Focos de incêndios já estão sendo registrados na região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Sul do Piauí. As autoridades locais já entraram em alerta para o combate dos fogos, que afligiram a região no ano passado e provocaram um grande impacto ambiental.
Em entrevista ao Meionorte.com, o secretário municipal do Meio Ambiente de São Raimundo Nonato, André Landim, explicou que nesse período do ano todas as forças, entre Corpo de Bombeiros, brigadas locais e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), já se mobilizam para o combate dos incêndios.
“No último sábado (27), nós tivemos um incêndio iniciado na região do corredor ecológico entre a Serra da Capivara e das confusões, próximo ao assentamento Jerusalém. Mobilizamos a prefeitura, ICMBio, bombeiros e fomos para a contenção. Foi sábado, domingo e segunda fizemos o rescaldo e monitoramento do local e já é um momento que a gente está sob alerta, pois tempo muito seco e ventando bastante”, disse.
De acordo com o secretário, há uma cultura local se de colocar fogo todos os dias 7, 17 e 27 nas roças para se ter uma boa produção, caso o terreno limpe. E é nesse período onde há a mobilização maior e trabalho de conscientização junto às comunidades rurais.
“É uma época do ano que quando entra esse momento, de certa forma já aguardamos para combater os incêndios caso aconteça. Existe uma tradição de se colocar fogo todo dia 7,17 e 27 e é algo cultural, que a pessoa coloca acreditando que vai ter uma produção boa, caso limpe seu terreno. Ano passado a gente viu foi ao contrário, pois aconteceu uma tragédia; muita área queimada, muita vegetação e a produção fez foi diminuir. O mel, por exemplo, afeta”, pontuou o secretário.
Educação
Para a arqueóloga Marrian Rodrigues, chefe do Parque Nacional da Serra da Capivara, a educação e informação junto a população local é de extrema importância no trabalho de conscientização e prevenção no combate aos incêndios. Segundo ela, há um planejamento anual preventivo, que acontece nos primeiros 6 meses do ano na região.
“A gente faz todo um planejamento preventivo. Nosso foco é na prevenção. Infelizmente aconteceu cedo e a gente tem que agir. Passamos os primeiros 6 meses do ano fazendo um trabalho educativo com as comunidades entorno do parque e em São Raimundo Nonato, onde ocorreu o incêndio próximo ao parque”, reiterou.
Marrian Rodrigues destaca que o Corpo de Bombeiros local já tem atuado nos pequenos incêndios que já foram registrados, que começaram antes do previsto. Segundo ela, o trabalho integrado, com o apoio de tecnologias, como o uso de drones e monitoramento via satélite, facilita atuação.
“A estava em alerta, pois tivemos um incêndio na serra branca e outro na 020 e temos usado drones, a tecnologia e a gente já ataca logo de forma mais precisa onde o incêndio está indo; usamos muitos aplicativos de satélite para monitorar os focos. O parque divulgou bastante, conseguimos um carro preparado e próprio para os incêndios florestais e São Raimundo e João Costa também já criaram suas brigadas voluntárias. Nesse incêndio que já tivemos, as brigadas dos municípios já deram apoio. Mais uma maneira importante. A gente trabalha em parceria. Há um trabalho intensivo de educação, palestras, informações em rádios locais. Muitos incêndios não são criminosos, são de moradores que vão colocar fogo nas roças em horários inapropriados, sem o apoio específico. A gente tem ido junto nas comunidades fazendo palestrar, para que a gente não tenha o que aconteceu no ano passado”, finaliza a chefe do parque.
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