“Achei que iam atirar”, diz menina de 13 anos feita refém em casa

Jovem estava na casa que foi invadida por criminosos em Bento Gonçalves. Polícia segue buscas pelo bando que assaltou fábrica de joias em Cotiporã

Chevette foi usado durante a fuga dos assaltantes | Alexandre dos Santos/RBS TV
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Uma menina de 13 anos estava entre os reféns feitos na madrugada desta quarta-feira (2), em Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, pelos homens que assaltaram uma fábrica de joias em Cotiporã na madrugada de domingo (30). A jovem estava dormindo quando a casa em que mora com a família em Bento Gonçalves foi invadida por 4 dos foragidos. ?Eles queriam um carro para fugir. Tive muito medo. Fiquei com a arma na cabeça e achei que iam atirar?, relata. Os bandidos conseguiram escapar e seguem sendo procurados pela polícia.

Segundo a adolescente, os assaltantes invadiram a casa por volta das 2h. Estavam no local também os pais da jovem, que são agricultores, a irmã, a tia e a avó. ?Eles entraram primeiro no quarto da minha mãe, depois arrombaram a porta do meu. Acordei com o cara apontando um fuzil para a minha cabeça?. Dentro da residência, os criminosos comeram as sobras da ceia de réveillon da família e tomaram cerveja. ?Eles estavam sujos e molhados, vestindo roupas parecidas com a do Exército e um deles usava touca?, diz.

A vítima conta ainda que a todo instante os criminosos faziam ameaças caso eles tentassem fugir ou chamar a polícia. ?Diziam para a gente ficar quieto e não se mexer. Amarraram nossas mãos. Depois disso, vai demorar para passar o medo. A gente nunca tinha sido assaltado?, lamenta.

Na sequência, os criminosos entraram também na casa vizinha, onde moram outros parentes da menina, e levaram um homem de 42 anos na fuga. Para escapar, usaram os dois carros da família, um Escort e um Chevette, posteriormente abandonados junto com o refém. Os bandidos seguiram para São Vendelino, onde foram resgatados por um comparsa em um Nissan Tiida vermelho com placas DDU-8446, de Sapucaia do Sul, e fugiram na direção de Porto Alegre por volta das 4h.

O crime

O drama na cidade de Cotiporã começou às 2h de domingo, quando os assaltantes explodiram uma fábrica de joias. As imagens das câmeras de segurança mostram o momento das detonações e depois os homens recolhendo pacotes espalhados pelo chão. Na fuga, o grupo rendeu cerca de 30 pessoas que estavam num bar, em frente à fábrica, e fugiu levando reféns.

No caminho, eles foram surpreendidos pela Brigada Militar. Na troca de tiros, dois policiais ficaram feridos e três criminosos morreram. Entre eles, o homem mais procurado pela polícia do estado: Elisandro Rodrigo Falcão. A suspeita é que ele tenha comandado diversos ataques a bancos com explosivos no estado este ano.

Os assaltantes, que conseguiram fugir com duas reféns, invadiram uma casa e levaram mais sete pessoas. O grupo se escondeu na mata. Os reféns só foram encontrados na noite de segunda-feira (31), mais de 10 horas após serem capturados.

A Brigada Militar fazia buscas na região desde domingo, inclusive com equipes entrando na mata em busca dos assaltantes. As vias de acesso da cidade também estavam sendo monitoradas.



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