Um ano depois, família de ciclista atropelado por Thor Batista espera desfecho de ação na Justiça

Apesar de acordo entre as partes, tia da vítima diz que não recebeu assistência

Thor. | reproducao
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Um ano após a morte de Wanderson Pereira dos Santos, que foi atropelado por Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, em 17 de março de 2012, na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, a família do rapaz aguarda desfecho da ação criminal que corre na 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Segundo Cléber Carvalho, advogado da família do atropelado, a defesa de Thor fez acordo com parentes do ajudante de caminhoneiro na tentativa de minimizar a dor dos parentes. Por essa razão, não há na Justiça processo cível contra Thor, apenas o criminal, promovido pelo Ministério Público.

? Estamos aguardando a solução judicial deste processo, cujo resultado poderá aliviar um pouco mais o sentimento de impunidade vivido pelos parentes de Wanderson.

A tia do ajudante de caminhoneiro Maria Vicentina Pereira lamenta que nada tenha sido resolvido até agora. Segundo ela, a mulher da vítima se mudou da Baixada Fluminense e nunca mais manteve contato com a família do marido.

? Até agora não recebi nenhuma assistência, não vi nada acontecer. Um ano se passou e tem coisa que é melhor deixar pra lá, fazer de conta que não existiu, porque só traz aborrecimento. Ninguém vai trazer a vida do meu sobrinho de volta mesmo. A mulher dele foi para a região dos Lagos e nunca mais tivemos contato com ela.

Wanderson morava com a mulher, Cristina Gonçalves, em uma casa humilde no distrito de Xerém. Após a morte do ajudante de caminhoneiro, a família colocou o imóvel à venda.

A vítima atravessava a estrada de bicicleta no momento em que foi atingida. O ajudante de caminhoneiro foi atropelado pela Mercedes SLR MacLaren prata do filho mais velho de Eike e da ex-modelo Luma de Oliveira, na pista sentido Rio da rodovia. Na ocasião, Thor chegou fazer o teste do bafômetro, que deu negativo.

Processo: idas e vindas

O processo que apura homicídio culposo (quando não há intenção de matar) ao qual o empresário Thor Batista responde na 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vem se arrastando desde a abertura em março de 2012. A pedido da defesa, o processo chegou a ser suspenso em janeiro deste ano e deveria ter sido retomado na última terça-feira (12), se Thor não tivesse faltado à audiência na qual seria interrogado (ele alegou em atestado médico necessidade de repouso). O interrogatório foi remarcado para o dia 25 de abril.

Também na terça passada, os advogados pediram nova suspensão do processo, após decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que afastou do processo o perito criminal Hélio Martins Júnior, responsável pelo laudo que constatava que Thor dirigia a 135 km/h quando atropelou e matou o ciclista. O laudo já havia sido excluído do processo após a defesa de Thor alegar que o perito tinha relação direta com o Ministério Público, o que sugeria violação de imparcialidade.

O pedido, no entanto, foi negado pela juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza. No mesmo dia, o Ministério Público pediu a confecção de um novo laudo sobre a velocidade do carro de Thor. O pedido foi aceito pela juíza. Daniela Barbosa quer interrogar Thor tendo esse novo laudo em mãos.



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