Livro do Jornal Nacional critica paralisação das obras do aeroporto de São Raimundo Nonato

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Livro do Jornal Nacional critica paralisação das obras do aeroporto de São Raimundo Nonato | JN
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Trabalhos continuam paralisados mesmo com a promessa do governador

A história da construção do Aeroporto Internacional Serra da Capivara, no município de São Raimundo Nonato, município a 525 quilômetros de Teresina, no Piauí, está descrita com detalhes no livro ?O Diário de Bordo do Jornal Nacional?, do repórter Ernesto Paglia. Publicado pela Editora Globo para documentar a série jornalística que percorreu o país a bordo de aviões, o livro critica a paralisação dos trabalhos no futuro aeroporto afirmando que o local não passa de um canteiro de obras semiparalisado.

Relatando o vôo entre Petrolina e a cidade piauiense, realizado na aeronave Caravan, um avião de menor porte, recomendado para pistas sem muita infra-estrutura, o repórter da Globo diz: ?Em poucos minutos de vôo, um desbotamento tristonho toma conta de tudo lá embaixo. Mais meia hora e avistamos a faixa de asfalto do aeroporto de São Raimundo Nonato. Fica longe da cidade. Foi recém-construída, parte de uma das várias obras abandonadas pela metade no lugar?.

Pelo ritmo das obras iniciadas no aeroporto ele constata: ?São Raimundo ainda vai demorar para ter um aeroporto de verdade. Quando tiver, o terminal vai apresentar a forma de uma capivara. Um dia, quiçá, esse será o portal por onde chegarão os visitantes dispostos a conhecer as raízes mais antigas do homem nas Américas.

Paglia descreve com humor o desembarque na cidade. ?A recepção é caprichada. O encarregado da segurança do ?aeroporto?, de capacete e colete refletivo, brande um radiocomunicador e anda de um lado para o outro com empolgação. Quem o vê, agitado, poderia pensar que ele trabalha num Heathrow (aeroporto de Londres) ou num JFK (aeroporto de Nova York).... ágil, despachado, emite ordens para os subordinados. Age, na verdade, como se todo mundo ali o fosse. De repente, da um grito (?Guerreiros!?) e convoca o destacamento da PM local que aguarda ao lado da viatura estacionada no pátio do futuro aeroporto?.

Depois de constatar que a única parte do aeroporto que realmente existe é a pista de pouso inaugurada em 2009, o jornalista gravou o texto da narração da matéria veiculada no Jornal Nacional com trechos como esses: ?Obra inacabada parece ser a marca do lugar. A estrada que liga a região à capital alterna asfalto com trechos de terra. Moradores reclamam do cheiro do sistema de esgoto instalado em São Raimundo Nonato?.

Destacando o trabalho da equipe da cientista Niéde Guidon, o repórter diz: ?Foi por influência da dra. Niéde Guidon que São Raimundo Nonato tem hoje ensino superior, incluindo o primeiro curso público de arqueologia do país, que já formou as três primeiras turmas. E hospedou, em 2009, o Congresso Internacional de Arte Rupestre, com a presença de quase duzentos pesquisadores de 37 países?.

Para concluir o capítulo sobre a Serra da Capivara o repórter afirma: ?O patrimônio pré-histórico da região de São Raimundo Nonato ainda vai manter ocupadas várias gerações de arqueólogos! Essa é a única obra inacabada que merece ser comemorada nesse rincão do Nordeste?.

OBRAS PARALISADAS

Mesmo com a promessa pública do governador Wilson Martins (PSB), de inaugurar a obra em dezembro desse ano, notícia veiculada exaustivamente por todo o Piauí, na manhã desta terça-feira, 18 de outubro, as obras continuavam totalmente paralisadas. Nenhum funcionário da Construtora Sucesso estava no local nem existia movimento de material.

Nas últimas semanas a arqueóloga Niéde Guidon tem se deslocado diariamente ao canteiro de obras do aeroporto para verificar pessoalmente se as obras estão sendo retomadas e confirmou a nossa reportagem que os trabalhos continuam totalmente paralisados.

A construção do terminal de passageiros se encontra paralisada desde a gestão do ex-governador Wellington Dias (PT). Na época do seu governo imensos painéis foram espalhados pelas principais cidades do Piauí divulgando a construção do aeroporto que nunca foi concluído. Segundo o jornal O Estado de SP, estima-se que mais de R$ 20 milhões já foram gastos na obra.

André Pessoa



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