“Medusa espacial” ajuda a entender formação de estrelas

Essa é a galáxia da Medusa, aquela senhora pouco amigável da mitologia grega que tinha um penteado

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Não olhe diretamente para esta galáxia, você pode virar pedra! Segundo o mito da Medusa, se você olhar diretamente para seu rosto, vira uma estátua da pedra. Bom, como essa é uma foto, não deve ter problema?

Essa é a galáxia da Medusa, aquela senhora pouco amigável da mitologia grega que tinha um penteado mais exótico que a Amy Whinehouse, já que sua cabeleira era feita de cobras. Astrônomos têm um senso de humor um tanto peculiar e resolveram batizar essa galáxia como a galáxia da Medusa, por causa da estranha nuvem de gás na parte de cima da foto. Oficialmente a galáxia chama-se NGC 4194.

E qual o interesse por essa galáxia? Ela faz parte de um estudo que pretende estabelecer a taxa de formação de estrelas em galáxias através da produção de binárias de raios X. As binárias de raios X são uma classe de estrelas na qual dois astros estão em órbita um do outro, mas um deles é um objeto compacto, que pode ser uma anã branca, uma estrela de nêutrons ou até um buraco negro. A idéia é simplesmente correlacionar a quantidade de

binárias produzidas com a atividade de formação de estrelas em uma galáxia de modo geral.

Isso porque a taxa de formação de estrelas em galáxias é estimada a partir de estrelas com muita massa. Elas são mais fáceis de enxergar, porque são mais brilhantes, mas por outro lado vivem pouco tempo. Os objetos compactos das binárias de raios X deste estudo foram estrelas de alta massa no passado e, depois de explodirem como supernova, são estrelas de nêutrons ou buracos negros. Nessa condição, eles emitem raios X por um período de tempo muito maior que o tempo de vida de suas estrelas progenitoras.

Essas binárias são justamente os pontos azuis nesta composição de fotos do Hubble e do Chandra. Em especial, na parte de cima da imagem, bem no meio da cabeleira da Medusa, está uma binária com um buraco negro emitindo raios X. A tal da cabeleira da galáxia é originária de uma interação com outra galáxia próxima.

Estudando esses fósseis em galáxias próximas como NGC 4194, que está a apenas 110 milhões de anos-luz de nós, na constelação da Ursa Maior, é possível estabelecer a correlação entre a formação de estrelas e a quantidade de binárias de raios X, já que é possível enxergar a galáxia em detalhes. A partir da correlação estabelecida, medir a taxa de estrelas sendo formadas em galáxias muito mais distantes fica fácil usando as binárias de raios X.

A propósito, este estudo estabeleceu que, para cada milhão de toneladas de gás usado para formar estrelas, uma tonelada vai ser tragada por um buraco negro. Medindo a voracidade dos buracos negros nas binárias (pelos raios X emitidos), dá para saber quanto de matéria está disponível para formar estrelas.



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