Estudante endividado cria aplicativo zen avaliado em US$ 1 bilhão

A grande ideia de Tew era a primeira versão das vaquinhas virtuais: criar um site e vender micro anúncios, cada pixel por 1 dólar

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"Como posso ganhar um milhão de dólares?". Parece piada, mas foi exatamente essa pergunta que fez com que o jovem britânico Alex Tew se tornasse um milionário. Cansado de morar com os pais e com medo da dívida do financiamento estudantil, Tew decidiu pensar em algo que o tirasse da pindaíba de forma rápida e fácil --quem nunca, não é mesmo?. (Por: Uol)

No caso dele, a ideia deu certo e seu primeiro milhão foi conquistado aos 21 anos. Isso aconteceu em 2005 e, se você tem idade suficiente, lembra-se bem de que a internet nessa época era muito diferente da que conhecemos hoje.

Pois bem, a grande ideia de Tew era a primeira versão das vaquinhas virtuais: criar um site e vender micro anúncios, cada pixel por 1 dólar, para financiar seus estudos. Nascia aí a Million Dollar Homepage, com investimento inicial de 50 dólares para o registro da página e dois dias de trabalho.

Em pouco mais de quatro meses, ele havia vendido um milhão de pixels. O último anúncio foi arrematado por 38 mil dólares em um leilão. Esse era apenas o começo de uma carreira de sucesso no mundo digital.

A página continua no ar até hoje, mas agora tem aquela cara de baú da internet. Além do template que denuncia a idade, estima-se que 40% dos links estejam fora do ar (o que inclui alguns botões do menu da própria The Million Dollar Homepage) e uma parte foi vendida para outras empresas. O que permanece são as visitas diárias, muitas vezes de curiosos em busca de registros dos primeiros anos da internet.

Dinheiro no bolso e uma série de fracassos

 Na onda da fama conquistada com a Million Dollar Homepage, Tew lançou, entre 2006 e 2010, uma série de empreendimentos que não chegaram aos pés do primeiro. "O sucesso pode ser realmente ruim e ensinar as coisas erradas", disse ao site The Hustle. "Eu estava pensando em ideias que receberiam atenção em vez de fornecer valor", avaliou.

Nesta época, Tew já não dormia bem nem se alimentava direito. Tinha terminado a faculdade, estava um pouco deprimido e temia que o fracasso chegasse ao garoto que havia surpreendido a todos com a ideia de um milhão de dólares. De Londres, ele decidiu cruzar o Atlântico e se mudar para São Francisco, nos Estados Unidos.

Em 2011, Tew lança em parceria com o desenvolvedor Ben Dowling o site Do Nothing for 2 Minutes (em tradução livre, "não faça nada por dois minutos"). A página traz apenas um contador de dois minutos, uma imagem de pôr do sol e o barulho das ondas do mar. Com essa imagem e ideia simples, a página teve 20 mil acessos nas primeiras oito horas no ar.

Eu estava pensando em como passamos cada minuto do dia com acesso a um suprimento ilimitado de informações, a ponto de uma sobrecarga."

"Também li em algum lugar que há evidências de que nossos cérebros estão sendo reprogramados pela internet porque recebemos uma pequena descarga de dopamina toda vez que verificamos nosso e-mail ou Twitter ou Facebook, o que provavelmente não é bom em termos de produtividade", disse Tew à época ao site TechCrunch.

O objetivo então é fazer o internauta parar em frente ao computador por dois minutos sem mexer no mouse nem usar o teclado --o cronômetro volta ao início toda vez que você faz isso. Parece fácil, mas eu te garanto que pode ser um verdadeiro desafio, dependendo do quão conectado você é.

Um aplicativo para desconectar 

O Do Nothing for 2 Minutes foi o primeiro passo para o app Calm, investida mais recente (e milionária) de Tew, ainda nessa pegada zen.

O aplicativo foi fundado em 2012 em parceria com seu amigo Michael Acton Smith e cresce proporcionalmente à popularidade da meditação nos Estados Unidos e em outras partes do mundo.

"Eu percebi o quão importante é a atenção plena --não apenas para mim, mas para todos. O mundo está ficando mais rápido e mais ocupado. Muitos de nós estão sobrecarregados e estressados", escreveu ele no blog do app.

Atualmente, Calm oferece uma assinatura com ferramentas de mindfulness, áudios para aumentar a concentração e sessões de meditação guiada, entre outros mecanismos focados no bem-estar. Segundo a empresa, mais de um milhão de usuários já pagaram pelo serviço.

"A meditação mudou a minha vida, então eu criei um app para ajudar você a meditar também", publicou o CEO em sua página no Twitter para promover o Calm. O app está avaliado hoje em um bilhão de dólares, o que mostra que além de mais equilibrado, Tew está também mais rico do que em sua primeira empreitada.

Reprodução/Blog Calm 



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