PC Farias: Promotor afirma que não é suficiente descartar suicídio

Jurados absolveram réus da acusação de duplo homicídio qualificado.

Promotor Marcos Mousinho abre último de júri da morte de PC Farias | Reprodução web
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O promotor Marcos Mousinho afirmou, na noite desta sexta-feira (10), após a leitura da sentença que absolveu os quatro policiais militares no júri das mortes de Paulo César Farias, o PC Farias, e da namorada dele, Suzana Marcolino, que tem a sensação de "dever cumprido", já que os jurados descartaram a tese de homicídio seguido de suicídio.

Entretanto, o promotor afirmou que isso não é suficiente, e vai analisar todo o processo novamente para decidir se recorre da decisão do júri. "Embora os réus tenham sido absolvidos, me sinto com o dever cumprido, já que os jurados acataram a tese do Ministério Público de que PC e Suzana foram assassinados?, disse Mousinho.

PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos em uma casa de Praia de Guaxuma, Alagoas, em 23 de junho de 1996. O corpo de jurados votou pela não condenação dos seguranças Adeildo Costa dos Santos, Reinaldo Correia de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva, mas reconheceu que houve duplo homicídio, descartando a tese da defesa de que Suzana matou o namorado e depois se matou.

De acordo com a sentença, lida em plenário pelo juiz Maurício Breda, os jurados entenderam que três dos seguranças, à exceção de Reinaldo Correia, tinham o dever legal de impedir o crime, e podiam tê-lo feito, mas não deveriam ser condenados por omissão.

(*Com reportagem de Rivângela Gomes e Fabiana De Mutiis, do G1 AL, e Rosanne D"Agostino, do G1, em Maceió)

Último dia de júri

Na fase de debates, Promotoria e advogados confrontaram versões sobre a morte do casal e as duas perícias divergentes apresentadas ao longo das investigações.

Primeiro a falar, pelo Ministério Público, o promotor Marcos Mousinho pediu a condenação e afirmou que os policiais, então seguranças de PC Farias, tinham a obrigação, "por lei", de impedir as mortes. Em vez disso, entraram numa "trama" para dizer que houve um suicídio.

Em seguida, o advogado José Fragoso rebateu a tese afirmando que se trata de "ficção" pensar que Suzana não matou PC Farias e cometeu suicídio em seguida.

"Estou fazendo o possível para evitar uma injustiça contra esses quatro inocentes", afirmou. "Fizeram tudo para transformar os dados da vida real numa ficção", concluiu, mostrando parecer do Ministério Público Federal pedindo o arquivamento do inquérito contra o então suspeito pelas mortes, o irmão de PC Farias, Augusto, que foi seguida pelo Supremo Tribunal Federal.



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