Filho de ex-prefeito teria matado o pai por causa de uma herança de R$ 3 milhões

Político foi morto no último dia do ano em sua fazenda, em Pereiro. Mardônio Diógenes era ameaçado pelo filho

Telsagenes Diógenes permanece em liberdade. | Divulgação
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A disputa por uma herança estimada em cerca de R$ 3 milhões levou um filho adotivo a assassinar o pai no último dia de 2009. Esta é a conclusão do Ministério Público Estadual no processo que apura o assassinato do agropecuarista e ex-prefeito do Município de Pereiro (a 330Km de Fortaleza-CE), Antônio Mardônio Diógenes Osório, 66.

Na denúncia formulada após analisar o inquérito policial, o promotor de Justiça da Comarca de Pereiro, Marcus Vinícius de Oliveira Nascimento, aponta o filho adotivo do político, o estudante Francisco Telsagenes Diógenes, 26, como o autor do crime juntamente com Francisco Rodrigues de Queiroz, 39.

Os dois acusados estão em liberdade, mas podem ter prisão preventiva decretada nos próximos dias. Ambos foram denunciados por prática de homicídio triplamente qualificado e podem ser condenados a pena de 30 anos de reclusão.

Fuzilado

Na peça da denúncia ministerial, com cópia obtida com exclusividade pelo Diário do Nordeste, o promotor de Justiça fez um amplo relato do que apurou a investigação presidida pelo delegado-regional de Jaguaribe, Edmar Beserra Granja, e sua equipe. A morte do político aconteceu na manhã do dia 31 de dezembro passado. Mardônio Diógenes, que gozava de uma ampla liderança política na Região do Vale do Jaguaribe, foi executado com dez tiros de revólver calibre 3.57 logo após fiscalizar o conserto de uma cerca em uma de suas propriedades rurais, a Fazenda Campos, em Pereiro. Ele havia deixado os trabalhadores no local e retornava para casa em sua caminhoneta, quando foi dominado pelos criminosos e baleado a queima-roupa. A Polícia iniciou as investigações sob o ângulo de uma pistolagem. Matadores de aluguel teriam sido contratados para eliminar o ex-prefeito.

Ameaçado

Mas, no decorrer das investigações, com vários depoimentos tomados, confrontação de provas e perícias realizadas, as autoridades policiais concluíram que, Mardônio Diógenes foi morto pelo próprio filho adotivo e por um de seus empregados. Na denúncia consta que Mardônio e a esposa, Maria das Graças de Aquino Moreira, haviam adotado Telsagenes que, na verdade, era filho natural de um irmão do político com Zulene Pontes Martins. Entretanto, insatisfeita com o fato, Zulene moveu, em 2002, um processo de anulação do registro de nascimento do filho, obtendo êxito, com o processo já transitado em julgado (não cabendo mais recurso).

A partir de então, o relacionamento entre o fazendeiro e o filho adotivo passou a ser marcado por "acirradas discussões", pois a anulação da adoção excluiu o rapaz da herança.

Por último, o estudante teria ficado revoltado ao saber que Mardônio vendera, por cerca de R$ 2,8 milhões, 800 lotes de terra de outra fazenda, no Município de Ererê, e não passou nenhum valor desse dinheiro para o filho. Antes de morrer, o ex-prefeito de Pereiro teria revelado para sua outra filha, Mardênia Aquino Diógenes; e para a irmã, Maria Santelma Diógenes, que vinha sofrendo "constantes ameaças" do filho.

"A conduta do denunciado demonstra maldade e a repugnância do motivo vil de matar seu próprio pai adotivo para ficar com a herança", ressaltou o promotor no corpo da denúncia.



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