Ex-caminhoneiro é condenado por abusar sexualmente da filha

Detlef tratou a família como se fosse sua propriedade e como se pudesse fazer o que quisesse com ela

Homem abusava sexualmente da propria filha | Divulgação
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Um tribunal condenou nesta terça-feira (22) a 14 anos e meio de prisão o ex-caminhoneiro alemão Detlef Spies, que admitiu ter violentado por 23 anos a filha, o enteado e a enteada, com quem teve oito filhos, em um caso que chocou a Alemanha.

O presidente do tribunal, Winfrid Hetger, depois da conclusão do processo em Koblenz, oeste da Alemanha, fez suas considerações.

- Detlef tratou a família como se fosse sua propriedade e como se pudesse fazer o que quisesse com ela. Exercia tal influência sobre a família que não precisava prender ninguém. Ele dizia às vítimas que o que fazia estava permitido.

Em um julgamento que comoveu o país, e que recordou o caso de Josef Fritzl na Áustria, o condenado, de 48 anos, submeteu a família a um calvário de mais de 20 anos.

Spies se declarou culpado de ter violentado muitas vezes, de 1987 a 2010, a filha biológica, Jasmin, e os dois filhos de sua mulher: um menino e uma menina, Natacha, com a qual teve sete filhos, com idades entre 15 meses e 11 anos. Uma oitava criança morreu pouco depois do parto.

Os exames de DNA já haviam confirmado, no entanto, a paternidade de todas as crianças.

O ex-caminhoneiro fez uma confissão completa na véspera da condenação, o que levou a promotoria a reduzir a condenação em seis meses da pena máxima de 15 anos.

Spies abusou sexualmente de Jasmin e Natacha desde que elas tinham 12 anos. A filha biológica era atacada uma vez por semana.

O tribunal também o acusou de ter prostituído as duas em uma casa situada na pequena localidade de Fluterschen, de 700 habitantes, perto de Koblenz.

Spies geralmente atacava as vítimas com um cinto e com um chicote, segundo o promotor Thorsten Kahl.

- Quando são somados todos os crimes, chegamos a uma condenação de 500 anos e 10 meses de prisão, mas a legislação alemã não aceita este número.

A sentença foi recebida com gritos de comemoração, enquanto o condenado se mostrou impassível.

O processo evidenciou as falhas dos serviços sociais e a passividade das pessoas próximas à família, que tem 15 membros.

O enteado, Bjorn, afirmou aos jornalistas diante do tribunal que havia alertado os serviços sociais e criticou o fato de não terem descoberto o sofrimento das crianças.

O processo revelou que a polícia abriu uma investigação em 2002, mas arquivou a mesma depois que a filha de Spies negou as acusações, enquanto a enteada permaneceu em silêncio.

Spies foi preso em 10 de agosto de 2010 depois de ser denunciado pela enteada.

A mulher do condenado foi testemunha no processo, sem ter sido acusada de cumplicidade.



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