Avião do tio da senadora Damares é apreendido com quase 300 kg de maconha

A Polícia Federal efetuou neste sábado a prisão em flagrante de um indivíduo por tráfico interestadual de drogas. O suspeito foi detido no hangar de voos particulares do aeroporto internacional de Belém quando tentava embarcar em um avião transportando 290 quilos de skunk, uma forma concentrada de maconha. A aeronave pertence à Igreja Quadrangular do Pará. 

Droga apreendida pela PF em avião de igreja Foto: Polícia Federal/Divulgação 

A PF afirmou que a aeronave estava sendo utilizada pelo ex-deputado e pastor Josué Bengtson e por seu filho, Paulo Bengtson, que também é ex-deputado federal e atualmente integra o governo do estado do Pará.  Josué Bengtson é líder espiritual na Igreja Quadrangular e também é tio e padrinho político da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). 

Josué Bengtson e a senadora Damares Alves  Foto: Reprodução 

A Igreja Quadrangular alegou que o homem preso seria um prestador de serviço terceirizado e teria limpado o avião no dia anterior.  A instituição afirmou ter acionado a Polícia Federal assim que soube do conteúdo ilícito que seria transportado pelo suspeito. Ele "procurou o nosso piloto querendo fazer um voo para levar, segundo ele, algumas peças de trator para uma cidade do interior", diz a nota. 

PF apreendeu 290 kg de maconha dentro de avião Foto: Divulgação 

Paulo Bengtson afirmou que a aeronave é utilizada há três anos para transporte dos pastores pelo estado do Pará e também de pessoas doentes, quando necessário. "É a primeira vez que algo semelhante a esse caso acontece. Aguardamos a conclusão dessa investigação, na certeza da punição de todos os envolvidos", disse.

A droga, que estava escondida dentro de caixas de papelão de ovos, ocupava todo o espaço disponível na aeronave, incluindo os assentos destinados ao passageiro e ao piloto. O intenso odor evidenciava que o avião já estava carregado há horas, aguardando a decolagem. O avião da igreja tinha como destino a cidade de Petrolina (PE).

A PF não confirmou a propriedade do avião, nem como recebeu denúncia sobre a droga. Segundo a coorporação, o piloto foi liberado pois não foi verificada sua participação no crime. Um inquérito foi aberto para apurar detalhes da circunstância do crime.