“Ele nunca recebeu ameaças”, diz sobrinho de prefeito assassinado

O corpo de Paschoalin será velado no Ginásio Central da cidade, segundo a Prefeitura de Jandira

Sobrinho de prefeito assassinado | G1
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O caminhoneiro Kleber Lopes da Silva, de 30 anos, sobrinho de Braz Paschoalin, prefeito de Jandira, na Grande São Paulo, assassinado na manhã desta sexta-feira (10) quando chegava a uma rádio local, disse que seu tio não recebia ameaças e era uma pessoa querida pela população. Segundo a Polícia Militar, o motorista do prefeito também foi morto a tiros (o hospital não confirma). A polícia trabalha com a hipótese de execução.

?Por onde você andar em Jandira, só falam bem dele. Não há como a gente prever um crime desses . Que eu saiba, ele nunca recebeu ameaças?, afirmou Silva. ?Inimigo todo mundo tem, mas ele não tinha nenhuma desavença pessoal.?

O corpo de Paschoalin será velado no Ginásio Central da cidade, segundo a Prefeitura de Jandira. Ainda não há a confirmação do início do horário do velório.

O barulho produzido por cerca de 15 disparos que mataram Paschoalin puderam ser ouvidos ao vivo por quem acompanhava a programação da Rádio Astral FM. O presidente da associação que administra a rádio da cidade da Grande São Paulo, Fernando Silva, estava apresentando a última reportagem do jornal, às 7h57, quando se ouviu os tiros. O prefeito entraria no ar logo em seguida para participar de um programa semanal no qual responde a perguntas dos ouvintes. (Ouça ao lado o som dos disparos que mataram o prefeito de Jandira)

O sobrinho do prefeito recebeu a notícia nesta manhã, ao acordar. ?Levantei rapidamente para ver o que era, fiquei chocado. Jamais esperava que meu tio fosse sofrer isso?, afirmou. De acordo com o caminhoneiro, o motorista e segurança do prefeito, Wellington Martins, conhecido como Geleia, trabalhava com Paschoalin há cerca de 20 anos. ?Ele era amigo da família.?

O prefeito e seu motorista foram alvejados quando chegavam à Rádio Astral, onde o prefeito participava de um programa de entrevistas todas as sextas às 8h. Uma adolescente que trabalha como telefonista da rádio presenciou o crime ? ela havia aberto o portão para o prefeito, que não chegou a sair do carro. Segundo funcionários da rádio, dois homens chegaram em um carro prata, desceram e atiraram. No carro do prefeito, que ficou no local do crime até por volta das 11h, havia 19 perfurações.

O crime aconteceu pouco antes das 8h. Entre 8h30 e 9h, um carro prata semelhante ao usado no crime foi encontrado abandonado em Itapevi, também na Grande São Paulo. Dois homens foram detidos nas proximidades do local pela PM. Eles foram levados para a Delegacia de Jandira, onde ficaram à disposição da Polícia Civil, que pediu exame residuográfico para os dois, para verificar vestígios de pólvora.

O delegado Marcelo Prado, da Seccional de Carapicuíba, também na Grande São Paulo, afirmou que não há sinais de que o prefeito tenha sido vítima de uma tentativa de roubo de carro. Para ele, trata-se de uma execução.

Terceiro mandato

Segundo informações disponíveis no site da Prefeitura de Jandira, Paschoalin estava em seu terceiro mandato como prefeito da cidade. Em 1976, foi eleito vereador, então com 28 anos. Em 1988, foi eleito prefeito pela primeira vez, administrando a cidade de 1989 a 1992. Ele reassumiu o cargo no período entre 1997 e 2000, e foi eleito novamente em 2008, tomando posse em 2009.

Durante o segundo mandato, Pascholin chegou a ser o prefeito com o maior salário do país. Em 2003, ele foi investigado por causa do sumiço de cem cheques da Prefeitura. Os cheques foram feitos em nome de várias pessoas e sacados de uma vez só. As assinaturas que endossaram os cheques eram falsificadas. A mulher do prefeito, Maria Helena, também foi investigada pelo Ministério Público por causa de despesas que o Tribuna de Contas do Estado de São Paulo considerou irregulares.

Em nota, o PSDB lamenta com "profundo pesar e indignação" a morte de Paschoalin, afirmando que ele foi "um exemplo de liderança na região", lutando "pelos avanços de Jandira ao longo de seus três mandatos à frente da prefeitura. Sua morte abrupta é uma perda inestimável para o PSDB e para o estado de São Paulo. As circunstâncias deste crime hediondo devem ser imediatamente apuradas e os culpados devidamente punidos", diz o texto.



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