Professor presta Enem após quase perder a vida em acidente de carro

No acidente, ele perdeu 15% de massa encefálica.

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O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece neste domingo (11), terá um sentido especial para o iguaçuano André Cruz, de 31 anos. Será também o de superação, em um novo momento de vida: André, professor e doutorando em Literatura Comparada, viu sua atividade no meio acadêmico ser interrompida bruscamente, em abril do ano passado. O carro em que ele voltava para casa, como carona de amigos, de um jogo no Maracanã, no Rio de Janeiro, bateu em um caminhão de reboque. No acidente, ele perdeu 15% de massa encefálica e chegou a ter, de acordo com os médicos, apenas 5% de chances de sobreviver e, mesmo assim, cego e vegetando.

Não foi o que aconteceu. Em menos de um ano, André, que ficou momentaneamente comendo por sonda e cadeirante, já se alimenta completamente via oral e vem recuperando todos seus movimentos. E o jovem faz planos: 16 anos após ter concluído Ensino Médio (ele já fez o Enem em 2011 e passou para o curso de Direito na UFRRJ, mas preferiu seguir com o projeto de mestrado), ele participa do exame deste ano e quer fazer o curso de Economia ou Ciências Políticas na universidade.

Uma mudança de área?

“Não, quero continuar a ser professor. Gosto de estudar e tenho curiosidade, por isto este novo curso. Mas assim que estiver 100%, pretendo terminar o doutorado e ser professor universitário de Teoria Literária”, diz.

Na primeira fase da prova, domingo passado, André acabou de fazer o exame duas horas antes do fim do tempo. Logo mais, diante das provas de Matemática e Ciências da Natureza, a expectativa do candidato é de mais "dureza":

“Além de serem matérias que não vejo há 15 anos, há a dificuldade de eu ser paciente neurológico. Qualquer esforço intelectual cansa muito e estas provas me exigirão mais — conclui André, ressaltando que sua iniciativa de fazer o Enem é também uma "política de oposição e resistência": — Venho de condição humilde. E em um país tão desigual, estudar é a minha rebeldia, minha resistência.



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