Delegacia Geral omite dados sobre roubos e furtos de veículos no Piauí

O Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI) critica a postura do delegado James Guerra de não divulgar os dados sobre os inúmeros casos de roubos e furtos de veículos ocorridos no Piauí

Delegacia | José Alves Filho
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Enquanto, diariamente, a imprensa divulga casos de roubos e furtos de veículos, a Polícia Civil do Piauí, através da Delegacia Geral, omite esses dados. Uma determinação do delegado James Guerra impede que quaisquer números sejam divulgados.

A postura é duramente criticada pelo Sindicato dos Policiais Civis do Piauí (SINPOLPI), que contesta veementemente a falta de transparência da delegacia geral e defende que os dados devem ser de conhecimento público, pois não fazem parte de nenhuma investigação.

De acordo com Constantino Júnior, presidente do SINPOLPI, os dados de roubos de veículo no Estado, sobretudo na capital, são alarmantes. O Sindicato pretende acionar o Ministério Público para apurar o modelo de gestão adotado pela Polícia Civil, que concentra as ações apenas sob responsabilidade dos delegados, o que prejudica que a demanda seja atendida de maneira satisfatória.

Segundo Constantino, é dever da delegacia tornar os dados acessíveis à população: “É obrigação da Polícia Civil dar esses dados, pois são informações públicas.

Uma coisa é uma investigação, e outra é a notícia. Esses dados quem tem que divulgar é o próprio delegado geral. Mas ele não quer divulgar porque vai ficar na berlinda”, declara.

Ele denuncia, ainda, a maneira como a Polícia Civil do Estado do Piauí tem atuado: “Nós temos duas questões: primeiro o modelo que não atende a demanda da sociedade e segundo a falta de compromisso de alguns delegados que não produzem, e não realizam suas atividades”, denuncia Constantino.

Segundo o presidente do SINPOLPI, em razão da gestão adotada pela Polícia Civil, muitos dos casos de roubos e furtos de veículos não são nem ao menos apurados: “A grande maioria das demandas que chegam na Polícia Civil nem sequer são apuradas ou é aberto inquérito. Isso é muito grave.

E isso acontece porque nós temos um modelo que não funciona mais. Hoje tudo quem faz é o delegado, só quem pode assinar é ele. Por isso defendemos uma carreira única, pois qual é o critério para ingressar na Polícia Civil? Ter curso superior. Defendemos uma polícia única, em que as atribuições sejam distribuídas”, explica.

População à mercê de bandidos

Entre a população, o clima é de insegurança, sobretudo para quem foi vítima. O servidor público estadual Eurimar Júnior, por exemplo, teve seu carro tomado de assalto à mão armada em outubro, na Rua Aviador Irapuã Rocha, zona Leste de Teresina. "Eu estava conduzindo o veículo, e logo quando estava em direção à residência da minha mãe eles me abordaram com uma arma de fogo e me obrigaram a dar o veículo. Recuperei o carro agora, em Lago da Pedra - MA. A gente se sente totalmente inseguro, vulnerável e impotente. Estamos entregues aos bandidos, pois está demais", relata.

Já F.L., que não quis se identificar por temer represália, conta que teve o veículo tomado ao lado de um shopping da capital, também na zona Leste. "Há cerca de 30 dias o meu veículo foi roubado ao lado do Shopping Riverside, quando eu estava dentro do carro esperando minha namorada. Eles esperaram que o sinal fechasse e dois apontaram armas, pedindo o carro. Com 18 dias a minha mãe também teve o carro dela roubado, de uma rua na zona Sul", conta.

Em meio a tantos casos, o Jornal Meio Norte entrou em contato com o delegado geral da Polícia Civil, James Guerra, que confirmou que não pode fornecer nenhum dado para a divulgação na imprensa. 

Terceirizados paralisam atividades

Os terceirizados contratados pela empresa Limpel - Serviços Gerais que estão alocados no Departamento de Trânsito do Piauí (DETRAN-PI) paralisaram suas atividades na manhã de ontem (4) alegando o atraso de salários, tickets-alimentação e o não cumprimento das férias previstas na CLT após um ano de serviços prestados.

Segundo Luciano José, presidente do Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Piauí (SEEACEP), conhecido como sindicato dos terceirizados, o não pagamento dos salários acontece há pelo menos três meses, e o clima entre todos é de revolta: "A empresa, a Limpel, está há três meses sem pagar os salários e tickets-alimentação dos funcionários.

As férias também não estão sendo concedidas de maneira adequada, e o prejudicado é sempre o tercerizado", explica. A paralisação só terá fim após o pagamento dos salários, inclusive os que estão em atraso: "A paralisação iniciou hoje, mas deve terminar após o pagamento de um paliativo. Não temos como sustentar uma paralisação por muito tempo, mas caso a situação não melhore, nós iremos dar um indicativo de greve geral", afirma Luciano José.

A Limpel corresponde a 70% dos funcionários do DETRAN, pois inclui serviços gerais, despachante de carteira de motorista e o pessoal de atendimento ao público. Com esses profissionais de braços cruzados, quem se prejudica é a população, que deve esperar um pouco mais para usufruir de serviços dos órgãos.

A reportagem entrou em contato com a Limpel - Serviços Gerais para obter mais informações sobre o caso da paralisação dos servidores terceirizados do DETRAN-PI, mas não obteve retorno até o fechamento desta apuração.

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