina de dança contemporânea, Eclesiastes dos Santos, comemora a iniciativa da Opeq de estar levando esse tipo de serviço às comunidades que hoje são carentes de arte e cultura.

?Gosto muito de arte, já fiz teatro, mas esse é meu primeiro contato com a dança. Fico feliz de estar participando desse projeto, que é tão importante para a inclusão de jovens nesse mundo artístico. Hoje nós temos muitos jovens ociosos nas comunidades de Teresina?, afirmou.

O ?carro-chefe? da ONG é o Programa Cultivando, Cresço e Apareço. Este programa oferece arte e cultura para crianças e adolescentes de idades entre 07 a 17 anos que estejam matriculados na rede pública de ensino e que são atendidos pelo programa Bolsa Família.

As crianças integradas no Programa Cultivando, Cresço e Apareço recebem aulas de diferentes linguagens artísticas, como: a dança, teatro e música.

Organização se mantém de projetos e pequenos serviços

A Opeq, desde 2010, quando foi criada, enfrenta desafios financeiros para continuar levando arte e cultura para quem não tem acesso a isso.

A instituição se mantém das premiações recebidas pelo bom trabalho realizado em diversos editais, tanto locais e principalmente nacionais. Desde que foi criada, a organização já recebeu 22 prêmios, o primeiro em 2005.

Recentemente, ela recebeu o Prêmio Funarte de Teatro Myrian Muniz 2013, com o Musical Palmares, no valor de R$ 100 mil. ?Nós ficamos muito felizes de receber esse prêmio, principalmente por ser tão importante e em nível nacional.

Além disso, essa verba vai nos ajudar muito na implementação dos nossos projetos e manutenção da Organização?, disse Luis Carlos.

Além disso, a Opeq se mantém de um bazar e um restaurante, na sua sede, na Avenida José dos Santos e Silva.

Segundo Luís, o bazar paga os funcionários que não realizam trabalho voluntário e o restaurante paga as outras despesas, como água e luz, por exemplo. Já o dinheiro dos editais é responsável por dar um fôlego na execução dos projetos.

Idosos e cadeirantes também têm acesso à cultura

Apesar de uma das principais propostas da Organização Ponto de Equilíbrio (Opeq) ser levar arte e cultura para crianças e adolescentes de baixa renda das periferias da cidade, esse não é o único público da organização.

O grupo busca fazer a inclusão do piauiense na arte e cultura de forma bem mais ampla. Prova disso são os projetos voltados para contemplar idosos e cadeirantes da cidade.

Para os idosos, a Opeq realiza oficinas de arte e dança nos bairros da zona Norte da cidade. Monte Alegre, Monte Verde e Parque Brasil são os bairros que recebem as oficinas, mas idosos de toda a região podem fazer parte do projeto.

?A princípio, nós começamos nas praças desses bairros, mas hoje nós já temos como parceiros o pessoal do Centro de Produção do bairro Monte Alegre e as oficinas agora acontecem nesse espaço, que é mais confortável para os idosos?, explicou Luís.

Além desse, há o projeto Dança Eficiente, que já ganhou vários prêmios. Esse é voltado para cadeirantes, que realizam oficinas de dança contemporânea. ?Nós pesquisamos muito a dança contemporânea, mas também focamos em outras linguagens da dança.

Nosso grande objetivo com esse projeto é mostrar que uma pessoa que vive na cadeira de rodas é uma pessoa normal, como qualquer um de nós. A única diferença é essa limitação física e por isso precisa de cadeira de rodas?, afirmou o presidente da Opeq.

A cadeirante Mazé Alves, que participa das oficinas da Opeq desde 2005, afirma que esse projeto é muito importante na sua vida e já a inspira a vontade de seguir carreira profissional na área da dança. ?Não me vejo sem essa atividade.

Ela me traz conhecimento, amizades. Sou cadeirante e já fiz cirurgia, mas nada me impede de continuar na dança. Já me sinto uma dançarina profissional e quero continuar dançando, para mostrar o meu trabalho e incentivar outras pessoas?, pontuou.

O Musical Palmares

O Espetáculo Musical Palmares tem como principal objetivo integrar artistas negros, dentre bailarinos, atores e músicos que já desenvolvem um trabalho artístico de relevância no Estado do Piauí, para juntos realizarem uma obra artística (criação e exibição).

Um trabalho que aborda a história do povo negro no Brasil, enfatizando um processo enriquecedor culturalmente para nosso povo, como samba, capoeira, ritos e a culinária.

Foram esses aspectos explorados na elaboração das cenas, músicas, figurinos e movimentação. Ele leva ao público uma concepção arrojada que traz um elenco de qualidade.

As músicas ouvidas no espetáculo são inéditas e criadas para ele por artistas do Piauí, como Ricarado Totte e Saquá.

A dupla junta-se às intérpretes Assunção Aguiar, do Coisa de Nego, e à sambista Bete Moreno.



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