Caso AfroReggae: Justiça manda prender dois PMs

A Justiça decretou a prisão preventiva do cabo Marcos de Oliveira Sales e do capitão Dennys Leonard Nogueira Bizarro

Justiça manda prender dois PMs | Reprodução
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A Justiça decretou a prisão preventiva do cabo Marcos de Oliveira Sales e do capitão Dennys Leonard Nogueira Bizarro, da Polícia Militar, acusados de roubar objetos pessoais do coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva, morto durante assalto na noite de domingo no Centro da cidade.

Os policiais também teriam liberado os assaltantes e omitido socorro a Evandro. Os policiais já estão detidos em prisão administrativa no 13º BPM (Centro) e devem ser transferidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica.

De acordo com o comandante geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, outros quatro policiais estão sendo investigados. Novas imagens de câmeras de segurança do local do crime mostram que outros agentes também podem também ter omitido socorro.

A prisão dos dois policiais foi decretada pela juíza da Auditoria Militar Yedda Christina Ching-San Filizzola Assunção. Segundo a promotora Isabella Pena Lucas, que pediu a prisão preventiva, as imagens gravadas em câmeras de segurança indicam que os policiais abordaram dois indivíduos logo após o crime de latrocínio (roubo seguido de morte) "e sem qualquer razão liberaram estas pessoas, ficando com os pertences da vítima do delito". O texto do MP diz ainda que "a vítima agonizava a curta distância da abordagem e os referidos militares não providenciaram o socorro a que estavam obrigados por lei".

Capitão não presta depoimento alegando não ter condições psicológicas

O capitão Dennys Leonard Nogueira Bizarro chegou à delegacia do Centro por volta das 16h30 desta sexta-feira escoltado por um oficial da PM e o advogado José Haroldo dos Anjos. De calça jaens, camisa amarela e escondendo o rosto com um boné não quis falar com os jornalistas. Durante uma hora e meia permaneceu na delegacia, mas não prestou depoimento. Seu advogado disse que o capitão estava bastante traumatizado e abalado emocionalmente.

- Ele vai sair daqui e ir direto para um consulta psiquiátrica no Hospital da PM. Está muito abalado e nem conseguindo falar direito. Mas posso garantir que ele não ouviu nenhum estampido e não viu corpo algum. Ele não pegou arfma, nem roupa, nem tênis, nem nada - disse o advogado.

O delegado que cuida do caso, José Luiz Duarte, contou que está próximo de localizar e prender os assassinos do coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva. Sobre a presença do capitão na delegacia, afirmou que não ajudou nas investigações.

- Ele não falou nada alegando não ter condições psicológicas para isso - disse o delegado.

Também nesta sexta, o comandante da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, negou, em entrevista à Rádio CBN, que a instituição esteja protegendo o capitão Denis Leonard Nogueira Bizarro, que comandava o policiamento no Centro no dia da morte do coordenador do AfroReggae. De acordo com Duarte, só foi publicada a foto do cabo Marcos de Oliveira Salles porque a mídia registrou o momento no qual ele se deslocava para prestar depoimento, na tarde desta quinta-feira.

- Não há a proteção de um e exposição do outro. A foto do cabo foi divulgada porque a mídia registrou-o momentos antes do depoimento, e o capitão já havia sido ouvido. O tratamento é igual.

Na quinta-feira, o cabo Marcos prestou depoimento e ajudou a polícia a fazer um retrato falado de um dos assaltantes . Segundo o delegado da 1ª DP (Praça Mauá), José Luiz Duarte, o depoimento do cabo coincidiu com o do capitão sobre o percurso feito pela patrulha da PM no horário do crime.

Os dois PMs disseram que escutaram o barulho de tiros quando passavam pela Rua Primeiro de Março, foram à Rua do Carmo, mas não perceberam que havia um homem baleado. Só depois, informados por um policial que estava na Candelária, contaram que voltaram ao local do crime e chamaram socorro.

Evandro dividia com Sirlélia Menezes os projetos sociais que atendem a quase 500 crianças, adolescentes e adultos da favela. Ela lembra que os dois tiveram dificuldades para superar a desconfiança inicial. Quando o projeto começou, facções diferentes do tráfico controlavam Parada de Lucas e Vigário Geral. Os moradores viram com desconfiança a entrada do AfroReggae em Lucas já que a ONG havia sido fundada em Vigário.



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