Lojistas da Z. Leste vivem em estado de alerta por assaltos

Com a preferência dos assaltantes em agir pela manhã, a insegurança é muito grande entre os lojistas

Ronda Cidadão trazem um pouco mais de segurança a região. | José Alves Filho
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Lojas de grifes badaladas, restaurantes caros, clubes noturnos luxuosos e muitos estabelecimentos exclusivos. Assim é definida a zona Leste. O problema é que entre tantas opções pomposas mora o perigo da criminalidade: os assaltantes preferem se concentrar nesta zona, dada a oferta de alvos comerciais e vítimas. Na manhã da última terça-feira (15), uma loja de trajes masculinos foi assaltada e os criminosos até agora não foram identificados, o que contribui para o aumento da atmosfera de medo e tensão nos lojistas e trabalhadores da área.

Um assunto delicado que deixa muitos em estado de choque. Alguns vendedores e funcionários de estabelecimentos comerciais não gostam de tocar no assunto e desconversam sempre que o assunto é segurança. Muitos temem represálias dos criminosos e os que tem coragem para conversar sobre o assunto pedem para não serem identificados.

Assalto a mão armada é fato comum na região, enquanto tentativas de roubo aos estabelecimentos são mais esporádicas. Vendedores e lojistas vivem em estado constante de alerta e é comum observar lojas trancadas a chave, mesmo em horários de pico. ?O medo toma conta da gente, não dá para trabalhar sossegado. A porta fica sempre trancada, não dá para descuidar?, relata a vendedora Keylane Nunes.

Consequentemente, o uso de segurança eletrônica e vigilância particular são itens obrigatórios em praticamente todos os estabelecimentos da zona leste. Os proprietários contratam o serviço de segurança particular baseado em automação comercial, onde o cliente avisa qualquer movimentação estranha à empresa de segurança e, em poucos instantes, a segurança armada aparece no local.

?Contratar esse serviço é um pouco caro, mas é melhor que confiar na polícia. Ela geralmente demora muito para chegar e quase nunca soluciona o caso. Aqui aconteceu assim?, conta a gerente de uma pizzaria, que pediu para não ser identificada. Em 2011, o estabelecimento foi assaltado em plena luz do dia. Um único criminoso conseguiu render o funcionário do local, limpar o caixa e ir embora caminhando tranquilamente pela rua.

As fitas de segurança registraram tudo e o vídeo foi entregue à polícia, que até hoje não solucionou o caso.

Ronda Cidadão traz mais segurança

Vale tudo para se sentir mais protegido na zona Leste. Com assaltos acontecendo em plena luz do dia, a sensação de insegurança é frequente. Portas trancadas à chave não são suficientes para contribuir com a seguridade de vendedores e clientes, assim como o serviço de vigilância particular nem sempre está apto a resolver problemas de cunho mais urgente.

?É só ouvir a palavra assalto que a gente fica tenso. Nossa loja foi arrombada uma vez e levaram alguns pares de sapatos. O ladrão deve ter ouvido o alarme disparar, ficou com medo e evadiu do local. Mas não dá para respirar aliviado. Além da segurança eletrônica e do vigilante, temos em mãos o número do telefone celular da viatura do Ronda Cidadão que faz a patrulha daqui. É mais rápido que esperar a ação da polícia?, fala Paula Sampaio, gerente de uma loja de sapatos de grife no bairro Jockey.

O telefone da viatura do Ronda Cidadão é uma cortesia feita pelos esforçados policiais do esquadrão, que dispõem de um aparelho celular em cada viatura. Eles fornecem este número a pedido da população em geral, que pode contar com uma assistência mais rápida em caso de emergência. Em caso de roubo ou assalto à mão armada, o procedimento padrão continua sendo uma ligação para a polícia, através do número 190.

Loja foi assaltada e vendedora feita refém

Uma conhecida loja da zona Leste de Teresina sofreu assalto na tarde da última terça-feira (15) e uma vendedora foi feita refém. Na ocasião, dois assaltantes armados com revólver calibre 38 entraram na loja como compradores e anunciaram o assalto.

Como não havia dinheiro em caixa, eles levaram roupas, acessórios e uma vendedora da loja vizinha, que passou mais de meia hora sob captura dos criminosos. O assalto ocorreu em uma loja que vende apenas produtos masculinos, na Rua Arêa Leão, próximo da Avenida Homero Castelo Branco. Segundo a polícia, o assalto ocorreu por volta das 15:30 horas. Dois jovens chegaram em um Palio preto e levaram 40 objetos, entre sandálias, camisas e carteiras.

A vendedora sequestrada foi liberada cerca de meia hora depois do assalto em frente ao Terminal Rodoviário Lucídio Portela, zona Sul da cidade.

Segundo o delegado Canabrava, do 5º Batalhão, os assaltantes estavam em um Palio preto, mas a placa do veículo era clonada e pertenceria a uma moto. Ele afirma que o trajeto feito pelos criminosos será identificado pelas câmeras do sistema de monitoramento eletrônico, instaladas pelas ruas da cidade.

Funcionários de loja assaltada têm medo

Há dez anos a loja masculina que foi assaltada na tarde de terça-feira (15) não passava por um episódio do tipo. Localizada na Avenida Arêa Leão, em uma área repleta de lojas e restaurantes, o evento foi algo inesperado até mesmo para os funcionários da loja. ?Ouvimos muitas histórias do tipo, mas não esperávamos que fosse acontecer conosco?, partilha o vendedor José Carlos.

Na manhã de quarta-feira, o medo tomava de conta dos funcionários da loja, que temiam um novo incidente. ?A gente fica com medo, mesmo sabendo que é improvável acontecer novamente. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar?, diz José. Entretanto, até agora a gerência da loja não se pronunciou sobre nenhuma medida extra de segurança.

Para os funcionários da loja, basta recorrer à providência divina. ?O jeito é rezar. Mesmo com câmera de segurança e vigilante armado, a gente nunca está totalmente seguro. A qualquer hora pode acontecer algo sério que pode nos pegar desprevenido. Foi-se o assalto, fica o trauma. E esse demora muito tempo para passar?, diz o vendedor.

Livrarias contratam segurança particular

O mês de janeiro é o período mais lucrativo para livrarias e papelarias, que recebem alta quantidade de pais e suas listas de material escolar.

Entre o grande movimento das lojas e o risco de mais um episódio de assalto à mão armada, algumas livrarias da zona Leste contrataram serviço de segurança particular.

Além do circuito interno de câmeras e da segurança eletrônica, o gerente de uma livraria está providenciando a contratação de vigilantes particulares.

?Temos consciência dos riscos de furto nessa época, principalmente porque só este ano já ocorreram dois assaltos em frente à loja. Felizmente, nunca fomos vítimas de assalto, mas nunca é bom relaxar. Essas coisas acontecem a qualquer momento?, explica o gerente Antônio Edson.

Lojistas preferem salas de edifícios

Bastante preocupados com a segurança de seu patrimônio, lojistas da zona Leste preferem abrir suas lojas em edifícios com salas comerciais com capacidade para várias lojas. Eles alegam que várias lojas agregadas em um mesmo local imprimem maior noção de segurança, diferentemente de lojas isoladas.

?Optamos por abrir nossa loja em um edifício comercial porque é mais cômodo, além de mais seguro. Todos os lojistas se unem para arcar com as despesas de vigilância, fora que podemos ficar mais aliviados. Afinal de contas, com ou-tras lojas ao redor fica mais complicado para realizarem assaltos?, conta Paula Sampaio, gerente de uma loja de sapatos.



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