STJ nega pedido de transferência de Cunha para complexo em Brasília

O pedido já havia sido negado na Justiça Federal em Brasília

|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A defesa do ex-deputado Eduardo Cunha teve o pedido de transferência para o sistema prisional de Brasília negado nesta sexta-feira (19) pela presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Laurita Vaz. Preso na Operação Lava Jato, Cunha foi condenado a 15 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sem direito de recorrer em liberdade.

Na decisão, a ministra entendeu que a questão deve ser decidida no mérito e que o mesmo pedido já foi rejeitado pela Justiça Federal em Brasília e pelo juiz Sérgio Moro, relator da Lava Jato em Curitiba . Atualmente, Eduardo Cunha está preso no Complexo Médico-Penal (CMP), na região metropolitana de Curitiba.

Os advogados do ex-deputado alegaram que a esposa de Cunha mora em Brasília, o escritório de sua defesa fica na capital federal e que os deslocamentos para depoimentos em várias investigações geram custos ao governo.

No entanto, na decisão, Moro disse que não é conveniente para o processo penal a transferência de Cunha para Brasília ou para o Rio, locais onde o ex-parlamentar teria influência política.

“Sua influência política em Curitiba é certamente menor do que em Brasília ou no Rio de Janeiro. Mantê-lo distante de seus antigos parceiros criminosos prevenirá ou dificultará a prática de novos crimes e, dessa forma, contribuirá para a apropriada execução da pena e ressocialização progressiva do condenado”, decidiu.

Influência de Cunha em Brasília

Na decisão proferida pela justiça em novembro do ano passado, o desembargador João Pedro Gebran Neto também concordou que a influência negativa de Cunha será muito maior se ficasse detido em Brasília. “Um fato não podemos ignorar, e isso coloca uma pá de cal na pretensão do paciente é o de que o Supremo Tribunal Federal, quando afastou Cunha das funções, o fez por se tratar de deputado federal com modus operandi de extorsão, ameaça, chantagem, tendo até mesmo tentado constranger o presidente da República”, avaliou.

O desembargador Leandro Paulsen, que é revisor dos processos da Operação Lava Jato , acompanhou o entendimento. “A pretensão é do paciente e de sua conveniência pessoal. Ele não tem esse direito subjetivo de escolher o local de prisão. Se a manutenção em Brasília poderia facilitar os contatos com seus advogados, embora não estejam obstados em Curitiba, também poderia facilitar outros contatos, e a preventiva é justamente em face de toda a articulação política que o réu ostenta."

Condenado a 15 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem e evasão fraudulenta de divisas em negócio da Petrobras na África, Eduardo Cunha teve o tempo de prisão diminuído para 14 anos e 6 meses no início deste mês. Principal algoz de Dilma Rousseff no processo de impeachment, o ex-deputado está preso desde outubro do ano passado.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES