Piauí registra mais de 2 mil denúncias de violência contra a mulher

Os dados da Polícia Civil do estado do Piauí mostram que os crimes contra a mulher tiveram índices elevados nos primeiros meses do ano de 2021.

Delegada Luana Alves | Reprodução/MeioNorte
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Mais de 2 mil Boletins de Ocorrência (BOs) foram registrados nas delegacias do Piauí em 2021 por violência contra a mulher. Os dados da Polícia Civil do estado mostram que os crimes contra a mulher tiveram índices elevados nos primeiros meses do ano de 2021. Em 2020, 27 mulheres perderam a vida e em muitos casos, essas mulheres já têm um histórico de denúncias e pedidos de medidas protetivas contra os acusados. 

Como é o caso de uma mulher que procurou a equipe da Rede Meio Norte para relatar que sofre tentativas de feminicídio, com frequência (confira no vídeo abaixo). De acordo com ela, o ex-companheiro não aceita o fim do relacionamento. "Ele chegou aqui em casa, de madrugada, bateu na porta, eu não abri. Ele arrebentou a porta e entrou armado. Eu tive que dar um empurrão para ele sair e gritar socorro para os vizinhos ouvirem. Logo eu chamei a Polícia, mas quando chegaram ele não estava mais aqui. Ele vive quebrando a medida protetiva. Hoje eu pedi a prisão dele e ele não acredita que vai ser preso", relatou. 

A Delegada Luana Alves, coordenadora do Núcleo de Feminicídio, explica como são feitos o Boletim de Ocorrência e a Medida Protetiva, necessários para a proteção contra os acusados. 

"Quando não for flagrante, a mulher registra o Boletim de Ocorrência e no próprio sistema já elabora a medida protetiva, ela assina e escolhe as medidas que ela quer, por exemplo, solicitando ao juiz que o agressor saia de casa, que evite de se aproximar dela, de falar com ela e familiares... Após elaboração, a vítima assina e encaminha ao judiciário através do Sistema do PJe. Ou seja, tudo é feito pela Delegacia. Só que a demanda de medidas protetivas da Delegacia de Feminicídio é bem inferior à Delegacia da Mulher, enquanto a primeira faz cerca de 15 medidas, a Delegacia da Mulher pode fazer até 90 por mês", exemplifica. 

Os dois casos recentes de feminicídio registrados em Teresina foram o de Thainara Marques, assassinada com golpes de faca no pescoço pelo próprio marido, Leones Martins, na madrugada do dia 08 de maio deste ano. O último aconteceu na tarde do último sábado (12), quando Ana Valeska Araújo de Moraes, de 50 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-marido, Wagner Dias de Freitas, que tirou a própria vida em seguida.  

"O caso como o que aconteceu no sábado, a gente tem uma possibilidade de uma dinâmica criminal ser mais esclarecida. Agora quando a dinâmica criminal está só entre as duas partes, que não estão mais vivas, que não tem testemunha oculares, não é fácil, é preciso de muita ajuda da perícia criminal. Então, são inquéritos que não são simples, demandam muito trabalho da investigação e não precisa de prisão imediata porque, possivelmente, o agressor seja a pessoa que cometeu o suicídio".



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