Teresina se consagra como a capital das boas ideias

A cidade é referência nacional por aliar serviços e tecnologia

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Teresina se consagra como a capital das boas ideias. E falando em novidades, o Laboratory of Intelligent Robotic, Automation and Systems (Labiras) coloca a cidade como referência nacional, aliando inovação tecnológica e prestação de serviço para a população.

O laboratório desenvolve instrumentos eficientes, confortáveis e de baixo custo, que são direcionados à deficiência física, transtornos mentais, locomoção e entretenimento da sociedade.

Estudantes e pesquisadores do Instituto Federal do Piauí (IFPI), integram o LABIRAS. Eles desenvolvem projetos relacionados às áreas de Automação e Robótica, Games e Tecnologia Assistiva (voltada para pessoas com deficiência).

Francisco Marcelino, professor do curso de Engenharia Eletrônica do IFPI e mestre em Biotecnologia, é quem coordena o grupo. Segundo ele, a ideia do laboratório surgiu na cidade de Parnaíba e depois chegou a Teresina.

“O laboratório é o nosso local de pesquisa. Aqui fazemos artigos, formalizamos patentes e participamos de feiras com o trabalho que a gente faz. Nosso foco é tirar a ideia do menino da sala de aula, a teoria que está no quadro, e colocá-la na prática”, destaca.

Dentre as principais contribuições do laboratório está a formalização de patentes (direito de exploração de produtos). Dentre os projetos estão a Luva Ultrassônica, a Bengala Eletrônica, Bateria Eletrônica, Plataforma Robótica para o Ensino de lógica à crianças e Robótica formando cidadãos.

Além disso, o laboratório conta com trabalhos apresentados em eventos, artigos, além de jogos aplicados na área médica (Realidade aplicada para medicina) e o Oculos Rift, um projeto de óculos de realidade virtual para o tratamento de fobias.

Marcos Vitor Castelo Branco, tem 15 anos e está no 2º ano do Ensino Médio. Ele, logo que entrou no IFPI, soube do Labiras, e passou a fazer parte e já está desenvolvendo um game que promete fazer sucesso.

“É um jogo de fazenda, só que ele tem intuito de promover também uma pesquisa na área da psicologia. Isso porque ele conta com recursos que podem ou não agredir a natureza. Vamos avaliar como as pessoas reagem nessa situação, se priorizam o meio ambiente ou o lucro”, disse.

Alunos desenvolvem mecanismos eficientes e de baixo custo

Percebendo a falta de mobilidade urbana na maioria dos espaços urbanos, que atrapalham a vida de pessoas com deficiência, o Labiras tem uma série de projetos voltados para este público. Com orientação de Francisco Marcelino, os alunos criaram e patentearam ferramentas a serviço da população.

Um dos projetos, a Bengala Eletrônica, é composta por cano PVC e sensores que indicam obstáculos próximos, por isso é considerada vantajosa em relação a bengalas tradicionais, uma vez que a produzida pelo laboratório custa menos de R$100.

"Nela tem sensores que me dizem o que tem acima. Ele manda um toque sonoro ou vibra na mão da pessoa com deficiência", explica o professor, ao destacar que o diferencial é que qualquer pessoa consegue construir.

Além disso, os pesquisadores estão fina-lizando uma cartilha digital, que vai concorrer ao prêmio do Unicef. "Também estamos com projeto de um portal com tutoriais para que as crianças e os adultos possam fazer em casa", afirma.

A Luva Ultrassônica é outro projeto patenteado que conta com um sensor menor que o localizado na Bengala. Ela foi produzida para ser usada em ambientes fechados e abertos.

"É como se fosse uma extensão do corpo humano, pois ao apontar para algo a luva identifica e vibra diante de um obstáculo a 50 cm ou menos. Dessa forma, a pessoa vai diminuir a velocidade da caminhada e não vai bater", explica.

Já a Bateria Eletrônica surge como alternativa às baterias tradicionais, que no mercado custam em média de R$ 3 a R$ 4 mil. O produto fabricado pelos pesquisadores do LABIRAS teve custo de R$ 300. "Usamos cano PVC, além de um piso elétrico, ou seja, ao bater no instrumento ele gera energia e um sinal pequeno é levado para computador", conta.

Projeto passará a atender em abrigos e no CEM

Os trabalhos do Labiras estão em processo de ampliação. Atualmente, além da contribuição de objetos que auxiliam a sociedade, o Labiras está repassando os ensinamentos da robótica a estudantes de escolas públicas do Piauí e Maranhão.

As aulas ocorrem na sede do Instituto Federal do Piauí (Campus Teresina Central), centro da cidade, aos sábados, das 08h às 12h.

O projeto "Robótica Formando Cidadãos", oferece conteúdos nas disciplinas de Matemática, Física, Inglês, e Lógica de Programação com foco na parte teórica da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), que vai acontecer no dia 21 de agosto", destaca o professor, ao frisar que, assim que encerrar a Olimpíada, as aulas serão retomadas.

"Este mês tivemos um aulão e retornará em setembro. Depois, os alunos vão começar a ter iniciação nas áreas de eletrônica, robótica e desenvolvimento de projetos.

Além disso, vamos estender as aulas para o abrigo feminino, masculino, para cadeirantes (através da Sasc) e para o Centro Educacional Masculino (CEM). Isso pode mudar toda uma realidade, porque, na sala de aula, você já percebe uma mudança substancial dos alunos que fazem parte do LABIRAS", acrescenta.

Antônio Lucas é estudante do curso técnico de eletrônica do IFPI e, ao se sentir desafiado pelo professor Marcelino, iniciou seu conhecimento sobre robótica.

"Antes eu via as matérias do curso, como Matemática e Física e me perguntava, para que ver isso, se eu não vou precisar? Hoje a visão é diferente, tudo que aprendo na sala aplico aqui", conta o estudante de 17 anos, que pretende se engajar e melhorar na área da robótica, eletrônica e programação.



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