Ciclone na África deixa mais de 760 mortos; só em Moçambique são 446

Ministro do meio ambiente do país afirma que 531 mil pessoas foram afetadas, sendo 110 mil no campo. Outras 259 pessoas morreram no Zimbábue e 56 pessoas, no Malaui.

Crianças carregam água após os efeitos do ciclone Idai em Moçambique | Foto: Philimon/Reuters
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Mais de 760 pessoas morreram em Moçambique, Zimbábue e Malawi devido ao ciclone tropical Idai, de acordo com os dados atualizados. O ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Moçambique, Celso Correia, citado no domingo (24), elevou de 414 para 446 o número de vítimas mortais da passagem por Moçambique. O ministro também afirmou que 531 mil pessoas foram afetadas, sendo 110 mil delas no campo.

A tempestade também matou 259 pessoas no Zimbábue e 56 pessoas morreram no Malaui em fortes chuvas que ocorreram antes do ciclone. Com isso, o total de mortos devido ao fenômeno da natureza subiu para 761.

O ciclone Idai passou pela cidade portuária da Beira, com ventos de até 170 km/h na semana passada, e depois foi em direção ao interior do continente, pelo Zimbábue e Malaui, deixando populações inundadas e devastando casas.

Casas destruídas

Homem acena perto da sua casa inundada após a passagem do Ciclone Idai no distrito de Buzi, perto de Beira, em Moçambique — Foto: Reuters/Siphiwe Sibeko

"Quando tudo começou, as pessoas começaram a gritar", disse outra sobrevivente, Dina Fiegado, 18 anos, descrevendo como os pedaços de pau estouraram e paredes ásperas desmoronaram na comunidade da Praia Nova, onde moradores disseram que cerca de 50 pessoas morreram.

"Algumas pessoas tentaram escapar, algumas pessoas tentaram ficar em casa", disse.

O ministro moçambicano disse que cerca de 1.500 pessoas precisavam de socorro imediato de telhados e árvores. Helicópteros e barcos transportam pessoas para a segurança.

Novo risco

Homem procura por documentos em meio a escombros após passagem de ciclone no Zimbábue — Foto: REUTERS/Philimon Bulawayo

O escritório humanitário das Nações Unidas alertou que mais inundações podem ocorrer quando fortes chuvas inundam o interior da área da Beira e barragens próximas, que ameaçam explodir novamente os rios Buzi e Pungoé.

"Teremos que esperar até que as águas da enchente retrocedam para se conhecer a extensão total dos estragos sobre o povo de Moçambique", disse Sebastian Rhodes Stampa, coordenador do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).

Alguns casos de cólera foram relatados.

Deixados sem nada, muitos sobreviventes estavam preocupados com o futuro, enquanto outros lamentavam as perdas.

No necrotério central da Beira, Mika Masseera, de 56 anos, lamentou por sua mãe severamente enfraquecida, Sumbo Mufucho, 73 anos, que morreu no hospital após um resgate depois de se agarrar a uma árvore por dois dias cercada por inundações.

Inundação causada por ciclone atinge subúrbio de Beira, segunda maior cidade de Moçambique — Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters


Sobreviventes deixam Ngangu levando seus pertences em malas após a passagem do ciclone Idai em Chimanimani, no Zimbábue — Foto: Zinyange Auntony/AFP





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