Moto G tem uma bateria durável, opção de dois chips e ótimo preço

O design do Moto G é um dos pontos fortes do aparelho.

Moto G | Luciana Maline/TechTudo
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O Moto G é uma bela surpresa da Motorola de 2013, lançada com a promessa de aliar bom preço e boas configurações. E, ao que tudo indica, a companhia foi bem sucedida em sua empreitada e fez um aparelho que pode facilmente ocupar o posto de melhor smartphone da categoria, já que foi lançado por preços a partir de R$ 649. Confira o review do Moto G feito pelo TechTudo.

Design

Bem acabado, bonito e divertido. O design do Moto G é um dos pontos fortes do aparelho. Ele é, aliás, muitíssimo parecido com o Moto X, seu irmão mais velho com especificações mais robustas. A diferença está na traseira plástica removível, ausente no X.

Testamos o modelo de 16 GB, no pacote com outras três tampas traseiras extras, além da preta tradicional: uma vermelha, uma branca e uma amarela. Essa foi a solução encontrada pela Motorola para contornar a ausência do MotoMaker em países que não os Estados Unidos. Afinal, a oferta de smartphones montados "sob demanda", como é o Moto X por lá, é incrível, mas difícil de ser reproduzida em todos os países.

Nesse jogo, o Brasil acabou perdendo e recebeu o Moto X em apenas duas cores: preto e branco. Como o dispositivo, ao contrário do G, não tem traseira removível, a proposta da empresa foi por água abaixo. De smartphone personalizado, com mais de 2 mil combinações possíveis, entre cor e textura da traseira, da parte frontal e dos botões físicos laterais, ele acabou como... Um cara comum. Parece que a Motorola de fato aprendeu alguma coisa com a experiência X e trouxe no seu novato uma alternativa mais simples de customização.

Notamos, no entanto, um problema em relação às próprias tampas. As de cores claras, a exemplo da branca e da amarela, sujam com muita facilidade. Muita mesmo. O celular acaba ficando com cara de encardido em um par de dias. É possível limpá-lo, claro, mas nem todas as manchas saem com facilidade.

Outro probleminha em relação ao design está na pequena distância entre a tela e a borda plástica que a reveste. A distância é boa para proteger o vidro de impactos e evitar que ele tenha contato direto com o chão em caso de queda, mas acumula certa sujeira. Como o espaço é realmente pequeno, partículas de poeira que ali se acumulam são difíceis de serem removidas. Um detalhe - nada que vá dissuadir um consumidor de comprar o aparelho -, mas que vale a nota.

De resto, o design do Moto G merece elogios. Não pela beleza, já que a avaliação varia de acordo com o freguês, mas por outras questões. Um ponto bacana são os botões laterais, em acabamento metálico, que são bem posicionados. Além disso, a ausência de botões físicos da parte frontal dá um aspecto clean bem interessante - bem Nexus, digamos. Embora tenha uma tela de tamanho razoável (4,5 polegadas), o smartphone é estreito. Por isso, ele tem ótima pegada e pode ser confortavelmente usado por uma única mão. É possível cobrir praticamente toda a tela com o alcance do polegar, mais ou menos como acontece com os iPhones.

Tela

A tela do Moto G é incrível para um smartphone dessa faixa de preço. Trata-se de uma tela LCD de 4,5 polegadas, com boa visibilidade por qualquer ângulo e um brilho que torna as imagens nítidas mesmo sob forte luz solar. As cores também são realistas, o que é a cereja do bolo.

A resolução HD não quebra paradigmas, mas é uma adição bem-vinda ao mercado de aparelho de até R$ 700. São 720 x 1280 pixels, que geram uma densidade de pixel por polegada de 326. Os números não mentem: por preços entre R$ 500 e R$ 800, é difícil encontrar concorrentes à altura à venda atualmente no varejo brasileiro. A tela do Galaxy S3 Mini tem 4 polegadas com 480 x 800 pixels (233 ppi); a do LG Optimus L7 2 tem 4,3 polegadas e 480 x 800 pixels (217 ppi); a do Xperia L tem também 4,3 polegadas, mas 480 x 854 pixels (228 ppi). Um dos únicos celulares da mesma faixa de preço que bate o Moto G no quesito resolução é o CCE Motion.Plus SK504, que oferece uma de 5 polegadas em qHD, ou seja, com 960 x 540 pixels.

Desempenho

A Motorola conseguiu colocar no recém-chegado nada menos do que um processador de quatro núcleos. O chip é um Snapdragon 400 quad-core de 1,2 GHz, um feito impressionante para um celular de menos de R$ 800. Com ajuda da RAM de 1 GB, o smartphone roda o Android de forma leve e fluida. Aliás, vale ressaltar qual versão do Android: é o 4.3 (Jelly Bean), que faz dele um aparelho tão atualizado quando um Galaxy S4, por exemplo. A Motorola ainda promete um update para o Android 4.4 (KitKat) para janeiro.

Parte da boa performance pode ser atribuída à versão do Android que a Motorola colocou no aparelho: sem muitas firulas, sem grandes personalizações. Esteticamente, o sistema é bem parecido com o Android "puro", que a gente vê em celulares como o Nexus 4 e o Nexus 5, assinados pelo Google em parceria com a LG. Há algumas sutis diferenças, como em aplicativos como o da câmera, que veremos mais adiante, e recursos extras, da própria Motorola.

Para testar o desempenho do aparelho, o submetemos a alguns aplicativos notoriamente pesados. Um deles foi o Asphalt 8, jogo com gráficos em 3D. O resultado foi satisfatório: o programa não travou e rodou sem engasgos exagerados. Um outro game popular, mas ligeiramente pesado, é o Minion Rush. Mais uma vez, estrelinha dourada para o Moto G: fora o tempo de espera para download dos pacotes extras - pelo qual a rede Wi-Fi ou a conexão 3G são mais responsável do que o conjunto do hardware em si -, o app rodou com tranquilidade.

Abrir vários aplicativos leves ao mesmo tempo, a exemplo do Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram, Pou e Candy Crush, não foi problema. O Moto G gere bem a memória, e faz com que o celular raramente demonstre lentidão mesmo com vários programas sendo executados em segundo plano ao mesmo tempo. Para atividades cotidianas, como chegar e-mails e as principais redes sociais, o combo quad-core e 1 GB de RAM parecem ser mais do que suficientes para o usuário comum.

Fizemos testes de perfomance em dois programas de benchmark: o AnTuTu e o 3DMark. O do AnTuTu foi até difícil de acreditar: alcançou nada menos do que 16.958 pontos, o que o posiciona logo abaixo de aparelhos como o Galaxy S3 segundo o ranking do programa. Já no 3DMark, os números foram mais modestos: 5.425 no teste Ice Storm, o que o deixa atrás de aparelhos como Razr HD, mas à frente do famoso Galaxy Gran Duos.

Armazenamento

Testamos a versão do Moto G com 16 GB de armazenamento interno, no kit que acompanha quatro capinhas e tem preço sugerido de R$ 799, embora seja possível encontrá-lo por menos. Há também uma versão mais enxuta, com 8 GB de armazenamento interno. Se a sua intenção é usar o celular para jogar, pense duas vezes: games geralmente têm arquivos pesados, e é provável que não caibam muitos deles em 8 GB.

Como não há slot para cartão microSD, indicamos que pretensos compradores avaliem se o espaço é suficiente para as suas necessidades. Há sempre a alternativa de manter seus arquivos da nuvem para desafogar a memória do smartphone, mas essa não é a primeira opção de todo mundo.

Dual-chip

O Moto G tem versões single e dual-chip para 8 GB e apenas dual-chip para 16 GB. No caso da entrada para dois SIM, ambas as linhas ficam ativadas, sendo possível receber ou fazer ligação de qualquer uma delas sem precisar executar qualquer comando para a troca de chip. É descomplicado, exatamente como deveria ser.

Câmeras

As câmeras são a pior entrega do hardware do Moto G. Há lá algumas vantagens: o disparo é rápido e os ajustes do aplicativo são bem simples de serem feitos. Um menu com as opções pode ser "puxado" do canto da tela, de onde é possível controlar o flash, exposição, ativar ou desativar o HDR, o recurso de vídeo em câmera lenta e o modo de foto panorâmica. Há ainda a possibilidade de controlar o ponto focal somente tocando na tela e a de fazer múltiplos disparos. Tudo muito simples e divertido... Mas a câmera constantemente deixa o usuário na mão.

A câmera frontal tem sensor de 5 megapixels e, ao contrário do restante do aparelho, não é lá grande coisa. Mesmo com a possibilidade de escolher o ponto focal com um toque, o aparelho decepciona e entrega imagens desfocadas. O problema se estende mesmo em fotografias tiradas em ambientes externos, com luz natural, quando as imagens deveriam sair impecáveis. Não são todos os cliques que saem ruins, mas uma parte considerável deles.

O balanço de branco também é ruim, principalmente sob luz artificial. Aliás, em ambientes cuja iluminação não é ideal, como em dias nublados ou menos ambientes internos, as imagens são decepcionantes. Durante a noite, nem se fala: é difícil conseguir muito mais do que uma imagem preta com um ou outro ponto luminoso. Abaixo, comparamos o desempenho da câmera do Moto G e de seu irmão Moto X.

A câmera frontal tem 1,3 megapixels. Basicamente, ela quebra o galho para videochamadas e para quem gosta de tirar foto de si mesmo. Não é um primor e não é ideal para fotografias, mas, aliada à boa captação de áudio do smartphone, faz um trabalho interessante.

Uma pena, mas nenhum crime se relativizarmos a questão. Afinal, por melhor que seja, estamos falando de um smartphone intermediário. Seus concorrentes, à exceção de um ou outro Lumia, não são um show à parte.

Bateria

A bateria do Moto G é suficiente para aguentar um dia inteiro de uso moderado. Para os usuário mais contidos, pode chegar a praticamente um dia e meio. No mundo dos smartphones, são números atraentes. O mais impressionante fica na gestão de energia quando a bateria atinge o "vermelho". Em um de nossos testes, a bateria chegou ao vermelho por volta das 23h. O smartphone foi deixado fora da carga e, na manhã do dia seguinte, mais de oito horas depois, ainda estava no mesmo estágio.

Boa parte disso se deve ao modo "Economia de bateria" presente no celular. Quando a bateria entra em níveis críticos, ele é automaticamente ativado. Conectividade, aplicativos em segundo plano e brilho da tela, por exemplo, passam a serem geridos de forma a gastar a menor quantidade de energia nas horas seguintes, para que o usuário possa ter tempo de carregar o celular antes que ele desligue e vire um peso de papel.

Recursos

O Moto G não tem os mesmos recursos de seu irmão mais velho, o Moto X. Isso porque a Motorola optou - talvez por uma questão de economia - por não integrar os sensores necessários para que eles funcionassem. Assim, nada de "acordar" o telefone dizendo "Ok, Google", nada de o aparelho reconhecer quando você o segura, nada de ativar a câmera "chacoalhando o celular e nada da praticidade da tela de bloqueio com prévia das notificações.

Por outro lado, há alguns aplicativos pré-instalados da companhia que prometem dar um up ao aparelho. Um deles é o Assist, que aplica configurações automáticas no aparelho de acordo com o seu dia a dia. Ele, por exemplo, pode ser sincronizado com a sua agenda do Google para colocar o gadget em modo silencioso sempre que você entra em uma reunião. Além disso, o Assist pode programar o Moto G para desligar os sinais sonoros em horários em que você estaria dormindo.

Temos outros apps pré-instalados, além do pacote Google. Valem a nota o Migração Motorola, que faz backup e transferência de dados do seu antigo celular para o Moto G, e o BR Apps, que sugere uma série de programa desenvolvidos por brasileiros bem conceituados no mercado.

Custo-benefício

Não há dúvidas: o Moto G é um campeão de custo-benefício. Tem seus contras, vide pouco armazenamento interno e câmera ruim, mas é um smartphone e tanto pelos seus R$ 649, o cobrado pela versão mais barata. Parece que a Motorola viu nessa fatia do mercado uma possibilidade e tanto, e fez um smartphone que vai dar trabalho aos concorrentes nos próximos meses.

O Moto G não é nenhum top de linha, mas nem pretende ser. Para a sua faixa de preço, é certamente uma das melhores opções apresentadas pelas fabricantes nos últimos anos - e, por isso, abocanhou tantas notas altas neste review. Parece que ter sido comprada pelo Google fez um bem e tanto à Motorola.



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