Projeto social Restauração restaura vidas de crianças e jovens

Ações ajudam no desenvolvimento dos jovens

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A pastora Maria Barros comanda o projeto social Restauração, que surgiu em 2005 e atende atualmente 400 crianças e adolescentes entre 5 a 17 anos. O projeto treina e capacita crianças, através de oficinas profissionalizantes e de artes. O projeto tem aulas de bijuteria, violão, bateria, além de reuniões e cultos. A iniciativa já promove mudanças na comunidade, levando esses jovens a um futuro menos vulnerável.

Ela lembra que o projeto iniciou no Bairro Morada do Sol, até que conseguiu um terreno para construção de um espaço físico no Bairro Vila Santa Bárbara, na zona Leste de Teresina.

Segundo Maria Barros, seu trabalho é focado na prevenção de situações de vulnerabilidade como a questão da sexualidade precoce, gravidez na adolescência, vício nas drogas, prevenção menores no tráfico, prevenção contra evasão na escola, contra violência urbana e domiciliar. “Essa é uma missão para mim na terra, porque em 1986 eu comecei a realizar essa atividade. Os meninos que eu ajudei, dos bairros da zona Sul, hoje são funcionários públicos, empresários, professores e eu senti que valia a pena [ajudar]. Quando eu casei e fui dar à luz na Maternidade Dona Evangelina Rosa, eu me deparei com um grande número de adolescentes grávidas e senti a necessidade de intensificar meu trabalho”, declarou.

O projeto conta com uma grande programação e ações para retirar os jovens das ruas, como as reuniões nos lares das crianças para ensino bíblico; acompanhamento familiar através de visitas nas casas; campeonatos esportivos; encontro com os pais três vezes por ano; curso de bijuteria; aula de bateria e violão; festa dos príncipes e princesas para trabalhar a autoestima dos meninos e meninas; treinamentos de líderes; impacto nas escolas com dança para gerar impacto em quem mora na comunidade, mas não participa do projeto, além de retiros para lazer; encontro espiritual; trilhas de bicicleta e a pé; teatro; acompanhamento da vida escolar e aula para reforço na área de Português.

Os recursos para manutenção e pagamento de despesas são advindos de pelo menos 70 parceiros que, voluntariamente, fazem doações de quantias que variam de R$ 10 até R$ 100 por mês. Mas a pastora reconhece que poderia ajudar mais crianças e adolescentes se tivesse um apoio maior. “Como ainda não temos CNPJ, nós somos barrados em todos os escalões onde podemos fechar parcerias para recursos financeiros. Porque tanto no poder público municipal e estadual só funciona com CNPJ, que inclusive, essa é uma carência que nós temos”, afirmou.

Além da Vila Santa Bárbara, o projeto possui núcleos em bairros adjacentes como Conjunto Dom Avelar, Conjunto Planalto Uruguai, Vila Teresa Brito, Loteamento Orgmar Monteiro, Conjunto Árvores Verdes e Conjunto Tenho Fé.

Benefício mútuo

O pastor José Canô declarou que quando casou com a pastora Maria Barros não conhecia esse seu propósito de vida, mas que logo depois acolheu e abraçou como prioridade para a sua vida e atualmente toda sua família é envolvida com a causa de ajudar crianças e adolescentes na área de risco.

“O projeto é um ponto de definição porque é algo que é trabalhado na vida desses jovens para restauração das suas famílias devido a toda a situação em que o mundo vive. O projeto leva para todas as famílias a oportunidade de ser restaurada e, assim, a sociedade recebe um benefício de ter menos violência e menos atritos familiares”.

A pedagoga Keciane Santos, que já participa do projeto há três anos é a responsável por ministrar as aulas de reforço para os jovens atendidos que tanto necessitam dessas aulas para um maior rendimento na vida escolar. De acordo com a professora, é realizada uma sondagem para identificar os principais pontos de dificuldades dos alunos e trabalhar em cima do maior déficit. “Para mim, poder ajudar é muito gratificante, porque eu escolhi isso por uma vocação, eu escolhi isso porque eu gosto muito de criança e ajudar o próximo é a minha maior meta. Trabalho com crianças carentes, não tenho retorno financeiro, mas é por amor, doação e servir o próximo”, acrescentou.

Jovens melhoram vida após intervenção positiva do projeto

Ao longo dos anos, muitos são os testemunhos de jovens que têm se desenvolvido e crescido como empreendedores ou na área acadêmica. Rafael Ramos Andrade, de 19 anos, é um dos maiores exemplos de que o trabalho do Projeto Social Restauração vem colhendo bons resultados com seu trabalho de prevenção. O rapaz que era envolvido com pessoas ligadas ao tráfico de drogas na região foi resgatado e hoje lidera quase todos os ministérios artísticos do projeto, além de ser responsável por conseguir novos integrantes para se juntar ao grupo. Ele também passou a vender cupcake e gerar sua própria renda.

“Eu conheci o projeto quando tinha 10 anos e naquela época eu andava muito com pessoas que se drogavam, se prostituíam. E eu praticamente fui para esse lado, mas graças a Deus fui convidado para participar de uma gincana no projeto, passei a conhecer, frequentar e fui me envolvendo até que fui livre daquela vida errada. Hoje sou livre para honra e glória do Senhor, proclamando a palavra de Deus, trazendo muito jovens de bairros vizinhos. Eu também passei a vender cupcake por curiosidade e vendia para amigos e hoje já vendemos até 80 unidades por dia”, testemunhou.

Pais reconhecem impacto do projeto na vida dos filhos

O trabalho desenvolvido pelo projeto com as crianças e jovens tem impacto direto em toda família que acaba se integrando e promovendo mudanças cada vez mais positivas. Os pais reconhecem a grande diferença que o trabalho feito sob comando da pastora Barros tem na vida de seus filhos.

O pedreiro Antônio Ramos e a dona de casa Joldene Andrade reconhecem que sem o projeto, seu filho, Rafael Ramos, tinha todas as oportunidades para se tornar um criminoso devido à situação e companhias com que vivia, mas após o projeto, sua vida mudou radicalmente e hoje se tornou exemplo para os demais jovens.

“Hoje, meu filho é líder de célula, líder do louvor, professor de dança e todos os meninos que vêm até aqui ele ajuda e dá continuidade ao trabalho. O projeto mudou a trajetória da vida dele e queremos é que o projeto tenha mais apoio para crescermos ainda mais e poder ajudar mais garotos e garotas que vivem sem uma direção. Eu estou falando como pai que vê o resultado na sua vida”, disse Ramos.

Segundo a mãe de Rafael, o menino é motivo de orgulho e onde chega é elogiado por seu engajamento de resgate na vida de jovens e multiplicador desse trabalho entre as pessoas.

A dona de casa Francileda Brito é mãe do adolescente Danilo Brito, de 14 anos. Ela declarou que quando começou a frequentar o projeto, o menino tinha apenas 6 anos, dando condições para seu filho não se envolver com a violência e a criminalidade em que vive a região.

“É muito bom o projeto, pois tira meu filho de se envolver com o mundo das drogas e evita muitas coisas ruins, pois ele está dentro do projeto e seguindo pelo caminho de Deus”, observou.

Jovens são exemplo de esperança para integrantes do projeto

Há seis anos inserido no projeto, a história do adolescente Victor Emanuel Moreira de Araújo, de 14 anos, é referência para os meninos e meninas do projeto.

O garoto se destaca dentro da escola com boas notas e recentemente ganhou uma bolsa integral para estudar na melhor escola particular de Teresina. Ele tem o sonho de se tornar um médico neurologista.

"Eu cuido de 14 meninos, sou líder de célula e estamos nessa caminhada para conquistar vidas para Jesus, tirar esses meninos das drogas e queremos resgatar tanto jovens e famílias para Cristo sem deixar de estudar para ter um futuro promissor", afirmou.

Desde 2012, Edmílson Júnior, de 28 anos, se inseriu no projeto para ajudar a plantar nos jovens a semente da prosperidade e mostrar que nenhuma dificuldade pode impedir que eles cresçam no âmbito profissional. Ele é formado em Química e faz mestrado em Engenharia de Materiais no Instituto Federal do Piauí (IFPI).

Júnior está inserido nos grupos de células com os meninos, lidero cerca de 10 meninos e também no ministério de dança e teatro. Para ele, é um privilégio participar do projeto.

"Desde quando cheguei, fui recebido como um membro da família e nós temos lutado para que eles possam ter uma nova esperança no coração deles e apesar de morarem em uma comunidade carente eles podem prosperar e nós temos visto os resultados.

Eu chego às quintas-feiras e fico até domingo ajudando no que precisar, mas sem deixar minhas responsabilidades de lado", disse.

Fotos: José Alves Filho



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