Blitz da Polícia Federal revela que um terço dos caminhoneiros bebe ou usa drogas

Ao todo, 53% dos acidentes no Espírito Santo envolvem caminhoneiros

Blitz da PF nas estradas | Divulgacao
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Em uma estrada que liga São Paulo ao Nordeste e em outra que liga Vitória a Belo Horizonte há uma triste estatística em comum: 53% dos acidentes fatais que aconteceram na BR-101 e na BR-262, ano passado, envolviam caminhões. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, um em cada três motoristas de caminhão bebe ou usa drogas em pleno trabalho.

Ao todo, 53% dos acidentes no Espírito Santo envolvem caminhoneiros. Entre as substâncias que alguns deles usam para evitar o sono ao volante estão as anfetaminas, a cocaína e até mesmo o crack.

"Tem muita droga neste meio. Se você sair com qualquer caminhoneiro você encontra cocaína, maconha, crack. Hoje, para vários, não são todos, é a coisa mais simples, fácil", conta o caminhoneiro Cláudio Luiz Dorneles Freitas.

Durante o ano passado, a Polícia Rodoviária Federal do Espírito Santo parou caminhoneiros na estrada e pediu para que eles fizessem exames de urina. O resultado foi alarmante - um em cada três motoristas dirigia naquele momento sob o efeito de drogas, como maconha e cocaína.

"Quem usa a droga está em busca de dinheiro. Tem que acelerar para ganhar dinheiro, quanto mais trabalha mais ganha, né?", diz um caminhoneiro.

Drogas estimulantes são as mais usadas, entre elas a anfetamina - que na estrada é conhecida como rebite.

"É um estimulante, em qualquer farmácia arruma para comprar", afirma o caminhoneiro José Adriane Gambá.

Na BR-101, principal ligação entre São Paulo e o Nordeste do país, a reportagem flagrou a venda fácil. "Rebite é bom. No caso, para quem não está acostumado é preferível tomar dois logo, para quem não é acostumado faz muito efeito", aconselha o balconista.

Seu José leva 36 toneladas em uma carreta com 18 metros. Nesta viagem, não usou estimulantes, mas não descarta a possibilidade: "É uma realidade, se eu disser que não, que eu não tomo eu vou estar mentindo para todo mundo escutar. Se precisar, eu tomo. Aquele que sabe se drogar sabe a hora de parar", diz.

Outro caminhoneiro, João Marinaldo Rigo, conta que em 30 anos de profissão usou a droga várias vezes: "Eu já fiz de Recife a São Paulo direto, só na base do rebite, mas prejudicava muito a saúde. O efeito do remédio vai vencendo, já começa a pegar no sono, você dorme rapidinho, você não vê você dormir, é muito rápido".

"São substâncias que agem no organismo, ilusoriamente dão a sensação de que você vai ficar acordado. Quando o sono vem, ele realmente vem pesado, o caminhoneiro corre o risco de literalmente dormir no volante", comenta Edmar Camata, da Polícia Rodoviária Federal (ES).

A pesquisa da Polícia Rodoviária feita com 732 caminhoneiros também revelou que a saúde deles está à beira de um colapso: 55% têm pressão alta; 53% estão com taxa alta de triglicérides, um tipo de gordura que existe no sangue; e 70% estão acima do peso. "Eu devo pesar uns 138 quilos", diz o caminhoneiro Wellington de Souza.

"O objetivo não é criminalizar a cond



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES