Investimentos avançam esgotamento sanitário em Teresina

Em 16 anos a capital terá 90% de cobertura de esgoto tratado

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Valdir Guimarães é morador do bairro Aeroporto, zona Norte de Teresina. Assim como as localidades Matadouro, Parque Alvorada, Itaperu e Nova Brasília, a região recebeu investimentos para a implantação de um sistema de esgotamento sanitário adequado aos padrões da região. A obra é um marco histórico para a capital, que passou de quase 19% de cobertura de esgoto tratado para 31% a partir de investimentos.

“Eu acredito que isso é uma coisa boa. A gente sabe que esgoto tratado evita doenças. Além disso, valoriza a área”, conta Valdir. “A gente nunca teve esgoto passando na rua, mas sem dúvidas, só de saber que está tendo um destino correto, é muito bom. Acho que eles só tem que tomar mais cuidado com o recapeamento asfáltico”, avalia.

Eles, no caso, é a empresa Águas de Teresina, que assumiu como concessionária de abastecimento d’água e tratamento do esgoto sanitário da capital, no lugar da Águas e Esgotos do Piauí S/A (Agespisa), que permanece em funcionamento para outras localidades do Estado. O desafio da empresa em melhorar a estrutura já existente é grande.

Crédito: Divulgação

Até o momento, R$ 480 milhões foram investidos para ampliar a rede de esgotos. “Os principais desafios para o esgotamento sanitário em Teresina é porque temos que resolver muita coisa em pouco tempo. É preciso montar um sistema complexo em uma velocidade que temos que implantar. São obras que não são simples. É preciso sair do patamar que estamos até chegar em 40% a 90%”, destaca Cassiano Costa, gerente de engenharia da empresa.

Crédito: Raíssa Morais

As obras mexem com o cotidiano das pessoas, apesar do benefício permanente. “Nós acabamos mexendo com a cidade inteira. É uma cidade grande, que vive em movimento. As obras mexem com toda a população. É um aporte de investimento muito grande”, acrescenta Cassiano.

Rede de esgoto de Teresina cresceu 60%

Quem vê o asfalto não imagina o que pode haver debaixo dele. A zona Norte da capital concentrou o incremento na rede de esgoto, e agora possui estrutura de saneamento adequado para não poluir os rios ou promover a proliferação de arboviroses. A região incrementou em 12% do total da cidade, e em 60% quando comparada a estrutura que já havia, concentrada na zona Leste e Centro da capital. 

Agora Teresina tem esgoto tratado do Aeroporto à Nova Brasília. “Eles foram os primeiros a receber as intervenções. Fizemos também uma série de melhorias no próprio sistema que ampliaram a cobertura toda. Basicamente o esgoto de Teresina era da zona Leste, da Nossa Senhora de Fátima a um pedaço do bairro Piçarra, além da área central da cidade. Agora estamos expandindo na zona Norte e pegando um pedacinho Centro-Sul, isso onde as bacias permitem a coleta. Nós fazemos a coleta, afastamento e tratamento do esgoto”, especifica Pedro Alves, gerente de sustentabilidade da Águas de Teresina.

Pedro Alves | Raíssa Morais

As três etapas do esgotamento sanitário precisam ser executadas com qualidade para que nem a população e nem o meio ambiente sofram consequências negativas. “A coleta é pegar o esgoto na casa das pessoas. Colocamos a rede até a entrada da casa e as pessoas se ligam nesta rede. Depois tem o afastamento, que é levar o esgoto para a estação de tratamento, onde tratamos o material e devolvemos ao meio ambiente com condições adequadas. No caso, os Rios Poti e Parnaíba”, detalha Alves.

A poluição dos rios é um problema grave que ainda afeta a capital de forma acentuada, pois ainda restam os 69% da cidade sem cobertura. “Além das ligações clandestinas, que acabam jogando o esgoto direto nos rios, sem tratamento, também temos ligações conectadas às redes pluviais. Isso causa muitos problemas, principalmente durante a chuva e em secas. Isso é um problema grande para todo mundo”, assinala o gerente de sustentabilidade.

A rede pluvial ligada ao esgoto também gera problemas. “A água pluvial deve voltar para o rio, enquanto o esgoto deve ser tratado. Às vezes é uma falta de esclarecimento dos usuários. Às vezes ligam a água do telhado no esgoto. Teresina tem uma rede de drenagem superficial. Isso causa problemas como o afundamento do asfalto na  Avenida Raul Lopes. Acumulou chuva em uma tubulação condenada, fazendo ceder a estrutura. É importante que haja essa separação”, lembra Pedro Alves.

Universalização do esgoto em 16 anos

O foco dos trabalhos para a universalização do esgoto em Teresina continuam sendo concentrados na zona Norte, onde há bacias adequadas para fazer o trabalho de captação de esgoto. “O projeto Lagoas do Norte, da prefeitura, foi fundamental para isso. A ideia é passar para 40% de cobertura em 2020, em dois anos. Existem metas intermediárias, pois não dá para fazer tudo de uma vez. Em 16 anos vamos a 90%. Será, praticamente, a universalização”, contabiliza Pedro Alves, gerente de sustentabilidade da Águas de Teresina.

Crédito: Raíssa Morais

Pensar em saneamento básico é valorizar a saúde, a economia e o meio ambiente. “Existe um estudo da Organização Mundial de Saúde onde cada R$1 gasto em saneamento, economiza R$4 em saúde. Os imóveis também ganham valor porque a condição de vida melhora. Não tem água escorrendo na frente da causa ou mau cheiro com esgotamento adequado. Outro aspecto que devemos abordar é que isso atrai investimentos. Grandes corporações precisam de fornecimento d’água e saneamento adequado para trabalhar”, ressalta o gerente.

A população também deve fazer sua parte para evitar a proliferação de doenças. Para isso, é necessário fazer as adequações necessárias quando o tratamento de esgoto passa a ser oferecido. “Quando colocamos uma rede de esgoto, nós disponibilizamos a ligação até a fachada da casa. De lá para dentro, é responsabilidade do morador de garantir a ligação. Muitas vezes a ligação é disponibilizada mas a pessoa continua ligando na rede pluvial, ou mantém a fossa. A fossa pode ser transmissão de vetores para arboviroses. Fossas desativadas são verdadeiros criadouros, gerando um grande problema para todos”, analisa.



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