Ucrânia e Rússia encerram 3ª rodada de negociações; veja o que foi acertado

O porta-voz da delegação ucraniana disse que há uma pequena e positiva melhora na organização dos corredores humanitários.

Ucrânia e Rússia encerram 3ª rodada de negociações; veja o que foi acertado | Reprodução
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Terminou a 3ª rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia realizada nesta segunda (7). O porta-voz da delegação ucraniana, Mykhailo Podoliyak, disse que há uma pequena e positiva melhora na organização dos corredores humanitários. Não foram mencionados maiores detalhes. As informações são do portal g1.

Segundo a agência estatal RIA, a Rússia planeja introduzir corredores humanitários, com cessar-fogo temporário, em meio aos conflitos na Ucrânia partindo de:

-Kharkiv

-Chernigov

-Sumy

-Mariupol

A agência estatal informou, citando o governo russo, que um "regime de silêncio" passará a valer a partir das 10h (local, 4h em Brasília) de 8 de março.

Durante o Conselho de Segurança da ONU, o embaixador russo acusou novamente nacionalistas da Ucrânia de impedir as evacuações. A Ucrânia acusa a Rússia de bombardear os corredores humanitários.

"Continuamos com as consultas intensivas sobre o bloco político básico dos regulamentos, juntamente com um cessar-fogo e garantias de segurança", disse Podoliyak em um vídeo.

Uma imagem divulgada pelo governo de Belarus, aliado de Moscou e que sedia as negociações, mostrou mais cedo as delegações da Rússia e Ucrânia reunidas.

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Mesa de negociações com as delegações da Ucrânia (esq.) e da Rússia (dir.) — Foto: Cortesia/Governo de Belarus 

Um porta-voz russo disse, antes da reunião, que as demandas da Rússia são que a Ucrânia:

  • não faça parte em nenhum momento da Otan
  • reconheça a separação da Crimeia, anexada à Rússia
  • reconheça a independência das repúblicas de Donbass

A ofensiva russa, iniciada em 24 de fevereiro, provocou a fuga de mais de 1,5 milhão de pessoas da Ucrânia e um número ainda maior de habitantes estão deslocados dentro do país ou bloqueados em cidades bombardeadas pela Rússia.

O agravamento do conflito também provoca turbulências financeiras e o aumento vertiginoso dos preços do petróleo e do ouro.

A nova rodada de negociações russo-ucranianas ocorreu na fronteira entre Belarus e Polônia, e seria concentrada - segundo adiantou o chefe da delegação russa, Vladimir Medinski - nos corredores humanitários.

Refugiados atravessam uma ponte destruída em Irpin, cidade próxima a Kiev, capital da Ucrânia (Foto: REUTERS/Carlos Barria)

No entanto, as expectativas não eram boas. O presidente russo, Vladimir Putin, estabeleceu como condição prévia a aceitação de Kiev de todas as demandas de Moscou, especialmente a desmilitarização da Ucrânia e um status neutro para o país.

O Exército russo anunciou na manhã desta segunda (7) a suspensão temporária dos ataques em algumas regiões "com fins humanitários" e a abertura de corredores humanitários para retirar os civis de Kiev, Kharkiv, do porto cercado de Mariupol e da localidade de Sumy, perto da fronteira com a Rússia.

Metade dos corredores, porém, segue em direção à Rússia e Belarus e o governo ucraniano rejeitou a proposta.

"Não é uma opção aceitável", disse a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereschuk. Ela afirmou que os civis retirados das cidades de Kharkiv, Kiev, Mariupol e Sumy "não irão para Belarus, para em seguida embarcar em um avião e seguir para Rússia".

O presidente francês Emmanuel Macron, que conversou com seu homólogo russo no domingo, acusou Putin de hipocrisia e cinismo pela sua proposta.

"Não conheço muitos ucranianos que queiram se refugiar na Rússia (...). Nada disso é sério. É de um cinismo moral e político que me parece insuportável", disse Macron em entrevista transmitida na televisão.

Por sua vez, o representante russo nas negociações entre Moscou e Kiev acusou a Ucrânia de impedir a evacuação de civis de áreas de combate e de "usar (os civis) direta e indiretamente, até como escudos humanos, o que é claramente um crime de guerra".

Rússia diz que suspende ataques se Ucrânia ceder seus territórios

Rússia disse que interromperá ataques assim que Ucrânia atender demandas exigidas, como mudar a constituição e ceder territórios.  Segundo o porta-voz da Rússia, Dmitry Peskov, as condições para parar com a operação militar incluem:

  • Fim das ações militares da Ucrânia
  • Mudar a constituição em prol da neutralidade
  • Reconhecer a Crimeia como território russo
  • Reconhecer Donetsk e Luhansk como países independentes

Ucranianos deixam a cidade de Irpin — Foto: Oleksandr Ratushniak/AP Photo

"Estamos concluindo a desmilitarização da Ucrânia. Vamos terminar isso. Mas o mais importante é que a Ucrânia interrompa as ações militares. Se eles fizeram isso, ninguém mais irá atirar", disse Peskov.  

Sobre a questão da neutralidade, ele se refere a uma mudança na constituição da Ucrânia para impedir a entrada do país na OTAN.

Ataque em rota de fuga

Uma mulher e duas crianças, mãe e filha, morreram após um ataque de morteiro russo à cidade de Irpin, perto de Kiev, que tem servido como rota de fuga para moradores locais.

A explosão ocorreu num trecho da estrada logo após a passagem da ponte.



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