São João do Piauí: tomate é nova aposta para alavancar o setor primário

Poder público vai incentivar a participação dos jovens dentro dos pomares, garantindo renda para o homem do campo

Frutos em pés de tomate com 45 dias | Apoliana Oliveira/Meio Norte
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Famosa pela fruticultura irrigada e a caprinocultura, a cidade de São João do Piauí aposta agora no cultivo de tomates, como forma de impulsionar a produção agrícola na região. 

Os primeiros campos de tomate no município ficam localizados às margens da BR-020. Na área arrendada por produtores de estados vizinhos foram plantados tomates da espécie rasteiro. A produção já foi toda vendida para uma empresa da Bahia.

Produtores comemoram o bom desenvolvimento das plantas e a frutificação em pés com 45 dias. Foto: Apoliana Oliveira/Meio Norte

“Para nós está sendo novo, clima diferente e solo, mas a gente está vendo que a planta está se adaptando bem na região, mesmo com essas intempéries. E estamos esperando um resultado satisfatório na colheita. A planta está vigorosa e a frutificação está indo bem”, afirma o produtor Sebastião Martins, que traz de Irecê (BA) a experiência do plantio do tomate.

Antes de plantar em São João do Piauí, os produtores fizeram ensaios com diversas variedades de tomate no município de Canto do Buriti, onde tiveram resultados semelhantes aos obtidos na Bahia. A colheita do fruto já pode ser feita com 75 dias

Cláudio Ramos e Sebastião Martins trazem da Bahia a experiência no plantio do tomate. Foto: Apoliana Oliveira/Meio Norte

“O ciclo é de 75 a 90 dias. Depende da praça. Em Teresina e São Luís, que o tomate é mais maduro, já colhemos a partir de 85 dias”, diz Claudio Ramos, da empresa W A Múltipla, que já garantiu a compra da produção e ajudará na formação de técnicos e de mão de obra especializada no cultivo e manejo do tomate.

Para a primeira colheita, serão trazidos trabalhadores da Bahia. Mas a ideia é treinar moradores de São João do Piauí para a próxima safra.

“A gente vai estar trazendo, da região de Irecê, cerca de 30 mulheres e homens para fazer a colheita, e mais 15 pessoas para classificar o tomate. E a gente está pensando não em ficar trazendo essas pessoas para cá. A ideia da gente é trazer o pessoal da região e fazer o treinamento, para esta mão de obra ser local”, explica Sebastião. 

Trabalhadores da Bahia irão ajudar na colheita e treinar moradores de São João do Piauí para a próxima safra. Foto: Apoliana Oliveira/Meio Norte

A ideia da prefeitura de São João do Piauí é potencializar o setor primário na região. E para isso é preciso capacitar a mão de obra. 

“Tivemos a ideia de fazer uma parceria com jovens do Instituto Federal, recém formados, e a gente vai dar apoio a esses jovens. Estamos cedendo uma área, colocando água e temos a tecnologia desta empresa. Estamos fazendo um poço e preparando a infraestrutura. E o pessoal da empresa vai dar assistência técnica. Além disso, ela vai garantir a compra, que é o mais importante”, explica o prefeito de São João do Piauí, Ednei Amorim.

Prefeito Ednei Amorim, de São João do Piauí, quer incentivar a participação de jovens na agricultura. Foto: Apoliana Oliveira/Meio Norte 

A área que está sendo preparada pela prefeitura fica bem ao lado dos pomares de tomate já plantados. O jovem que aderir ao programa de incentivo vai garantir meio salário mínimo como ajuda de custo e vai ainda faturar com a mão de obra e com a renda do plantio. Uma forma de incentivar a permanência dos jovens no campo.

“A gente quer é mostrar que é viável, que ele pode ser o próprio patrão dele, gerar a própria renda, ser independente. É o nosso foco maior”, completa o gestor.

Secretária Adriana de Castro explica que apoio aos jovens vai além do manejo no campo, mas também a capacitação na área da comercialização e relações humanas. Foto: Apoliana Oliveira/Meio Norte

A secretária de Agricultura do município, Adriana de Castro, explica que as capacitações serão voltadas não só para o manejo e o plantio, mas também para a parte de comercialização, do empreendedorismo e das relações humanas.

“Visa a formação do jovem como cidadão. Essas pessoas vão ter o próprio negócio, mas também as suas famílias. Serão empregos diretos e indiretos, que uma grande plantação sempre requer”, diz. 

Bom solo e boa disponibilidade água na região garantem o bom desenvolvimento dos pomares. Foto: Apoliana Oliveira/Meio Norte

Forma ainda de garantir renda o ano inteiro para as famílias, que hoje são acostumadas com culturas de sequeiro, que depende do período chuvoso. A perspectiva é de que para essas famílias a renda possa saltar de R$ 4 mil para R$ 100 mil por ano. Opção ainda para quem não tem como investir em produções mais caras, como a uva, que é destaque nos perímetros irrigados. 

“A uva é um produto bom, mas é uma coisa mais top, mais cara. Estamos cultivando. Mas estamos enveredando na área do homem do campo, em que os mais humildes tenham condições de trabalhar. Não tem jeito, nosso negócio é o agronegócio. Vamos potencializar o setor primário. A prefeitura vai ser parceira do homem do campo e do jovem, que hoje tem medo. Quando se fala em roça, ele acha que vai pegar enxada, vai fazer cerca, mas hoje tudo é moderno”, afirma Ednei.



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