Nono policial é preso por morte dentro de batalhão

O grupo foi levado para o prédio ao lado, a companhia da PM

Morte de homem em batalhão | Globo.com
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Na madrugada desta sexta-feira (23), mais um policial militar foi preso acusado de participar do espancamento até a morte de um homem dentro de um batalhão da PM. Já são nove os presos pelo crime. A reportagem é de César Tralli.

Um quartel quase vazio na Zona Norte de São Paulo. A maioria dos PM´s foi convocada às pressas para se apresentar na corregedoria.

Foi mostrado no Jornal Nacional que um homem, preso por policiais militares, apareceu morto poucas horas depois. Eduardo Luis Pinheiro dos Santos, de 30 anos, e mais três rapazes foram detidos durante uma discussão.

A delegacia fica na mesma avenida onde houve a abordagem policial. A distância entre os pontos não passa de 500 metros. Mas não há no distrito nenhum registro policial constando o nome de Eduardo e dos outros três rapazes detidos com ele.

O grupo foi levado para o prédio ao lado, a companhia da PM. E no quartel, Eduardo foi separado dos outros rapazes.

Rapaz: Levaram elepara o fundo e ali mesmo deram uns chutes nele, umas bicas e tal.

Repórter: Você ouviu isso?

Rapaz: Extamente. Até vi.

Repórter: Você chegou a ver?

Rapaz: Vi.

Repórter: Você chegou a vê-lo apanhando?

Rapaz: Vi. Ele gritava pela mãe dele, dizia: ?está doendo, não precisa fazer isso?. Ele apanhou muito, eu não queria estar na pele dele.

Duas horas depois os rapazes foram liberados, menos Eduardo. PM?s do mesmo quartel levaram o motoboy morto para o hospital, sem nenhuma identificação.

Na ficha do desconhecido, descrição de hematomas na cabeça e manchas de sangue internas pelo corpo. Causa possível da morte: trauma no crânio ou hemorragia.

A morte de Eduardo está sendo investigada pelo Departanto de Homicídios. O inquérito apura assassinato provocado por tortura e espancamento. Testemunhas ouvidas confirmaram que o rapaz foi agredido com socos, chutes e golpes de cassetete dentro da Primeira Companhia do 9° batalhao da PM.

?O presidente do inquérito já solicitou a escala dos policiais que trabalharam no dia, a escala de viaturas que foram utilizadas, bem como todas as fotografias desses policiais?, revela a delegada Elisabete Sato.

?O comando da corporação está muito preocupado com esse tipo de situação. Os policiais militares estão sendo recolhidos para a corregedoria para que todos sejam ouvidos e esclarecida a verdade?, avisa o major da PM de São Paulo Reinaldo Zychan.

A familia de Eduardo desabafa.

?Não queira ninguém passar por essa experiência. Meu coração está dilacerado. Tem um buraco dentro de mim?, diz um parente de Eduardo.

Catorze policiais estavam em serviço no dia do crime. Todos serão ouvidos pela corregedoria. Em nota, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, declarou que determinou "a mais rigorosa apuração dos fatos" e classificou o que aconteceu de ?abominável?.



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