Garotas que mataram e arrancaram coração da amiga devem receber pena de três anos

De acordo com a lei, as jovens podem ficar até três anos em um centro de internação.

Fabíola Correia e a mãe. | TV Record Minas
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As garotas de 13 anos suspeitas de matar e arrancar o coração da amiga vão a julgamento nesta segunda-feira (02), no Fórum de Igarapé, na região metropolitana da capital. Segundo o delegado responsável pelas investigações, Enrique Solla, a audiência está marcada para o início da tarde, quando o juiz deve dar a sentença. De acordo com a lei, as jovens podem ficar até três anos em um centro de internação, mas a condenação deve ser renovada a cada seis meses.

As adolescentes aguardam a decisão do juiz no Centro de Internação Provisória São Jerônimo, no bairro Horto, na região Leste da capital. Elas chegaram a elogiar a estrutura do local onde estão apreendidas e, segundo Solla, não demonstraram estar arrependidas do crime em nenhum momento.

Enrique Solla confirmou que mantém uma investigação sobre a guerra entre as facções criminosas de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de BH, em que as duas suspeitas e a vítima estavam envolvidas. Segundo ele, os namorados das adolescentes já foram identificados, assim como os suspeitos de ameaçá-las de morte, e a polícia trabalha para prendê-los. As investigações são sigilosas.

As suspeitas de matar e arrancar o coração da amiga contaram todos os detalhes do crime durante a reconstituição feita pela Polícia Civil em junho. A conselheira tutelar que ajudou nas investigações, Fabiana Costa, acompanhou as adolescentes, que disseram ter arrancado o coração enquanto ele ainda batia. Uma das garotas contou que atingiu Fabíola Correia com uma barra de ferro e cortou seu peito para ter certeza de que estava morta. Segundo Fabiana, as suspeitas também revelaram que a vítima estava sob o efeito de drogas no momento do crime.

- Elas falaram isso na maior tranquilidade, sem arrependimento. Não demonstraram nenhum sentimento. Elas confirmaram tudo que disseram à polícia para o juiz.

A mãe de Fabíola procurou o Conselho Tutelar, em janeiro deste ano, quando desconfiou do envolvimento da filha com o tráfico de drogas, mas a conselheira só conseguiu conversar com ela em abril. Toda vez que uma equipe aparecia na casa, a garota fugia para uma mata. Na única vez em que falou, Fabíola contou que tinha muito carinho pela avó e o padastro, mas não gostava da mãe, que a proibia de ter amizade com as duas adolescentes.

- Eu quero que a justiça seja feita, a de terra e do céu. Foi muito brutal. Eu sinto raiva porque elas tiraram a vida da minha filha muito cedo. Ela tinha tudo pela frente.

A tristeza e a indignação transparecem na fala de Maria Aparecida Orlando, mãe da menina que foi cruelmente assassinada pela amigas. Depois de encontrar o corpo da filha dilacerado, ela junta forças para aceitar o crime e conta que as suspeitas frequentavam sua casa constantemente, mas não apareceram mais depois do sumiço da garota.

A desconfiança de que Fabíola estivesse envolvida com o tráfico surgiu há um ano, quando ela começou a ficar agressiva.

- Elas eram má companhia. Eu tinha avisado, dava conselho para ela, mas ela não obedecia.

O padrasto, José Viana, também tentou desviar a enteada do mau caminho, mas diz que ela estava nervosa e desobediente. Segundo ele, as três meninas eram muitos amigas e sempre estavam juntas.

- Ela chegava mais agressiva, às vezes não tomava banho, dormia assim que chegava. Eu não sabia do namoro. A mãe falava para ela não sair, mas quando chegava da escola, já saía para rua e não ficava em casa. Só chegava à noite.

Quando Fabíola Santos Correia, de 13 anos, saiu de casa com duas vizinhas, seus pais não imaginavam que ela iria protagonizar um crime macabro. Desde então, há 20 dias, ela estava desaparecida. Seu corpo foi encontrado sem o coração no dia 13 de junho, em uma mata de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de BH. Segundo a polícia, a vítima foi morta a facadas, teve o peito serrado e o coração arrancado quando ainda batia.

Duas amigas, da mesma idade de Fabíola, confessaram o crime e contaram que cometeram o assassinato por medo de a menina denunciar o envolvimento da dupla com o tráfico de drogas. Ao saber do assassinato, uma das mães das suspeitas sofreu uma parada cardíaca e foi internada.



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