1º bebê de proveta do BR sobre pai da fecundação: “Muito grata”

Médico, pioneiro da fecundação in vitro, morreu na quarta-feira (10). Anna Paula Caldeira nasceu em 1984, em São José do Pinhais, no Paraná.

Anna Paula Caldeira | Arquivo Pessoal
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Após receber a notícia da morte do médico britânico Robert Edwards, pioneiro mundial da fecundação in vitro, o sentimento da brasileira Anna Paula Caldeira, primeiro ?bebê de proveta? da América Latina, foi de agradecimento. ?Eu sou muito grata. Ontem mesmo fiz uma oração para ele e agradeci pelos caminhos que ele abriu?, contou. Hoje com 28 anos, ela diz compreender melhor a importância histórica do nascimento dela.

Edwards morreu na quarta-feira (10), aos 87 anos. Ele foi responsável pelo nascimento do primeiro "bebê de proveta", a inglesa Louise Brown, em 25 de julho de 1978. O cientista foi premiado com o Nobel de Medicina em 2010, e viveu para ver 4 milhões de nascimentos que só ocorreram graças à fecundação in vitro.

?Ele cumpriu seu papel aqui. Com toda certeza, foi um ser que contribuiu para a história da civilização como um todo. Para a história do nosso mundo, e com certeza para a minha história também?, definiu Anna Paula, que nasceu em São José dos Pinhais, no Paraná. Ela veio ao mundo apenas seis anos após a primeira experiência de Edwards, no dia 7 de outubro de 1984, após procedimento realizado médico Milton Nakamura, que morreu em 1997.

O pioneirismo fez Anna Paula Caldeira se acostumar rapidamente a conceder entrevistas e ver seu nome e rosto em meios de comunicação. ?Meus álbuns de fotografia são revistas?, brincou. Ela garante que essa ?fama? conquistada mesmo antes do nascimento é a única diferença que ela sentiu durante a vida em relação às pessoas com quem convivia. ?Eu não sei como é não ser. É intrínseco na minha história?, resumiu.

Um dos fatores que a ajudaram a lidar com o assédio foi a naturalidade com que o assunto era tratado em casa. Até em virtude da exposição do caso, nunca foi omitido de Anna Paula que ela havia sido gerada através da fertilização in vitro.

?Os repórteres estavam sempre na minha casa, e o próprio Nakamura estava sempre muito presente na nossa vida, ia aos meus aniversários, e eu o visitava em São Paulo?, recordou. Ela foi notar diferenças apenas quando o assunto despertou a atenção dos colegas de escola, quando tinha cerca de 10 anos. ?Na quarta série, um amigo meu levou o Livro dos Recordes para a escola, e eu estava no Guiness Book. Foi quando os meus amigos começaram a se interessar, e foi quando eu passei a questionar mais sobre o assunto?, lembrou.

Hoje em dia, o assunto é lembrado apenas de tempos em tempos. Formada em nutrição, ela trabalha atualmente com marketing e diz que pretende ter filhos, ainda que este horizonte não esteja tão próximo. ?Se for preciso, vou utilizar a fecundação in vitro, mas ainda não tenho nem candidato, está longe?, brincou.

De Edwards, além da vida, Anna Paula leva uma das lições que considera das mais valiosas ? a importância de sonhar. ?Por um sonho, ele conseguiu desenvolver uma pesquisa, conseguiu colocar isso em prática. O maior de todos os legados que ele deixou foi o de acreditar nos seus sonhos ? assim como ele conseguiu ajudar muitas mulheres a realizar o sonho de ser mãe?, concluiu.



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