Pastor chefia quadrilha de milícia e usava igreja como escritório

Um dos alvos da operação é o pastor Dijanio Aires Diniz que, segundo as investigações, é chefe do bando

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Dez pessoas foram presas na Operação Pandora II, deflagrada na manhã desta quinta-feira, para prender 13 integrantes de uma milícia que age em cinco bairros da Zona Oeste do Rio. O bando é acusado de uma série de crimes como agiotagem, extorsões, ameaças, comércio ilegal de combustíveis, além da exploração de transporte alternativo, de máquinas caça-níqueis e cobrança irregular de ?taxa de segurança?. Participam da ação agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP).

Um dos alvos da operação é o pastor Dijanio Aires Diniz que, segundo as investigações, é chefe do bando. Chamado de Pastor pelos cúmplices, ele, segundo o MP, usava as dependências da Igreja Pentecostal Deus é a Luz, em Campo Grande, como escritório do crime, fazendo empréstimos e cobranças no local. A taxa de juros cobrada pelo dinheiro emprestado chegava a 30% ao mês. Um livro de Direito Tributário com fundo falso foi encontrado no templo. Dijanio está foragido.

Outra peça-chave na quadrilha é o ex-policial militar Carlos Henrique Garcia Ramos. Ele é conhecido pela truculência e foi preso em flagrante, em maio deste ano, quando extorquia R$ 120 mil de uma das vítimas. Luciano Alves da Silva, o Cobra, e Célio Alves Palma Junior ajudaram o ex-PM nessa cobrança. Henrique agia junto com Pastor.

A violência usada pelo ex-PM e pelo religioso consta num trecho da denúncia feita pelo Gaeco. Em junho do ano passado, Pastor ameaçou violentamente um homem que pegou R$ 50 mil emprestados. A vítima foi ao templo informar que atrasaria o pagamento apenas daquele mês, porque passava por dificuldades financeiras. Flagrado numa escuta telefônica, o religioso respondeu:

- Agora que você sabe de quem é o dinheiro, dá seu jeito. Henrique não perdoa.

No organograma da quadrilha, que agia em Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciênca e Santíssimo, o ex-policial militar José Luis Cordeiro Cavalcante da Silva, o Bolt, também integrava o núcleo de agiotagem. Ele era sendo subordinado a Pastor e vendia armas. Numa escuta, é possível constatar que Bolt tinha medo de Pastor. O ex-PM disse que não havia conseguido receber uma dívida e revelou ter medo de ser morto pelo religioso.

De acordo com a denúncia, Elber Meireles Pessanha, o Elbinho, era responsável por adulterar combustível e deppis vendê-lo. Para isso, usava suas empresas - E.Mereiles Pessanha e Deneza Agroindustrial Ltda, ambas em Campos, no Norte Fluminense - como fachada. Já Cléber Oliveira da Silva era o braço direito de Elber e responsável pela compra de lacres e cabos de aço utilizados no esquema de venda de combustível adulterado e também da confecção das notas fiscais falsas. Ele contava com a ajuda do primo Leandro José de Freitas da Silva, o Bomba, que também negociava armas e munição para o bando.

Os outros denunciados são André Marcelo Botti de Andrade, o Botti; Aline Barbosa da Silva; Antonio Claudino Ribeiro Blanco; Rhuan Claudius Martins Blanco; e José Ribamar Gomes Passos.



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