Quem são Bruno Pereira e Dom Phillips, que desapareceram na Amazônia

O desparecimento de Pereira e do jornalista está sendo investigado pela Polícia Federal

Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram na Amazônia | Arquivo Pessoal
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Desaparecido há mais de 24 horas no município de Atalaia do Norte, no Amazonas, Bruno Araújo Pereira é servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) e reconhecidamente defensor das causas indígenas.

O indigenista acompanhava o jornalista inglês Dom Phillips, colaborador do jornal The Guardian, em viagem pelo Vale do Javari, quando a equipe desaparceu. Eles foram vistos pela última vez no domingo (5), no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a sede Atalaia do Norte.

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) informou que o servidor federal recebia constantes ameaças de de madeireiros, garimpeiros e pescadores.

Ao longo da última década, Bruno Pereira foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte, que compreende justamente a área onde ele foi visto pela última vez.

O indigenista deixou cargo em 2016, durante um intenso conflito registrado entre povos isolados da região.

Em 2018, ele se tornou o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai), quando chefiou a maior expedição para contato com índios isolados dos últimos 20 anos, mas, foi exonerado do cargo em outubro de 2019, Segundo a Univaja, nos últimos anos, ele atuava na sede do órgão, em Brasília.

O desparecimento de Pereira e do jornalista está sendo investigado pela Polícia Federal.

Em nota, a PF-AM informou que o caso "está sendo apurado". O órgão não deu outros detalhes das investigações.

"Assim que levantadas as informações e, quando disponíveis, encaminharemos para conhecimento de todos", diz a nota.

Bruno Araújo Pereira é servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai) Foto: Daniel Marenco /O Globo 

Quem é Dom Phillips?

O jornalista britânico é um veterano na cobertura internacional. Ele já foi colaborador dos jornais " Washington Post", "The New York Times" e "Financial Times", e mora no Brasil há aproximadamente 15 anos.

Segundo o jornal do qual era colaborador, ele é conhecido por seu amor pela região amazônica e percorreu muito pela região a fim de mostrar a crise ambiental brasileira e os problemas de suas comunidades indígenas.

O jornalista é natural do condado de Merseyside, região onde fica a cidade de Liverpool, no noroeste inglês. Mudou-se para o Brasil em 2007.

Além de seu trabalho como jornalista, Dom Phillips está escrevendo um livro sobre a floresta amazônica. Segundo um colega de trabalho, este projeto é apoiado pela Fundação Alicia Patterson.

Jornalista inglês Dom Phillips  Foto: Arquivo Pessoal

Para onde eles estavam indo?

O grupo indígena Univaja afirmou em comunicado que Phillips e Bruno partiram na semana passada de barco para uma região conhecida como Lago do Jaburu, chegando ao seu destino na noite de sexta-feira.

Por volta das 6h de domingo, após dois dias de reportagens, eles teriam retornado ao rio para chegar até Atalaia do Norte. A viagem não deveria ter levado mais de três horas, mas um grupo de busca foi enviado por volta das 14h, depois que eles não chegaram. Até a última atualização desta reportagem eles não haviam sido localizados.



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