Recompensa por suspeito que tentou forjar a própria morte chega a R$ 5 mil

O endereço da delegacia foi dado como local da morte do traficante, no documento forjado.

Bandido forjou a propria morte | Divulgação
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O Disque-Denúncia aumentou para R$ 5 mil a recompensa por informações que levem a polícia ao traficante Nem, apontado como chefe do tráfico de drogas na Rocinha, na Zona sul do Rio. Segundo a polícia, o suspeito tentou forjar a própria morte na última sexta-feira (29).

Para o delegado Márcio Mendonça, da 15ª DP (Gávea), o criminoso ainda estaria na favela. ?A gente tem feito uma série de investigações que culminam em operações. Ali é uma região de difícil acesso, com várias casas, vários becos, e tem que ser uma ação muito bem planejada. Ele ainda está na Rocinha. O plano iria fazer com que ele saísse futuramente?, afirmou ele.

O endereço da delegacia foi dado como local da morte do traficante, no documento forjado. A polícia agora pretende ouvir funcionários da funerária e do cemitério. Aos 34 anos, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, tem seis mandados de prisão contra ele, por tráfico de drogas e associação ao tráfico.

O golpe

Segundo os investigadores da 15ª DP (Gávea), dar o nome da delegacia como local da morte foi uma tentativa de desmoralizar a corporação.

?Pode-se dizer que ele fez isso como ironia, para tentar de alguma forma desmoralizar a polícia. Nós vamos, no momento certo, pegá-lo?, disse o delegado.

O traficante, considerado um dos mais procurados do Rio, tinha agendado seu próprio enterro no Cemitério do Catumbi, no Centro da cidade, com um atestado de óbito falso. ?O interesse dele era fazer o que qualquer criminoso sonha em fazer: desaparecer?, explicou Mendonça.

Fuga da Rocinha

Segundo a polícia, Nem teria decidido sumir após receber informações sobre a pretensão da Polícia Militar em ocupar a Rocinha para expulsar os traficantes.

A fuga imaginada pelo criminoso teria começado numa funerária. De acordo com a polícia, foi o gerente da empresa quem preparou o pedido do enterro. A declaração de óbito foi assinada pelo médico Dalton Jorge, que, sem ver nenhum corpo, atestou que "Nem teria morrido de insuficiência renal e diabetes".

Corpo não iria para o IML

Segundo a polícia, com este atestado de óbito, o corpo não precisaria passar pelo Instituto Médico Legal (IML), órgão responsável por investigar mortes violentas. O médico que assinou o atestado de óbito contou ter recebido R$ 150 pelo serviço. Ele está preso e pode pegar até 15 anos de cadeia por falsidade ideológica e associação ao tráfico.

?Cabe agora investigar e ver se alguém foi morto, por um motivo que a gente vai ver, para ser utilizado como cadáver no sepultamento do criminoso?, explicou o delegado.

Nova identidade

Se a fraude tivesse dado certo, o traficante já tinha até escolhido a nova identidade. Nada de mudanças radicais. Nem trocou sua data de nascimento em apenas um dia, os nomes dos pais foram diminuídos e do dele, manteve apenas o primeiro e o último nome.

?Ele queria fazer o que a gente faz. Viajar, se divertir. E com essa identidade falsa ele poderia fazer isso, ainda mais fazendo com que a policia pensasse que ele estivesse morto?, declarou o delegado Márcio Mendonça.



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