Empresa lança câmeras do primeiro “satélite brasileiro”

O desenvolvimento do projeto, que durou cerca de três anos, levou a empresa a se tornar uma das únicas do mundo

FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

A empresa de tecnologia ótica Opto, de São Carlos, anunciou ontem a conclusão do projeto de construção das duas câmeras que integram o satélite sino-brasileiro Cbers-3, o primeiro cujas peças principais foram produzidas no Brasil.

O desenvolvimento do projeto, que durou cerca de três anos, levou a empresa a se tornar uma das únicas do mundo a possuir a tecnologia ótica necessária para funcionamento deste tipo de câmera em gravidade zero e no vácuo.

Além disso, o anúncio garantiu ao Brasil a independência tecnológica para tal produção, após um boicote dos EUA, que decidiram não exportar os componentes necessários.

"Eles se negaram a nos vender a tecnologia no meio do projeto, o que até atrasou um pouco o cronograma. Mas o resultado foi bom, uma vez que a vencedora da licitação [Opto] conseguiu, em 11 meses, desenvolver a tecnologia completa", disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

O satélite, o terceiro de uma série de cinco em parceria com a China, tem lançamento programado para outubro de 2010 naquele país. O governo federal vai utilizá-lo como mais uma ferramenta no combate ao desmatamento e avaliações de produções agrícolas.

A Opto, fundada há 22 anos por docentes da faculdade de física da USP em São Carlos, destacou 70 profissionais para o projeto, dos quais 15 são doutores e 22, mestres, segundo o presidente da empresa, Jarbas Castro. "O lançamento do satélite será o nosso vestibular. Depois disso, passaremos a exportar a tecnologia produzida aqui para o resto do mundo."

O projeto custou cerca de R$ 100 milhões e só a câmera de alta definição (chamada de Mux), principal peça do satélite, vale R$ 50 milhões. O governo federal já investiu cerca de R$ 500 milhões no programa Cbers, segundo o ministro.

A cerimônia, ontem, contou com a presença das principais autoridades envolvidas no Programa Espacial Brasileiro. Além do ministro, estavam o diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Gilberto Câmara, e o diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique de Brito Cruz.

O evento foi marcado pelo elevado nível de segurança na sede da empresa, em São Carlos. A imprensa não pôde sair de um canto do salão onde foi realizado o lançamento. A assessoria de imprensa da Opto informou que o excesso de segurança se deu pela presença do ministro e pela necessidade de manter o segredo industrial da tecnologia desenvolvida.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES