Influencer de 20 anos é presa ao tentar pagar estadia com cartão clonado

Ingrid possui 189 mil seguidores no Instagram. Em seu perfil, são comuns postagens em viagens por diferentes estados do Brasil

Ingrid Caroline Borges Gonçalves | Divulgação
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A estudante de Direito e influenciadora digital  Ingrid Caroline Borges Gonçalves, de 20 anos, foi presa em flagrante nesta segunda-feira (24) por tentativa de estelionato. Ela tentava pagar a estadia em um apartamento de temporada no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, com cartões de crédito clonados. 

A jovem foi encaminhada ao 14ª Distrito Policial, no Leblon. Ingrid possui 189 mil seguidores no Instagram. Em seu perfil, ela se descreve como “figura pública” e afirma: “Bem-vindo seja aquele que veio por bem”.

Ingrid Caroline foi presa no Rio de Janeiro 


 De acordo com a delegada Camila Lourenço, responsável pelo caso, a Polícia Civil chegou até a jovem após serem procurados pela administradora da plataforma de hospedagem, que desconfiou da reserva.

"Fomos procurados por uma plataforma de hospedagem que promove a locação virtual de imóveis. Foi feita uma reserva em um apartamento no Leblon no mesmo dia em que seria feita a hospedagem, a reserva feita no dia de ontem (segunda-feira) para ontem mesmo, e eles constataram isso como uma ação suspeita, porque, normalmente, as pessoas que locam os imóveis por lá já são clientes conhecidos. Os desconhecidos fazem a locação com eles, mas por intermédio de outras plataformas digitais. Então, eles entenderam que a operação era suspeita e aguardaram a menina no momento do checkin", explicou Camila.

Ingrid foi surpreendida no momento em que chegava no apartamento, na Avenida General San Martin, para realizar o check-in. Segundo a distrital, ao ser questionada sobre o seu cartão de crédito, ela acabou confessando que usou um cartão clonado.

"Quando o administrador solicitou a ela o cartão que ela usou para fazer a reserva, que estava no nome dela, ela não tinha o cartão e admitiu que nunca teve, que foi falsificado. Ela foi autuada por estelionato tentado, porque ela foi presa enquanto tentava ingressar no imóvel", disse a delegada.

Ingrid Caroline tem quase 200 mil seguidores no Instagram 

Em suas redes sociais, onde tem milhares de seguidores, a influencer ostenta fotos viajando por diversos estados, como Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo e Rio de Janeiro. A Polícia Civil acredita que ela fazia essas viagens usando cartões clonados.

"Essa vida de ostentação dela é através desse expediente fraudulento. O que a gente tem visto muito são esses influenciadores digitais ostentando um padrão de vida incompatível com o real poder aquisitivo deles, através de golpes, é o que a gente tem notado", falou Camila.

Os agentes da 14ª DP ainda descobriram que Ingrid adquire esses cartões de crédito falsos com um homem identificado apenas como Cristiano.

"No caso da Ingrid, ela efetuava uma reserva para essa unidade, e nesta reserva foi informado um número de cartão de crédito verdadeiro, com um número autêntico, onde ela figura como titular. Então, fabricou-se um cartão de crédito falso, mas com numérica verdadeira, essa numérica pertencente a um cartão de um terceiro que vai ser lesado nessa história", esclareceu Camila Lourenço.

A Polícia Civil já descobriu que Cristiano ainda promove a venda de viagens e passagens aéreas mais baratas que o normal no Instagram.

"As vezes a pessoa quer se hospedar num hotel de luxo, mas não tem condições de pagar aquela diária, ou quer viajar mas não tem condição de pagar por aquela passagem aérea. Então ela chama esse criminoso, ele promove sucessivas tentativas de compra com cartões de crédito pertencentes a terceiros, só que ele altera a titularidade do cartão, ele falsifica o cartão de crédito", esclarece Camila Lourenço.

Segundo a distrital, essa modalidade criminosa acaba lesionando pessoas físicas e as administradoras de locação virtual.

"Ele acaba lesando o terceiro, que é o titular do cartão, e a administradora, porque se a administradora autoriza o check-in, lá na frente, vai ser constatado que esse cartão foi usado de maneira indevida, que ele é produto de fraude, foi usado em uma fraude, aí a ação é cancelada e a administradora, que faz a locação do imóvel, sai no prejuízo", finalizou.

A delegada informou que as investigações irão continuar para identificar mais suspeitos envolvidos nessa prática criminosa.

"Agora a gente vai apurar outros autores, outras pessoas que são possíveis integrantes dessa organização criminosa. A gente não sabe se ele age sozinho ou não", finalizou Camila.  

Ingrid Caroline tentou pagar hospedagem com cartão de crédito clonado 

Influencer diz que foi vítima de golpe

Na tarde desta terça-feira (25), a influencer manifestou-se por meio de nota enviada por seu advogado.

Lucas França Bressanin, que representa Ingrid, informou que sua cliente foi vítima de um golpe e que vem colaborando com as autoridades para solucionar o crime.

“Em meados de julho de 2021, a influencer foi abordada través da mídia social Instagram pelo IG @grupo.maisx onde, na oportunidade, o interlocutor se apresentou como uma agência de viagens e propôs uma parceria para divulgação da respectiva empresa onde, em troca, a influencer receberia passagens e hospedagens gratuitas e/ou descontos”, diz trecho do documento enviado pelo advogado.

“Com a parceria firmada, a influencer passou a divulgar em suas mídias sociais o @grupo.maisx, que exigiu todos os seus dados pessoais para que assim pudesse disponibilizar as referidas passagens e hospedagens em pagamento ao serviço de divulgação. De forma criminosa, premeditada e ardilosa, o estelionatário ao conquistar a confiança da vítima e estando em posse de todo seus dados pessoais, efetuou a clonagem de um cartão de crédito, que foi utilizado pelo malfeitor de forma on-line e sem o conhecimento da mesma", explica.

"De forma colaborativa, a vítima apresentou as autoridades inúmeras provas e relatos que demonstram indubitavelmente as tratativas, o acordo de prestação de serviço de divulgação entabulado entre as partes e que forneceu todos seus dados para a respectiva empresa, que lhes utilizou de forma ilícita, efetuando a clonagem do cartão de crédito que passou a ser utilizado sem qualquer autorização/conhecimento", diz na parte final do documento.



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